Bons ventos para o RN

31 de outubro de 2012

Notícia publicada no caderno de Cidades do Novo Jornal:

O Rio Grande do Norte tem despontado como um dos maiores potenciais brasileiros na produção de energias renováveis, com destaque para a energia eólica. Com o Brasil ocupando o 21º lugar no ranking dos produtores mundiais desta fonte, os estados do nordeste são visto como os principais centros para investimento. Para o RN, as perspectivas são boas: a partir de 2013, 61 novos parques eólicos serão instalados no estado, o que movimentará até R$ 8 bilhões em recursos federais e estaduais. A energia que será ofertada pode chegar a 3.012 megawatts (MW), o que elevará o estado ao status de maior fornecedor de eólica no Brasil.

Foto: riograndedonorte.net

Mais do que apenas investir nessa produção, no entanto, o governo do estado tem estudado como garantir a formação de uma rede cooperativa entre empreededores e inovadores tecnológicos para a manutenção do desenvolvimento. É o Instituto Internacional de Tecnologias em Energias Renováveis. O projeto, elaborado em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), já possui projeto arquitetônico finalizado e será construído em um terreno doado pela universidade ao lado do Instituto Internacional do Cérebro, no município de Macaíba. O projeto aguarda liberação dos recursos por parte do governo federal.

“A expectativa é fazer com que o estado desenvolva estudos avançados no âmbito do desenvolvimento tecnológico, atraindo pesquisadores nacionais e internacionais ao mesmo tempo que estimula a formação de uma rede de empreendedores na área”, explicou a presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa no RN (Fapern), Maria Bernadete Cordeiro. O anúncio foi feito na manhã de ontem, na cerimônia de abertura do 2º Congresso Fapern de Ciência, Tecnologia e Inovação do RN. O congresso englobou três eventos sobre inovação tecnológica e empreendedorismo, tendo o seu ápice hoje com o II Workshop para Formação de Redes Cooperativas Integradas em Energia Eólica.

Apesar de ser um dos principais projetos no âmbito do desenvolvimento tecnológico no estado para os próximos anos, o Instituto Internacional de Energias Renováveis não é o único. A Fapern, agência estadual de fomento à inovação, mantém mais de 200 projetos que englobam diversos níveis da pesquisa científica, e acaba de receber mais R$ 25 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para novos investimentos.

Entre os projetos maior de destaque estão o PRONEX (Programa de Apoio à Núcleos de Excelência), o PRONEM (Programa de Apoio à Núcleos Emergentes), o PPP (Programa Primeiros Projetos). O mais recente é o PIBIC Júnior (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), que estende a iniciação científica às escolas públicas de ensino médio e já conta com edital aberto para inscrições.

Segundo a presidente da Fapern, os projetos mantidos pela agência nasceram para atender a “necessidade de interação cada vez maior entre a produção acadêmica e o mercado”. construindo a tão falada ponte entre o conhecimento produzido dentro das universidades e o mercado. Em termos práticos: todo pesquisador que precisa de investimentos em projetos ou pesquisas que visem o desenvolvimento econômico ou tecnológico está apto a receber recursos através de editais da agência de fomento.

Não que a construção desse vínculo tenha sido fácil. De acordo com Maria Bernadete Cordeiro, a Fapern não conta com uma cota fixa de recursos a serem recebidos no orçamento estadual. “Por muitos anos não foram feitos os repasses estaduais que complementam os recursos da agência. Nós recebíamos de R$ 5 a R$ 6 milhões quando deveríamos receber R$ 20 (milhões). Nos últimos dois anos, no entanto, o esforço é para que o repasse percentual seja fixado e nós passemos a receber 0,5% de recursos do orçamento estadual para investimentos”, estimou.

Incentivo

A aprovação da Lei de Inovação Estadual, que está tramitando nas comissões da Assembleia Legislativa, é apontada como outro fator que pode garantir o desenvolvimento tecnológico do RN. Baseada na Lei Federal 11.196/2005, a lei de inovação estadual regulamenta os incentivos fiscais concedidos às empresas que investem na produção tecnológica dentro das universidades. É o modelo tríplice-hélice: uma parceria entre governo, empresa e universidade.

Não há dúvidas, porém, quanto à questão de que o investimento inicial para o desenvolvimento tecnológico deve ser feito no âmbito acadêmico. O professor Ricardo Oliveira Guerra, da UFRN, é um dos que recebe investimentos em sua pesquisa de doutorado sobre “Carga lostática em pessoas idosas” ou, trocando em miúdos, as mudanças que ocorrem na resposta que o corpo dá ao ambiente externo após o envelhecimento. Segundo o médico, uma deficiência nesse sistema de estímulo-resposta é um dos fatores causadores de doenças conhecidas, como obesidade e diabetes.

Com o projeto aprovado há dois anos, o professor recebeu R$32 mil através do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) para investir na pesquisa. “Consegui fazer uma pesquisa com 251 idosos, fazendo exames de todos os tipos e entendendo como eles vivem. Acho que os programas oferecidos pela agência são fantásticos porque dão oportunidade para o pesquisador trazer o conhecimento e, ao mesmo tempo, dá resposta à necessidade de inovação da sociedade”, opinou.

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