O combate à violência é, sem dúvidas, um dos principais desafios enfrentados pelos gestores públicos. As estatísticas oficiais da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) apontam que, entre os dias 1º e 21 deste mês, já ocorreram 106 homicídios em Natal e no interior, cinco mortes a mais em comparação ao mesmo período de janeiro de 2014. A ocorrência é de um homicídio a cada cinco horas no Rio Grande do Norte.
Em 2014, a média diária de homicídios foi de 4,25 casos, enquanto este ano já está sendo de 5,04, segundo informou o coordenador de Informática e Estatística da Sesed, Ivenio Hermes Júnior.
O delegado de Homicídios, Frank Albuquerque, declarou na edição de domingo (18) da TRIBUNA DO NORTE, que o policiamento ostensivo nas ruas não inibe ou contribui para a queda do número de homicídios “porque não se pode ter um policial de porta em porta das casas”. A saída para diminuição da violência e da criminalidade no estado e no país seria, segundo o delegado, o aumento das penalidades para os acusados de assassinatos e outros crimes.
No Brasil, um acusado de assassinato cumpre em média 14 anos de prisão mas, ao cumprir um sexto da pena, é beneficiado com a progressão de regime para liberdade condicional.
Em maio do ano passado, o Mapa da Violência elaborado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso) mostrou que o RN foi o estado brasileiro onde mais cresceu o número de homicídios num período de dez anos, chegando a 272% entre 2002 e 2012.
Segundo a pesquisa, no mesmo período, a variação na taxa de homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes também foi a maior do país – 229,1%. De acordo com o Mapa da Violência – 2014, o número de homicídios no Rio Grande do Norte passou de 301 assassinatos em 2002 para 1.121 no ano de 2012.