SustentHabilidade

Jean-Paul Prates é advogado e economista. Especialista em energias e recursos naturais. Foi secretário estadual de energia do RN (2007-2010). Senador-Suplente de Fátima Bezerra (RN). Presidente do CERNE e do SEERN. Trabalha e investe em projetos relacionados a energia renovável, petróleo/gás, infra-estrutura e sustentabilidade. LinkedIn: jpprates.

RN terá que cobrar novas linhas de transmissão

1 de outubro de 2015

 
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim afirmou esta semana que o Nordeste não corre risco de sofrer com risco de falta de energia. Segundo ele, o aumento da oferta de energia eólica e térmica na região tem sido fundamental para que o Nordeste ultrapasse o período de seca sem temer a falta de energia.
Hoje, um terço da energia gerada no NE é de fonte eólica, outro terço é de origem termelétrica (gás ou biomassa), e apenas o terço restante vem dos grandes complexos hidrelétricos de Paulo Afonso (BA) e Tucuruí (PA).
 
Portanto, mesmo enfrentando uma seca severa há cerca de três anos (a maior dos últimos 100 anos, no NE), as eólicas e as térmicas vêm garantindo a oferta de energia na região.
 
Graças também à integração do sistema de transmissão nacional, mesmo no caso do agravamento da seca na Região Nordeste, ainda terá o subsistema Sul, que, com a chuva excedente, poderá por meio do SIN mandar energia para cá.
 
O governo federal colocou, somente em 2013 e 2014, quase 20 mil quilômetros (km) de linhas de transmissão em operação e isso aumentou muito a capacidade de intercâmbio entre as regiões.
 
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A nota negativa: analisando o site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vê-se que foi divulgado o Plano de Ampliações e Reforços nas Instalações de Transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) 2015 – 2017.
 
Nesse plano não consta nenhuma obra relacionada ao RN e essa semana, a partir de consultas individuais de vários empreendedores para se habilitar ao leilão federal de novembro (usinas eólicas e solares), foi definitivamente diagnosticada a certeza da incapacidade de conexão de novos projetos eólicos e solares no RN no curto prazo.
 
Ou seja, estivemos DE NOVO desatentos quanto a cobrar do Governo Federal, que nos inclua no planejamento da nossa infra-estrutura para transmissão de energia, historicamente montada em cima de pleitos locais.
 
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É papel do Estado é defender e aprimorar a SUA atratividade e competitividade. Não adianta deixar passar, e depois culpar o Governo Federal por tudo. É nosso dever participar destas discussões e não ficar passivamente assistindo o Ministério e as agências federais fazerem seus planejamentos sem participar deles.
 
Pelo que sei, o Secretário Flavio Azevedo (que acabou de assumir, e já pega este abacaxi pela frente, fruto de meses de inércia pré e pós eleitoral a respeito do setor que mais injeta dinheiro na economia potiguar há mais de 5 anos), já está analisando e trabalhando na mobilização de forças e argumentos para que o RN chame a atenção do absurdo que é não levarem em conta a nossa “bacia de ventos” comprovadamente uma das melhores do mundo, a nossa liderança nacional, o nosso pioneirismo desbravador neste setor e principalmente o enorme potencial que ainda temos pela frente – tanto em eólica quanto em solar – mais do dobro do que já temos atualmente produzindo. Não se trata de pedir dinheiro, e sim de colocar o RN no mapa das novas concessões de linhas – que são licitadas e construídas por capital privado. Aqui há vento e sol, há projetos eólicos e solares, portanto, não faltarão investidores para viabilizar o seu escoamento.
 
Este assunto é urgente, e tenho certeza que assim será tratado tanto pelo Secretário quanto pelo Governador e pelas demais lideranças políticas do nosso Estado.
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