Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Arte para compor a paisagem de Natal

16 de setembro de 2014

Notícia publicada na Tribuna do Norte:

Yuno Silva (*)
Repórter

Até o início do mês de dezembro, natalenses e turistas terão sete motivos a mais para visitar o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte em Candelária. Anunciado na manhã de ontem, o resultado final da primeira versão do edital “Museu Aberto de Esculturas” irá permitir que visitantes passem a contemplar não apenas a natureza como também a arte na forma de esculturas de grande porte. As sete esculturas selecionadas, com dimensões que variam de 1,5 metro a 3,5 metros de altura, serão instaladas de forma definitiva ao longo dos trajetos para passeio e caminhada que cortam o parque.

Cada artista receberá um prêmio aquisição de R$ 10 mil (brutos) para construir sua obra, que no caso serão de pedra sabão, concreto, marmorito e/ou cerâmica esmaltada. Os nomes selecionados pela curadoria foram Adriana Lopes, Edilson ‘Galêgo’ de Figueiredo, Emanoel Câmara Júnior, Guaraci Gabriel Campos, José Jordão Arimatéia e Paulo César ‘Rhasec’ Gonçalves. A comissão julgadora utilizou quatro critérios (listados no edital) para avaliar as propostas: solução artística, relação da obra com o entorno, tema e solução técnica.

“Avaliamos o tema, por exemplo, considerando o contexto do Parque da Cidade. Ou seja, se um artista faz um lagarto terá mais chances que outro que apresentou um prédio ou um foguete”, pontuou Flávio Freitas, artista plástico e diretor do Departamento de Artes Integradas da Fundação Capitania das Artes, setor responsável pelo edital. Outra questão importante analisada pela comissão foi o tipo de material utilizado, pois a durabilidade da obra é fundamental para um Museu Aberto sujeito a chuva, sol, vento e areia.

A proposta da Funcarte é que a cada ano a Prefeitura reedite o edital para aquisição de novas esculturas. “Acredito que essa iniciativa complemente a ideia de que o Parque da Cidade, além de reserva florestal, também pode ser um espaço para se apreciar arte”, avalia o diretor do Núcleo de Artes Integradas da Capitania.

Contemplados no edital para o Parque das Esculturas da Funcarte, sete artistas mostram projetos de esculturas gigantes em vários materiais. (Foto: Alex Régis)

Contemplados no edital para o Parque das Esculturas da Funcarte, sete artistas mostram projetos de esculturas gigantes em vários materiais. (Foto: Alex Régis)

Ele explica que, quem foi contemplado este ano está automaticamente impedido de participar em 2015 – mas liberado para apresentar novas propostas de dois em dois anos. Em 2014 treze artistas se inscreveram no edital, e como cada um podia apresentar até três obras, pouco mais de 20 trabalhos foram avaliados para se chegar a lista final com sete esculturas.

“Vale observar que além de viável, e com potencial de se integrar a paisagem, as obras precisam ser resistentes”, destacou Flávio Freitas, que dividiu a tarefa de escolher as obras contempladas com Ana Antunes, escultora experiente já premiada no Salão de Artes Visuais de Natal; e Regina Guedes, formada em Artes no exterior foi professora do Departamento de Artes da UFRN.

O artista-gestor confessa que “particularmente” não gosta da ideia de competição, de concurso, “afinal não existe trabalho artístico melhor que o outro”, mas o sistema de avaliação é um processo necessário até para se fortalecer as políticas públicas voltadas ao segmento. “O que fizemos foi um esforço para a seleção ser a menos injusta possível. É sempre uma experiência angustiante pra mim”, admite.

Espaço limite
A princípio os artistas selecionados iriam produzir no próprio Parque da Cidade, mas os custos para dar suporte local inviabilizaram a proposta – que poderá ser retomada na próxima versão do edital. “Seria interessante os artistas produzirem por lá, até para gerar interesse nas pessoas, mas o que pudemos garantir desta vez foi o transporte das obras, que requer toda uma logística devido as dimensões e peso dos trabalhos”, disse Flávio.

Ele frisa que há um limite físico no Parque, “não é infinito, mas temos bastante espaço (130 hectares). Nada impede de, no futuro, relocarmos ou mesmo transferirmos obras de lugar”, avisa.

Para Dácio Galvão, presidente da Funcarte e Secretário Municipal de Cultura, “a iniciativa reforça ações nas áreas de artes visuais e museologia, inclusive por estar em consonância com uma tendência transversal de estreitar a arte dos museus com o meio ambiente. Um exemplo típico é o Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, que passou a ser um museu a céu aberto”, citou o gestor.

“Com o Museu Aberto ganhamos nos aspectos artísticos e ambientais, reforçando as políticas públicas para o segmento”, finaliza Dácio.

O edital também prevê a produção de catálogo impresso e digital com as obras selecionadas, incluindo mapa de localização e apresentação dos artistas e também instalar a sinalização de identificação das obras no Parque da Cidade, com recurso no valor de R$ 5 mil.

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