Deu no caderno de Economia da Tribuna do Norte:

O comércio de Natal vai criar 3,5 mil empregos temporários até o final do ano. Só os shoppings oferecerão mais de mil oportunidades. O número total é 10% maior que o registrado no ano passado, quando o setor abriu 3,2 mil vagas. A alta, interpretada como um bom sinal pelo setor, é reflexo da adoção de medidas como redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para móveis e eletrodomésticos, corte das taxas de juros, e aumento da oferta de crédito, segundo Adelmo Freire, superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL).

Maria Aparecida Tarquínio (de cabelos escuros): trabalho de final de ano virou efetivo em loja na cidade. (Foto: Aldair Dantas)

Boa parte das lojas já começou a receber currículos. As contratações ocorrem, geralmente, em novembro. A maioria das vagas é destinada a vendedores. Adelmo não tem dúvida: o fim de ano é uma boa oportunidade para quem quer entrar no mercado de trabalho. Segundo estimativa da CDL, entre 10% e 15% dos temporários são efetivados ao final do contrato. Maria Aparecida Tarquínio, 38, sabe bem disso. Ela trabalha há 14 anos na Narciso, na avenida Rio Branco, centro da cidade. “Achei que não ia ser efetivada. Não tinha nenhuma experiência. Era o meu primeiro emprego”, relembra. Aparecida  passou por praticamente todas as funções e hoje trabalha como auxiliar administrativo.

Segundo Karla Botelho, gerente de marketing do Natal Norte Shopping, as próprias lojas se responsabilizam por treinar os funcionários recém-admitidos. Só este ano, o Natal Norte Shopping, segundo ela, deverá contratar 385 pessoas. O Praia Shopping pretende contratar 100 e o Midway Mall, mais de 800. O número, de acordo com Denerval Júnior, empresário e presidente da Associação de Lojistas do Midway, pode ser ainda maior, graças às medidas adotadas pelo governo federal.

INAUGURAÇÕES

Além das contratações de temporários, inaugurações ajudam a aquecer o setor varejista e o mercado de trabalho. O Midway Mall, por exemplo, prepara a abertura de quatro lojas, inicialmente, até o final deste mês: Casas Bahia, McDonald´s, Le Biscuit e uma central de atendimento da Oi. Recentemente, a Casas Bahia, rede varejista de móveis e eletrodomésticos, anunciou que vai abrir mais duas lojas no Rio Grande do Norte – uma em Mossoró e outra em Parnamirim. E abriu seleção para contratar 64 funcionários. A entrega de currículos já terminou e as entrevistas estão sendo realizadas nesta semana.

Outras vagas efetivas devem ser geradas no shopping Cidade Jardim, com a abertura de uma loja Americanas Express, em novembro, no Praia Shopping e no Natal Norte Shopping, que também anunciaram recentemente a ampliação do número de lojas. O Natal Shopping, que deverá inaugurar 69 lojas até setembro de 2013,  foi procurado, mas a assessoria de imprensa não foi localizada para informar a previsão de abertura de vagas temporárias este ano.

Experiência como temporário amplia chance de efetivação

Um estudo feito pela International Confederation of Private Employment Agencies (CIETT),  representada pelo Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem) no Brasil, revela que a chance do trabalhador conseguir um novo emprego aumenta em 60% após uma  experiência como temporário.

O levantamento mostrou que  antes de serem contratados para uma vaga temporária, o percentual de trabalhadores oficialmente registrados como desempregados era de 37%. Um ano depois, após uma experiência temporária, este percentual caiu  15%, menos da metade.

PROPULSOR

“A constatação confirma que o trabalho temporário tem sido utilizado como propulsor profissional, primeiro do desemprego para o emprego, e depois, de um contrato temporário para a efetivação”, explica Vander Morales, presidente do Sindeprestem, em nota enviada à imprensa. Em Natal, Maria Aparecida Tarquínio, 38 anos, citada no início da reportagem, não tem dúvida quanto a isso. Até hoje ela trabalha na empresa que a contratou para um serviço temporário no fim de ano.

A abertura de vagas para trabalho temporário, com chances de efetivação, também deverá ajudar a dar novo ânimo ao mercado potiguar. Isso porque o Rio Grande do Norte vinha,  até então, registrando um crescimento fraco do número de empregos formais. Segundo dados do Registro Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados na última terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o RN fechou 2011 com o terceiro menor crescimento no número de empregados formais do país e o menor do Nordeste.

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