Notícia publicada no portal No Ar:

A Base Aérea de Natal (Bant) estará sediando até o próximo dia 15 a quinta edição da Operação Cruzeiro do Sul (Cruzex 2013). Coordenada pela  Força Aérea Brasileira (FAB) e outros sete países, a Cruzex é considerara a maior operação militar aérea da América Latina.

Nesta terça-feira (5), a direção do evento recebeu a imprensa para explicar as condições do exercício iniciado ainda em 2012 num modelo virtual e finalizado agora com a versão com vôos reais das aeronaves de caça, transportes e asas rotativas.

Aos jornalistas nacionais e estrangeiros, foi explicado que a partir desta edição a operação contará sempre com os dois modelos, o primeiro conhecido como “Controle e Comando” e o atual denominado de “Cruzex Flight”, por causa da realidade das missões criadas.

Aeronaves já estão em operação desde o início do mês (Foto: Alberto Leandro)

O diretor geral da Cruzex e representante da Força Aérea Brasileira (FAB), o brigadeiro do ar Mário Jordão, falou sobre a importância das forças armadas manteres o treinamento de seus homens com operações similares a Cruzex, demonstrando uma evolução do modelo e da maneira de agir das forças nos últimos dez anos, citando inclusive a participação brasileira eventos internacionais, inclusive as missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Poucos países no mundo estão utilizando, neste momento, o modelo de forças de coalizão de maneira real. Mas para que isso ocorra com êxito quando necessário é preciso que estejamos preparados… Os custos para a realização do exercício cada país convidado arca com os seus e a FAB já destina em seu orçamento anual a sua parte, sem interferir com verbas extras”, disse.

Ele ressaltou que esta é a quinta edição do exercício com aeronaves reais [em 2002 quando houve a primeira Cruzex os vôos eram apenas virtuais], sendo quatro dessas em solo natalense. “Natal é uma cidade maravilhosa, não temos o que dizer. Além das belezas naturais, ela oferece uma ampla rede de hotéis para os visitantes e possui uma base aérea que já forma os pilotos da Força Aérea Brasileira. Digo isso porque os vôos da Cruzex utilizam a mesma rota, com interferência mínima nos vôos comerciais, o que é  muito bom”, comentou o diretor sem descartar novas edições do exercício novamente em Natal.

O brigadeiro citou ainda as novidades da operação, como a maior quantidade de aeronaves envolvidas nos pacotes de vôos [pacote são os grupos de aviões que decolam em missão no cenário da coalizão de países aliados em um conflito], o melhoramento das missões de combate com meio realistas de saber se uma aeronave abateu a outra na simulação dos combates aéreos com emprego de novas técnicas e tecnologia, e por último o emprego variado dos helicópteros e aviões de transporte em transporte de logística e operações especiais.

“Para nós a maior novidade é a validação com precisão dos tiros disparados. Apesar de simulado, por meio da nova técnica e uma equipe especializada podemos dizer se o emprego foi válido. Até mesmo, durante o vôo determinar que um ou outro avião foi atingido ao ponto de determinar que pouse. A realidade e a qualidade da simulação faz com que todos ganhemos”, respondeu o brigadeiro.

Sobre a saída repentina da Força Aérea Argentina e a desistência prévia da Armée de l’Air (Força Aérea da França), o diretor do exercício afirmou que ambos os governos dos respectivos países alegaram problemas internos, considerando natural tal decisão. De acordo com ele, diversos outros países não aceitaram participar da Cruzex, descartando qualquer embaraço internacional com os franceses, país que concorre a um processo licitatório para fornecimento de aviões de caça ao Brasil. “Nós entendemos tal decisão e descartamos qualquer relação com outros prováveis motivos”.