Após a passagem do inverno ou temporada de chuvas, os reservatórios no Estado do Rio Grande do Norte estão em situação precária, alguns deles já atingiram o volume morto e os que ainda possuem alguma água estão caminhando a passos largos em direção a mesmo destino. Diante desse cenário catastrófico, os municípios do RN estão pedindo ajuda ao governo federal e estadual no combate à seca, mas a ajuda não vem a galope e a população começa a sentir os efeitos da seca e o temor de que a tragédia ocorrida 1915(grande seca) volte a ocorrer.
Dos 167 municípios do Rio Grande do Norte 153 estão em estado de calamidade pública por causa da seca. Vinte cidades estão passando por rodízio no abastecimento de água e nove estão em colapso, com o abastecimento completamente suspenso por parte da Companhia de Águas Esgotos do Rio Grande do Norte. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), o atual período de seca é o pior no RN desde 1911 quando a instituição começou o monitoramento pluviométrico no estado.
O volume máximo de acumulação de água nos reservatórios públicos construídos e monitorados pelo DNOCS no Rio Grande do Norte, com volume superior a 2.000.000m³, é de aproximadamente 3.149.142.000m³, mas o cenário atual não chega nem perto disso, por exemplo:
O açude Armando Ribeiro Gonçalves – o maior do DNOCS no RN, com capacidade de acumular 2,4 bilhões de m³ – está com, apenas, 636.508.000m³ ou 26,52% de sua capacidade total. O Poço Branco, que tem capacidade de acumular 135.163.000m³, está com 32.412.000m³, equivalente a 22,5% e o Mendubim, que capaz de acumular 76.349.000m³, está com 16.002.000m³, ou 20,96% de seu total.
Situações mais preocupantes se encontram alguns reservatórios que são fontes hídricas também de projetos de irrigação. O Sabugi, com capacidade de acumular 65.335.000m³, está com 6.036.000 ou 9,24% e o Itans, cuja capacidade é de 81.750.000m³, se encontra com 5.160.000m³, correspondendo a 6,3%. Situações mais drásticas ainda se encontram os açudes Marechal Dutra e Pau dos Ferros, que estão em situação de volume morto, acumulando apenas 0,41% e 0,33% de suas capacidades, respectivamente.
Sabemos que o nordestino tem uma capacidade enorme em lidar com a seca, pois sempre nos acompanhou em nossas histórias de luta pela sobrevivência nessa terra abençoada, mas o contexto agora mudou, estamos vivenciando uma profunda transformação no clima do nosso planeta com tendência a prolongar os períodos de seca nas regiões já acostumadas com essa sazonalidade climática. Em outras partes do Brasil, que apresentam um clima mais ameno e “fartura de água”, a situação também mudou, tendo agora que enfrentar os efeitos danosos as seca.
Resta agora ao Rio Grande do Norte se preparar através de ações articuladas com os gestores públicos e população no intuito de amenizar a crise hídrica e promover o uso racional da água enquanto ainda temos.
Hugo alexandre
Referências:
http://www.dnocs.gov.br/php/comunicacao/noticias.php?f_registro=3619&f
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