Confira noticia publicada na Tribuna do Norte:
Vinícius Menna – Repórter
A Copa do Mundo chegou e está mexendo com a economia potiguar. Hotéis, restaurantes, bares, lojas, transportes: todos foram impactados, seja positiva ou negativamente, com a chegada a Natal de mais de 27 mil estrangeiros e 144 mil brasileiros, segundo o Ministério do Turismo (MTur). Em 12 dias, a capital potiguar está recebendo um número de turistas de fora do país equivalente a dois terços dos 40 mil estrangeiros contabilizados pelo MTur em 2012 – dado mais recente. Mas esse movimento é capaz de fomentar o turismo internacional no RN? Agora que a Copa é uma realidade, é possível dimensionar o legado que vai ficar?
Logo depois do apito final soar na Arena das Dunas para Estados Unidos e Gana, na segunda-feira, a Avenida Miguel Castro estava repleta de americanos que comemoravam a vitória de sua seleção com cerveja em mãos e sorriso no rosto. Em Ponta Negra, ganeses e brasileiros dançavam ao ritmo do som africano no evento Ghana in Brazil, elevando em cerca de 40% as vendas dos bares na área. Por outro lado, no dia seguinte, o comércio de rua do Alecrim e do centro da cidade vivenciavam um esvaziamento, com queda estimada em 50%. Esse contraste tem sido a tônica da Copa, que se estende até a terça (24) em Natal: se para alguns os números do faturamento tem sido bons, para outros, a queda nas vendas é motivo de preocupação.
A estimativa do Ministério do Turismo (MTur) é que nos 12 dias de Copa em Natal mais de 170 mil turistas – entre brasileiros e estrangeiros – desembolsem mais de R$ 311 milhões na cidade. Só entre os turistas de fora do país, a média de gastos no Brasil é de R$ 5.500 por pessoa, dinheiro que vai para hotéis, bares, restaurantes e transportes.
Só nesse período, serão 27.945 estrangeiros em Natal, o que equivale a dois terços – 69% – dos cerca de 40 mil desembarques internacionais registrados no Rio Grande do Norte em 2012 (dado mais recente do MTur). Mas o dinheiro desse “batalhão” não se espalha pelo comércio da cidade de maneira uniforme.
Na Miguel Castro, a casa de lanches Waynes Burger Star aumentou as vendas nos dias de jogos em Natal. “No dia de Estados Unidos e Gana, foi como um fim de semana inteiro”, conta o dono do estabelecimento, Jozimar Alves de Lima Júnior. “Já nos dias de jogos do Brasil, vendemos menos. É um resultado positivo durante os jogos da Arena, mas nos outros dias o movimento é reduzido”, completa.
Também no entorno do estádio, o Pittsburg registrou crescimento de 60% nas vendas nos dias de jogos em Natal. A média do mês deve ficar em torno de 30%, diz o gerente Ivanilson Cavalcante. “Mesmo nos jogos do Brasil, tivemos bom movimento. Embora não tenha sido como o esperado durante o jogo, depois as pessoas começam a chegar”, relata. Ele acrescenta que foram necessárias horas extras e a contratação de oito funcionários para a demanda.
Por outro lado, mesmo com o bar próximo da Arena, Luiz Alves, dono do Candel Bar, reclama da baixa nas vendas. “Tive queda de 40%. Acho que é porque as ruas ainda estão interditadas por causa das obras. A fiscalização da Lei Seca também está mais forte nesse período, então influencia”, diz.
No comércio de rua, os primeiros dias de Copa em Natal registraram prejuízo de cerca de 50% nas vendas. No caso dos shoppings, o decréscimo chegou a 20%. Até mesmo nos hotéis, os números variam. O Imirá Plaza garantiu ocupação média de 90% nos dias de jogos em Natal, mas entre uma partida e outra, os números caíram. “No último jogo, de Itália e Uruguai, vamos ter ocupação baixa”, diz a gerente comercial, Brenda Rufino.
© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados
O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.