Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Em Natal, centro comercial do Alecrim sofre com problemas estruturais

15 de janeiro de 2013

Notícia publicada no caderno Cidade do Portal JH:

É comum ouvir a máxima de que tudo se encontra no tradicional bairro do Alecrim. E não é mentira.  O comércio localizado no Alecrim, um dos bairros mais antigo da capital potiguar, cresce a cada dia e, consequentemente, os problemas seguem no mesmo caminho. Além do trânsito caótico, falta de estacionamento público, e até mesmo os privados são insuficientes para atender a demanda, os camelos, que há anos invadiram as calçadas, hoje já ocupam algumas vias. O dilema é que com o crescimento, os problemas que surgem são esquecidos pela gestão pública municipal. Nos últimos anos, não houve nenhuma melhoria estrutural no bairro.

Cobertura com infiltração, banheiros deteriorados, pisos estragados, iluminação e ventilação precária. Esta é a realidade do Shopping popular do Alecrim. (Foto: Divulgação)

Cobertura com infiltração, banheiros deteriorados, pisos estragados, iluminação e ventilação precária. Esta é a realidade do Shopping popular do Alecrim. (Foto: Divulgação)

O Camelódromo, localizado no coração do Alecrim, é um bom exemplo do descaso do poder público. Construído há mais de 20 anos, o Shopping Popular nunca passou por uma reforma geral, apenas paliativas, e hoje sofre com problemas estruturais como a cobertura, que é de ferro, está enferrujada e apresenta infiltrações, o piso desgastado, banheiros impróprios para uso, ventiladores quebrados, problemas nas instalações elétricas e hidráulicas, dentre outros problemas. Mas, esses problemas estão com os dias contados. É o que garante a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Natal (Semsur), que pretende, até o final de janeiro, começar um trabalho de restauração e revitalização do Camelódromo do Alecrim.

Os banheiros públicos do Camelódromo são inadequados para o uso. Faltam papel higiênico, sacos de lixo e o piso sujo e escorregadio pode causar um acidente a qualquer momento. A sujeira e o odor espantam os usuários do local.

Entre os comerciantes é quase que unanimidade escutar que a Prefeitura Municipal não atende os apelos e ofícios enviados às Secretarias. Por inúmeras vezes, eles denunciaram que o teto do camelódromo está cedendo e pode causar um acidente com vítimas. Além disso, acessar as lojas da parte interna do estabelecimento não é uma tarefa fácil. Acessibilidade não existe dentro do Camelódromo. Não existem rampas de acesso aos cadeirantes e as entradas laterais não têm mais de 50 centímetros de largura. O camelódromo não dispõe de um a estrutura de ventilação interna adaptada às necessidades do estabelecimento, os extintores de incêndio são quase inexistentes e não há uma rota de fuga em caso de incêndios.

“Isso aqui está desabando, não tem estrutura. Os banheiros são horríveis, aqui não tem nada que preste. É um problema de administração pública. A antiga prefeita não fez nada, só aparece aqui em tempo de política. Apelar pra quem? A prefeitura não existia. A nossa esperança é que agora a situação melhore com essa nova administração. Estamos confiantes de que 2013 será um ano bom, ou pelo menos melhor do que os últimos quatro anos de esquecimento e abandono”, desabafa a comerciante Rosimar Vilela, filha de comerciantes do bairro e dona de um quiosque de roupas há cinco anos.

O presidente da Associação do Shopping de Pequenos Negócios do Alecrim (Shoppene), o comerciante Djalma Sabino, que está a frente da associação a pouco mais de seis meses, reconhece os inúmeros problemas estruturais pelo que passa o Camelódromo e responsabiliza a antiga gestão pelo descaso com o local. “A associação não tem recursos para fazer esta reforma. A gestão passada ficou de fazer a reforma, mas foi só promessas. Apresentamos um projeto e a prefeita rejeitou. Estamos confiantes que o novo secretário possa cumprir a promessa de realizar a reforma no Camelódromo”, disse Djalma. Hoje o Camelódromo conta com 416 boxes.

Djalma Sabino conta que além dos problemas estruturais, que devem ser solucionados com a reforma, o grande desafio é fazer com que os comerciantes invistam na qualificação profissional, como forma de melhorar o atendimento ao público e fidelizar ainda mais os clientes. Ele conta que a falta de qualidade no atendimento tem afastado os clientes nos últimos anos.

“As pessoas trabalham aqui, sobrevivem daqui, mas muitos não zelam pelo local. O Sebrae já veio várias vezes oferecer cursos gratuitos e de todos os comerciantes apenas três se interessaram em se qualificar. Hoje, utilizamos um sistema de som para tentar conscientizar os trabalhadores em diversos pontos, e um deles é melhorar o atendimento ao cliente, que está cada vez mais exigente. O cliente que se sente bem volta e o boca a boca é muito importante, mas ele pode ser positivo e negativo também. Reeducar as pessoas é difícil, mas não desistimos”, afirmou o presidente da Associação.

Em relação a deterioração da estrutura, Djalma Sabino conta que sempre faz reformas paliativas, dentro do possível, mas que a falta de conscientização de quem utiliza os serviços é um grande empecilho para as coisas darem certo. “Os banheiros é o que apresenta os principais problemas. A caixa d’água quebrou na segunda-feira, trocamos na terça e na quarta ela já estava quebrada. Consertamos novamente, e na quinta ela já estava quebrada novamente. Toda melhoria que fazemos, são desfeitas logo em seguida”, lamenta Djalma Sabino.

Fora do Camelódromo, os camelôs também dominam as principais vias do Alecrim. Caminhar pelo bairro é uma tarefa difícil, haja vista que as barracas ocupam grande parte das calçadas. Os empresários também reclamam da presença dos ambulantes, pois, segundo eles, as barracas escondem a fachada das lojas, impedindo o reconhecimento das mesmas pelos clientes. Uma realocação dos camelôs e padronização das barracas seria uma solução ideal para este problema.

O secretário de Serviços Urbanos de Natal, Raniere Barbosa disse que os técnicos da Secretaria estão concluindo o diagnóstico que vai apontar todos os problemas que passam o Camelódromo do Alecrim. “Já podemos adiantar que há problemas na instalação elétrica, na cobertura, no piso e nos banheiros”, afirmou. Raniere disse que o relatório deve ser concluído dentro de dez dias. “Em seguida, buscaremos uma Parceria Público Privada (PPP) para realizar a obra de restauração e revitalização do Camelódromo. Queremos começar essa obra até o final de janeiro e ela deverá ficar pronta dentro de 90 dias”, disse. Além disso, o secretário disse que vai trocar as lâmpadas do Centro Comercial do Alecrim para uma mais potente, de 400 W, de vapor metálico branco.

Raniere Barbosa disse que também pretende fazer, nos próximos meses, um trabalho de ordenamento, organização e cadastramento dos camelôs que estão espalhados pelo Alecrim. “Em longo prazo, queremos construir um grande shopping popular em Natal, a exemplo dos que já existem em outras capitais nordestinas. Vamos realizar um estudo para identificar uma área adequada, como forma de potencializar ainda mais a economia”, destacou o secretário.

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