Notícia publicada na Tribuna do Norte:

Yuno Silva
Repórter

Clássico, descolado, sóbrio, colorido… qualquer que seja seu estilo é bem provável que você encontre um lugarzinho para chamar de seu entre os 40 ambientes criados especialmente para ilustrar a segunda edição da Casa Cor Rio Grande do Norte, evento que reúne designers e arquitetos de interiores entre 17 de outubro e 30 de novembro na sede social do Clube América, no Tirol. A franquia potiguar da Casa Cor, iniciativa surgida em São Paulo em 1987, faz parte de uma rede de 20 eventos espalhados pelo Brasil e outros seis internacionais realizados na Bolívia, Chile, Equador, Peru, Panamá e Uruguai.

Ao longo do período a Casa Cor RN promove semanas temáticas de Moda (28 a 30/10), Design (4 a 6/11), Gastronomia (11 a 13/11) e Vinhos (18 a 20/11). Em Natal os ambientes da mostra foram divididos em duas alas, residencial e empresarial, e, além de proporcionar contato com as tendências e novidades do mercado de móveis e decoração, o público também confere peças funcionais de artesanato expostos na lojinha Brasil Original (curadoria do Sebrae-RN) e saboreia receitas exclusivas do bistrô Dos Mares elaboradas pela chef Gracinha Ferreira – ou seja, vale uma visita com tempo de sobra para desfrutar o passeio, buscar inspirações e conhecer soluções criativas que podem ser adaptadas de acordo com o gosto e o bolso de cada um. “Este ano a Casa Cor propõe ambientes variados no perfil e projetados com racionalidade”, disse o jornalista e artista plástico César Revoredo durante coletiva para a imprensa realizada na manhã de ontem. “Temos um circuito (de ambientes) pensado para completar o ciclo de vida dos visitantes. Soluções para morar, trabalhar e momentos de lazer”, acrescentou na ocasião o empresário Luciano Almeida, que divide com Revoredo a franquia local da mostra.

Para receber a Casa Cor RN, a sede social do América foi totalmente recuperada e preservada, por dentro está irreconhecível, e no final das contas as benfeitorias no imóvel ficarão como legado para o clube: a sala da presidência, projetada pelas arquitetas Denise Melo e Cláudia Queiroz, poderá permanecer após o término do evento; o painel de 50 metros quadrados pintado por Newton Navarro no salão principal foi restaurado pelo artista Ammer Jácome; o mármore branco que reveste as colunas da fachada foi substituído; e o jardim ganhou novos contornos. A sede foi inaugurada em 14 de julho de 1967, e até meados dos anos 1980 foi endereço das principais festas do jet set natalense, bailes animados de Carnaval, jantares pomposos e shows com famosos.

Em Natal, os ambientes da mostra foram divididos em duas alas: residencial e empresarial (Fato: casa.abril.com.br)

Já a polêmica em torno da intenção de substituir as esquadrias que caracterizam o projeto de linhas modernas do arquiteto português Delfim Amorim por alvenaria foi contornada: “Mantivemos as esquadrias da fachada conforme acordado com professores do Departamento de Arquitetura da UFRN, substituímos por novas semelhantes as originais”, disse o arquiteto Luciano Barros, que conduziu as obras de recuperação do prédio ao lado do sócio Alexandre Abreu. “Com isso resolvemos a questão da climatização”, acrescentou Barros.

Durante os trabalhos, Luciano e Alexandre toparam com uma pintura vermelha nos pilares (por baixo do mármore branco) e chegou-se a cogitar que essa seria a cor original da fachada. “Fomos checar e constatamos que o projeto já previa o mármore. Como a construção levou cinco anos para ficar pronta a pintura era provisória”, garantiu Alexandre Abreu.

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