Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Em Natal, indústria e comércio têm prejuízos devido ao apagão

29 de outubro de 2012

Notícia publicada no caderno de Economia da Tribuna do Norte:

O apagão que atingiu as regiões Norte e Nordeste na madrugada desta sexta-feira causou prejuízos ao comércio e indústria potiguares. Interrupção na produção, queda brusca no movimento e perda de equipamentos estão entre os problemas apontados por empresários e industriais. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio/RN), não conseguiu mensurar o prejuízo, mas afirmou que os mais prejudicados foram os bares e restaurantes, que funcionam neste horário. Algumas casas noturnas nem abriram as portas. No Bud bar, que recebe entre 90 e 100 pessoas nas quintas-feiras, o movimento caiu 50%. “Quem abriu depois das 00h não faturou nada”, afirmou Max Fonseca, dono do bar, do restaurante Galo do Alto, e presidente da seccional potiguar da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Segundo ele, todos os 400 bares, casas noturnas e restaurantes de Natal foram afetados de alguma forma. “Foi um ‘desastre ferroviário’ para o setor”.

Apagão deixou o Nordeste e parte da região Norte no escuro: as causas estão sendo investigadas. (Foto: Júnior Santos)

Antônio Cardoso Sales é dono de dois postos de combustíveis. Um deles funciona 24 horas e deixou de vender cerca de 800 litros de combustível em função do blecaute. “O sistema caiu e só pôde ser religado pela manhã. O posto foi reaberto as 6h”. Ele também perdeu uma série de máquinas e equipamentos dos dois postos. “Perdi computadores e concentradores. O que estava na tomada, queimou. Vou ter que substituir vários equipamentos”, afirmou Antônio Sales, que também é presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos). Ele não soube dizer quantos postos deixaram de vender combustível em decorrência do apagão.

A indústria também contabiliza prejuízos. A Coteminas, uma das maiores indústrias têxteis do Rio Grande do Norte, interrompeu um turno de trabalho. O apagão suspendeu por cinco horas a produção de peças e deixou 300 operários ociosos. “Mas este não é o maior problema. Apagões como este danificam muitos equipamentos. O custo de manutenção e reposição é sempre elevadíssimo”, afirma João Lima, um dos diretores da indústria e presidente do Sindtêxtil. A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Amaro Sales, para saber o prejuízo causado à indústria de uma maneira geral, mas ele não atendeu as ligações.

Esta é a segunda vez em pouco mais de um mês que ocorre apagão no Nordeste. No fim de setembro, um problema nas interligações entre as regiões Sudeste e Norte, e Sudeste e Nordeste, teria provocado a queda de energia elétrica no Nordeste.

“O Ministério de Minas e Energia e o Operador Nacional do Sistema Elétrico estão tergiversando quanto à segurança e os investimentos no sistema de transmissão do Brasil. Com linhas e subestações de transmissão obsoletas e concessionárias ineficientes e sem capacidade de investir, não era difícil prever isso”, criticou o ex-secretário estadual de Energia e atual presidente de Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean Paul Prates, no Twitter. Jean Paul relembrou que no RN, além de interrupções na transmissão, já se tem mais de 300 Megawatts (MW) em parques eólicos instalados prontos, sem funcionar, por falta de linhas de transmissão.

Para Milton Pinto, diretor de eólica do Cerne, o problema não é apenas a instalação de complexos de transmissão e subestações no RN, mas a manutenção das linhas de transmissão já instaladas.

A TRIBUNA DO NORTE procurou a Chesf, responsável por boa parte das linhas de transmissão do Norte e Nordeste, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. A companhia venceu, em 2009, licitação para instalar dois complexos de linhas de transmissão e subestações no RN, mas ainda não entregou as obras.

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