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Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

Jornal 96 – Resenha 2014

Audio da participação de hoje, ao vivo no Jornal 96, na resenha do ano de 2014.

19 de dezembro de 2014

EUA + Cuba = Brasil acertou em cheio

A notícia do dia ontem nos jornais e redes sociais foi a reaproximação história entre EUA e Cuba após 53 anos de rompimento.

Os dois países surpreenderam o mundo anunciando que reabrirão suas embaixadas. O chamado pacote de “normalização” foi negociado secretamente por um ano e cinco meses, a partir de conversas para liberação de prisioneiros dos dois países. As reuniões entre as equipes ocorreram no Canadá e no Vaticano. O Papa Francisco foi figura fundamental nas negociações e ontem Barack Obama e Raúl Castro agradeceram ao Papa, por ter incentivado o acordo. Mais uma vez, um argentino escrevendo história em Cuba… Segundo consta, o líder cubano Fidel Castro não participou diretamente de nenhuma conversa com os EUA.

Além de anunciar a reabertura de sua embaixada em Havana, Obama declarou abertamente que vai pressionar o Congresso pelo fim do embargo econômico. O governo americano acredita que há apoio suficiente na sociedade americana para o reatamento com Cuba. Pesquisas recentes apontam que 56% dos americanos em geral e 60% do residentes da Flórida e dos latinos favorecem este movimento. À minoria dissidente, mas normalmente barulhenta, Obama assegurou que a ênfase na questão dos direitos humanos continuará tão forte quanto antes, só que agora com engajamento e diálogo direto, que ele acredita serem muito mais efetivos do que o bloqueio e o isolamento.

Efeitos práticos imediatos disso tudo: mais americanos poderão viajar para Cuba a negócios, em missões religiosas e humanitárias e com propósito cultural e educacional; e vários itens foram incluídos na lista de produtos e serviços autorizados a serem exportados para Cuba. Entre eles, equipamentos de telecomunicações, materiais de construção e máquinas e utensílios para a agricultura familiar e comércio urbanos, como barbearias e restaurantes. Além disso, aumentaram os limites de remessas de dólares para Cuba, e as instituições financeiras dos EUA vão poder abrir contas em contrapartes cubanas, assim como será liberado o uso de cartões de crédito e débito americanos em Cuba. As viagens a turismo dos cidadãos americanos sem laços com Cuba, porém, continuam proibidas por força da lei que estabeleceu o embargo, que depende de decisão do Congresso.

E nós com isso? Pois é. Lembram-se daquele porto em Cuba que o BNDES ajudou a financiar e foi objeto de críticas principalmente durante a campanha eleitoral? Pois bem, o tal Porto Mariel está a 200 km da costa da Florida, distância menor que Natal-Mossoró. Imagine como este porto vai ter negócios a partir desta abertura, gradual mas irreversível. Na época, o governo brasileiro chegou a defender o projeto dizendo que antevia uma abertura ao embargo, já muito desgastado pela história. Esse porto vai concorrer com o Porto do Panamá, um dos maiores do mundo, para navios de grande porte. O raciocínio foi justamente entrar antes para já estar lá quando caísse o embargo. Parece que acertaram em cheio. Hoje o Brasil é um dos países mais bem posicionados para se beneficiar deste novo cenário.

Prontos para os charutos puros?

porto de mariel cuba pq

Porto de Mariel (Cuba)

17 de dezembro de 2014

Aeroporto de Natal: interpelar para não intervir.

Luzes apagadas, ar desligado, somente alguns guiches de checkin funcionando, somente um raio-x aberto, restaurantes vazios. Este foi o quadro que eu encontrei ao embarcar ontem pela manhã no Aeroporto Internacional de Natal, em São Gonçalo do Amarante. Contenção total de despesas total e evidente.

Então a pergunta que se faz é: de onde estão tirando receita para funcionar?
Só pode ser das tarifas aeroportuárias cobradas das companhias aéreas para utilização do aeroporto, o que impacta diretamente no preço das passagens. Talvez isso explique porque Recife é mais barato (ah! Mas tem mais movimento!) mas João Pessoa também é (chega a ser metade do preço, mas tem metade do nosso movimento!). Como se explica isso? Só pode ser pq o AEROPORTO de NATAL custa mais caro para ser utilizado!

Como eu dizia na semana passada, há mais do que simplesmente a redução do ICMS do QAV a fazer para a coisa melhorar.

ASGA Projeto Original 1

Construído e inaugurado às pressas provavelmente para agradar a vaidade e o bolso de uns e outros, o ASGA saiu totalmente diferente do que estava no papel. Era um HUB de carga com intenção de acomodar montadoras e fábricas (que receberiam componentes de diversas origens) além de distribuidores de grande escala que fariam ali a desagregação para destinos regionais. O FOCO do aeroporto novo era este! Inclusive sem a necessidade de descontinuidade do Augusto Severo. Era um aeroporto especial, estratégico para o Brasil e para o Nordeste. Não apenas um “seis por meia dúzia” para mudar de endereço e acenar com maior movimentação de passageiros nas décadas futuras (coisa que o Augusto Severo também teria condições de suportar, com obras de porte bem menor).

ASGA Projeto Original 3 Acessos

Era, portanto, um aeroporto que não tinha pressa para operar para a Copa, pois dispúnhamos nada menos do que do Aeroporto mais eficiente da Infraero, como foi apontado o Augusto Severo poucos meses antes de fechar. Tínhamos portanto tempo e interesse em desenvolver melhor o novo projeto, com a execução completa dos acessos, com a integração ou incorporação de uma ZPE ou área incentivada industrial semelhante, com integração a um sistema de auto-abastecimento de energia, até com uso de fontes renováveis, enfim, um equipamento que não ficasse apenas bonito por fora pra inglês ver; mas fosse também inteligente e funcional para o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte.

ASGA Projeto Original 4

Uma vez construído, do jeito e com a pressa que foi, o aeroporto novo não deve ser crucificado, mas clama por uma interpelação governamental estadual (em função da sua importância estratégica para o turismo e vários outros segmentos da nossa economia) e por cobranças por parte da população e de seus usuários. Me arrisco a dizer que se nada disso funcionar, este aeroporto é forte candidato a uma intervenção federal (já que é uma concessão federal – a primeira realizada inteiramente a uma empresa privada, sem a participação da Infraero sequer no consorcio!) ainda nos primeiros 3 anos de seu funcionamento!

Então, é papel do Governo do Estado, e da bancada estadual, verificar quais as metas e obrigações desta concessão federal para cobrar o seu cumprimento integral em favor dos usuários (empresas e passageiros), dos fornecedores locais e da população em geral. Porque do jeito que vai, não vai bem não!

ASGA Projeto Original 2

9 de dezembro de 2014

O Aeroporto está Nu!

Interditado para cargas pela ANVISA, o Aeroporto de Natal (São Gonçalo do Amarante) já passou da hora de ser questionado quanto ao seu real modelo de negócios, viabilidade e gargalos.

Passou a Copa, passaram as eleições. Agora é hora do novo governo tomar uma posição de força e liderar uma discussão ampla quanto a isso.

A verdade é que o Aeroporto está NU!

Comentário no Jornal 96 desta 3aF 02/NOV/2014.

O Aeroporto está Nu | @JPPrates no @Jornal96 | 02/NOV/2014
https://soundcloud.com/jean-paul-prates/o-aeroporto-est-nu-jpprates-no

terminal-de-cargas-do-aeroporto-aluizio-alves-no-rn-e-interditado1417199425

2 de dezembro de 2014

O papel dos estados brasileiros no desenvolvimento das fontes alternativas de energia.

O papel dos governos estaduais no setor energético brasileiro aumentou tremendamente a partir da abertura desta área, bem como do setor de petróleo, ao investimento privado – nacional e estrangeiro. Antes, estes setores eram sujeitos a um monopólio legal, tanto quanto a investir quanto a operar geração de energia.

O papel dos governos estaduais era quase nenhum, a não ser o de assistir passivamente a ordem de prioridade dos investimentos das empresas estatais, e pleiteá-los através de seus congressistas.

A partir do final dos anos 90, sem que qualquer reversão deste processo tenha ocorrido mesmo na troca de presidentes, o Brasil manteve consistentemente abertas as oportunidades para o investimento no setor energético. No modelo de leilões federais, implantado pela Administração Lula da Silva/Dilma Rousseff, esta participação cresceu substancialmente, devido à atratividade, competitividade e transparência das regras adotadas. Prova disso é a inscrição recorde de mais de 1000 empreendimentos energéticos para o próximo leilão, em novembro deste ano.

Portanto, apesar do marco regulatório de energia ainda ser majoritariamente federal, os governos estaduais têm desempenhado um papel cada vez mais relevante para a atração e manutenção do investimento energético no Brasil.
É no âmbito estadual que se deve prestar grande parte do apoio eficaz para o bom ambiente de investimentos neste setor, inclusive com ações nas áreas de logística, infraestrutura, segurança, gestão fundiária e licenciamentos devidos. O Estado também deve se integrar, em alto nível, com as entidades governamentais e setoriais nacionais, para exercer o seu papel nas conquistas importantes para esta indústria.

Um exemplo disso foi a trajetória que tive a oportunidade de liderar no meu estado, como Secretário de Estado de Energia, entre 2008 e 2010. Na época, o Rio Grande do Norte – um pequeno estado da região Nordeste com um histórico de muitos desafios sociais e econômicos – era basicamente um importador de energia localizado no ponto extremo final do sistema de linhas de transmissão nacional.

O estado não gerava nenhum MW até 2003, apesar de um enorme potencial eólico e solar, e de ser um dos grandes produtores de petróleo e gás no Brasil. A partir de 2008, passou de 50MW para mais de 1GW de potência instalada, majoritariamente eólica. Este desempenho se deu graças a um direcionamento da gestão estadual no sentido de apoiar o setor eólico, seus empreendedores, fornecedores e força de trabalho. Com ações específicas, definidas em consenso com a indústria, conseguimos imprimir agilidade, eficácia e segurança a todas as etapas de concepção, viabilização e implantação dos parques eólicos instalados no Estado. Isso assegurou mais de 10 bilhões de reais em investimento, somente em eólicas.

Hoje, apenas em energia eólica, além de ter sido o primeiro estado brasileiro a superar o primeiro GW (1.000 MW) eólico em maio passado, o Rio Grande do Norte foi atingirá 1.6GW (1.600MW) eólicos instalados até o final deste ano de 2014 consolidando a liderança nacional na geração de energia a partir dos ventos e servindo de referência para tudo o que se faz nesta área, no Brasil. Percalços como o atraso das linhas de transmissão, ocorrido entre 2011 e 2013, não deverão se repetir, e o RN já tem, assegurados por leilões federais, outros 2,3GW (2.300MW) contratados, ou seja, pelo menos outros 12 bilhões de reais em investimentos que ingressarão no Estado entre 2015 e 2017 e precisarão de apoio e atenção na fase crítica de sua execução.

Igualmente importante é a atuação dos estados brasileiros para desenvolver e consolidar outras fontes de energia renovável, a partir da excelente base já conquistada junto ao setor eólico. Tanto para esta, quanto para as demais fontes energéticas emergentes, será relevante o apoio e a participação dos governos estaduais nas iniciativas referentes a pesquisa e desenvolvimento tecnológico bem como a capacitação e reposicionamento de profissionais e empresas locais visando assegurar um efeito multiplicador positivo dos investimentos setoriais na economia local.

Artigo publicado em inglês na revista RECHARGE Edição Especial Brazil WindPower (agosto/2014).

JPP Recharge Article

3 de setembro de 2014

Querido Focinho

Blog dedicado à proteção animal.  Dicas, notícias,  eventos, anúncios e tudo o que envolve os animais sem lar

26 de março de 2014

A manda à mesa

As melhores lembranças que guardo envolvem, de alguma
maneira, comida. Sempre tive fascínio por gastronomia e, glutona que sou, amo comer
bem e falar a respeito das boas refeições que já fiz e bons pratos que já provei.

Claro que nem tudo é palatável, nem todos os lugares são
bons; mas conhecer o que o mundo tem a oferecer, em relação à comida, é muito
importante.

Esse espaço é para mostrar um pouco da gastronomia de Natal,
vista através dos meus olhos e experimentada pelo meu paladar.

Espero que você aprecie.

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13 de maio de 2013

SustentHabilidade

Jean-Paul Prates – 2013-ATUAL – DIRETOR-GERAL DO CERNE | 2008-2010 Secretário de Energia do Governo do Estado do Rio Grande do Norte | 1995-2008 Diretor-Presidente (EXPETRO), Diretor-Presidente (Gulf Brasil); Sócio (Prates & Associados-Adv) | Consultor do Ministério das Minas e Energia (co-autor do marco regulatório do petróleo e dos royalties| Colunista O Globo; Colaborador (O Globo, O Estado de SP, Bloomberg, GloboNews, CNN); Editor da Oil & Gas Journal LatinoAmericana.

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20 de fevereiro de 2013

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