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O volume de carros em Natal aumentou consideravelmente de alguns anos para cá. E a cidade, que tinha ares de provinciana, cresceu e não comporta a quantidade de veículos e onde estacioná-los. Conseguir uma vaga para carros tornou-se uma conquista em vias de grande movimento.

Foto: internet

Walter Pedro, secretário adjunto de Trânsito da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) disse que não pode resolver o problema por definitivo, pois é sem solução. “A cidade não tem a capacidade de absorver a quantidade de carros existentes”, afirma Walter.

O adjunto comenta que novos empreendimentos tem que, obrigatoriamente, colocar no seu projeto um espaço compatível a quantidade de carros que circulam na área, porém antigos prédios não têm como reformar suas estruturas.

Walter Pedro diz que a Semob tem dois projetos que estão sendo formulados para amenizar o problema da falta de estacionamento em três bairros da capital: Cidade Alta, Alecrim e Petrópolis. O primeiro deles é estacionamentos rotativos nas principais praças desses bairros, como Praça Gentil Ferreira, Praça André de Albuquerque, Praça Augusto Leite. “Esses estacionamentos seriam no subsolo e explorada numa Parceria Público Privado (PPP), pois a Prefeitura não tem como manter sozinha”, conta.

O segundo projeto também acontecerá nesses mesmos bairros, nas vias de maior demanda. “Este ainda está sendo avaliado e temos pretensão de apresentar e fazer parceria com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo)”, fala o secretário adjunto.

Fiscalizações
O adjunto da Semob comenta que as fiscalizações sobre os estacionamentos em locais proibidos acontecem onde há muita reclamação da população e mesmo assim não atende a necessidade. “Nós temos 35 agentes para cobrir a cidade toda e nos horários de pico vamos para os locais onde os cruzamentos e a mobilização é mais problemática”, desabafa.

A Semob está acima do limite de contratação de funcionários, já que são necessários, de acordo com o Ministério das Cidades, 300 agentes de trânsito para a população de Natal. O último concurso realizado foi anulado com suspeita de fraudes. Por isso, a Secretaria está orientando 50 fiscais de suporte para apoiarem esses agentes de trânsito que multam pelos estacionamentos indevidos. “Mas isso não resolve e não temos previsão de quando terá um novo concurso pelo problema financeiro que a Prefeitura enfrenta”, finaliza Walter.

Estacionamento privativo

Uma empresa baiana especializada há 20 anos em estacionamentos privativos chegou a Natal e em apenas três anos  já possui oito estacionamentos rotativos na capital, o que ajuda uma parte da população a estacionar seu veículo.

“Nossos serviços de boa qualidade fizeram que conquistássemos a população de Natal”, afirma Maurício Maeterlinck, gestor comercial da empresa no Rio Grande do Norte.

Maurício fala que a empresa ultrapassou a barreira de como os potiguares viam essas empresas que privatizam estacionamentos. “O povo não estava acostumado com a prática de cobrar uma tarifa, mas nós apresentamos bom atendimento, segurança, dentre outros serviços”, exclama.

Acerca do valor das tarifas, Mauricio explica “que o tempo mínimo para o não pagamento não é para resolver pendências no local, e sim para o consumidor decidir se vai ficar ou não no local”, e ainda acrescenta que os valores e o tempo mínimo dependem da área onde está o estacionamento privativo, que alia demanda x receita x custo.

O gestor repete a frase inglesa “no park, no business” [sem estacionamento não há negócio] que reflete a preocupação dos empresários em ter um estacionamento em seu empreendimento comercial.

Perguntado sobre o interesse de participar de uma PPP, Maeterlink fala que a política da empresa é expandir, mas deve haver “transparência, que gere benefícios a população”. “A mobilidade é uma necessidade, então precisa-se de um lugar para colocar este veiculo”, comenta Maurício.

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