Confira os investimentos em usinas eólicas no RN

20 de março de 2013

Notícia publicada no blog de Aldemir Freire:

O RN possui hoje, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 14 usinas eólicas construídas cuja capacidade de operação chega a 395,2 mwh. Além destas, o estado conta com outras 44 usinas em construção, que podem gerar até 1.143,8 mwh.

Ao fim do atual ciclo de construções o estado terá um total de 58 parques eólicos com capacidade instalada de praticamente 1.540 mwh.

Esses números, porém, ainda não dão conta do volume total de investimentos programados para o setor. Segundo o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no RN o estado conta com 78 usinas eólicas em diferentes fases de implantação. Algumas delas já estão construídas, outras em construção e ainda um bom número aguardando a licitação das obras.

Foto: blog Aldemir Freire

Foto: blog Aldemir Freire

As usinas eólicas a serem instaladas no RN e listadas no PAC  demandarão investimentos da ordem de R$ 9,4 bilhões entre 2011 e 2014. Será o maior pacote de investimentos realizados no estado nesse período. Nenhum outro conjunto de investimentos no RN demandará tantos recursos quanto a instalação das usinas eólicas.

O litoral norte do estado, notadamente em João Câmara e Parazinho, irá liderar os investimentos em energia eólica no RN. Segundo os números da ANEEL (que conforme vimos ainda não são completos pois não dão conta daqueles investimentos que estão em fase de preparação para o início da construção), em João Câmara serão instalados 16 parques eólicos com capacidade de 412,6 mwh. Em Parazinho se localizarão outros 13 parques cuja capacidade de geração chegará aos 374 mwh.

O setor eólico no estado enfrenta hoje um problema para escoar a energia gerada. Falta a construção, por parte da CHESF, de linhas de transmissão ligando os parques eólicos à rede de distribuição. A empresa tem prometido que até o final do ano esse problema será resolvido.

Infelizmente, apesar do RN vir se constituindo em um dos principais polos de geração eólica do país, costumo dizer que nós ficamos com a “costela” da cadeia de geração eólica. Mesmo com todos esses investimentos e com o grande volume de equipamentos necessários para a construção desses parques o estado não conseguiu atrair uma única fábrica produtora desses equipamentos. Todos os insumos de alto valor agregado utilizados para construção dessas usinas estão vindos de fora.

Foto: blog Aldemir Freire

Foto: blog Aldemir Freire

O principal fator limitante para não termos atraído tais indústria foi a falta de um porto com localização adequada para a movimentação de tais cargas. Dadas as dimensões dos equipamentos envolvidos o porto de Natal (no centro da cidade) não possui condições operacionais para a entrada e saída desses equipamentos.

Como resultado disso teremos que o impacto do setor na economia estadual será relativamente limitado e restrito ao período de construção dos parques. Após a construção dos mesmos a capacidade destes de geração de empregos e tributos é bastante limitada. Salvo o pagamento aos proprietários dos terrenos onde irão se localizar as torres de geração, o impacto na economia local fica bastante reduzido após a usina eólica ser construída. Primeiro porque ela emprega muito pouca gente, depois porque a energia elétrica gerada não é tributada via ICMS na geração, o tributo incide no consumo. Portanto, não sobrará nem empregos nem tributos desses parques.

Caso tivéssemos atraído indústrias de equipamentos, essas gerariam emprego, renda e tributos para os cidadãos potiguares. Além disso, não estava restrito ao período de construção dos parques. Tais indústrias teriam como mercado o mundo inteiro.

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