Há não mais que treze anos atrás, nos percursos das minhas corridas, cruzava com pouquíssimas pessoas, mulheres então, era uma raridade.
Roupas descoladas? Não mesmo, era camiseta de propaganda de lojas e de política, short (calção) meia soquete e tênis basiquinho…
De repente, há alguns anos atrás…, “BOOM” Corridas de Rua, e já tínhamos dois marcos de Corridas, a Maratona do Rio de Janeiro desde a década de 80 e a gloriosa São Silvestre desde 1925.
E hoje são milhares de corredores pelo mundo, dezenas de corredores que cruzo em meus treinos, o que por vezes, me faz descordar empiricamente com as recentes pesquisas de índice de obesidade e excesso de peso, as quais o RN ainda se coloca em primeiro lugar da Região Nordeste com o maior índice de pessoas obesas e sobrepeso e a nível nacional em oitavo lugar em excesso de peso e em décimo segundo lugar em obesidade. E penso, com tantos corredores, mudanças de hábitos notáveis, durante os sete dias da semana o que se vê são pessoas caminhando e/ou correndo, como assim ainda somos detentores destes índices?
Modismo urbano? Em sendo ou não, não é apenas um tênis, uma roupa e um fone de ouvido. É muito, mas muito mais…
Tem que, ter uma alimentação saudável, através de um nutricionista, através de leituras na internet em sites confiáveis de saúde e bem estar ou ainda participando de programas de qualidade de vida, os quais dão ótimas dicas de saúde, alimentação e prática de atividades físicas. É muito importante acompanhamentos médicos, nutricionais e esportivos, para nos tornamos corredores de rua mesmo que amadores, porém com bom desempenho e com saúde.
Tem que, gostar de correr, curtir este momento tão íntimo entre você e as asas da sua imaginação, e ao mesmo tempo tão coletivo, um alivio dos estresses das relações cotidianas. Porque quando você corre, você entra um ser e sai outro muito melhor.
Tem que, ter um motivo, e que você seja sempre seu maior motivo, foco em você, disciplina, coragem, força e destemor.
Tem que, ter interação com os corredores que cruzam seu caminho, um olhar, um sorriso, um gesto, um incentivo “vamos lá”, “bora”, isso é muito importante. É gratificante demais quando nos cumprimentamos nas ruas da vida.
Tem que, ter educação. Oh! Educação? Sim, EDUCAÇÃO. Por muitas vezes o corredor, se desvia da famosa “corda de caranguejo-uçá” para o fluxo de carros, porque o paredão humano formado por três a quatro pessoas caminham e conversam, as vezes até param para “mímica” da conversa, sem literalmente se importar com os corredores do percurso, sem se incomodar com algumas faixas orientadoras como “exclusivo correr”. A invisibilidade humana é tanta, que o corredor ultrapassa este paredão, e ele não se desmancha. Espaços para corridas e caminhada é comum, é bem de todos, a educação se faz em olhar pro chão ou para o lado e saber qual é o seu “quadrado”, mesmo não havendo marcação, mas havendo educação é possível compartilhar o mesmo espaço entre runners e walkers.
Tem que, DESCANSAR, pois descansar também é treino. O corpo precisa do day-off.
É importante ler, que tal iniciar com o livro Operação Portuga – Cinco Homens e um Recorde a Ser Batido, Vidas Corridas?. Participar de Congressos on-line (pois o tempo é curto), a exemplo o CONAMARATONA (Congresso Nacional de Maratona), uma ferramenta que propiciou um aprendizado sem igual o qual acompanha todos os participantes até os dias de hoje, o CONARUN (1º Congresso On Line Nacional de Running) de 14 a 20 de setembro, já estou ansiosa pra novos aprendizados, eventos gratuitos e que propiciam conhecimentos científicos e práticos sobre Corrida.
Há mais de oito anos adotei a rotina de correr, estou sempre com ‘Sansão’ (meu tênis) e em minha melhor companhia, eu mesmo. Esta é minha escolha para enfrentar a velhice na minha melhor forma do meu corpo e mente, este é o meu projeto, nele encontra-se o melhor de mim. Choro, me emociono com meus resultados, eu me supero e me surpreendo a cada corrida.
“E a vida? E a Corrida, o que é, diga lá, meu irmão?”
É alma, é espírito de liberdade, é um eu contigo e com os outros, é um quê de sedução e sofrimento, de elegância e humildade, de solidão e coletividade, é um contentamento vicioso, é uma euforia a flor das pernas, é emoção a flor do cansaço, é uma renúncia prazerosa aos prazeres do álcool e das noitadas dos fins de semana, porque amo correr aos sábados e domingos. Correr se basta, é alimento para minh’alma! Se vivo, corro!
Eu vivo e corro, caminho.
Tu caminhas, corres, vives?
Ele corre, vive e caminha.
Nós vivemos e caminhamos, corremos.
Vós caminhais, correis, viveis?
Eles correm e vivem e caminham!
Magna Costa
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