Notícia publicada no caderno de Economia da Tribuna do Norte:
Empresas de energias renováveis têm aplicado dinheiro do próprio bolso em linhas de transmissão para driblar os problemas envolvendo o sistema e escoar a energia gerada pelos parques eólicos. Este é o caso das Brasventos. A empresa concluirá o primeiro parque eólico no Estado – o Miassaba 3 – em fevereiro, e já deu entrada na licença de operação junto ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Norte (Idema).
O requerimento foi publicado ontem no Diário Oficial do Estado. Para escoar a energia gerada pelo parque, a empresa está instalando uma linha de transmissão de aproximadamente 120 quilômetros (Km) de extensão e 230 kV de tensão. A linha, que custou R$ 30 milhões à empresa, e ficará pronta também em fevereiro, atravessa os municípios de Galinhos, Guamaré, Macau, Pendências, Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra, Ipanguaçu e Assu, e interligará as centrais eólicas do grupo a subestação Açu II, da Chesf, no município de Assu. Além de Miassaba 3, a Brasventos conclui ainda este semestre as usinas Rei dos Ventos 1 e Rei dos Ventos 3, ambas em Galinhos. A ideia é inaugurá-las em abril. Ao todo, a empresa está investindo R$ 600 milhões no Rio Grande do Norte, considerando apenas os três parques. Juntos, eles gerarão 187,04 megawatts (MW). Energia que vai direto para a rede.
“Instalamos a nossa linha para não depender de terceiros. Não vamos ficar com energia ociosa. Nós levamos a conexão até o primeiro ponto mais próximo da rede básica. Viabilizar a instalação da própria linha é melhor, porque você fica independente de decisões de terceiros”, justifica Alcides Sotério de Oliveira Filho, diretor técnico da Brasventos.
Embora a Chesf, responsável por instalar três das quatro linhas de transmissão previstas para o Rio Grande do Norte, tenha prometido concluir o primeiro lote de obras do ‘linhão’ até setembro, e a iniciativa privada esteja construindo suas próprias linhas, o sistema ainda precisa de reforço, afirma Jean-Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia e diretor do Centro de Estratégias em Recursos Renováveis e Energia (Cerne). Segundo ele, as linhas e subestações que serão construídas pela Chesf foram ‘desenhadas’ sob medida para os parques já contratados. Para resolver o problema de uma vez por todas, só um grande linhão, interligando as bacias de vento do Rio Grande do Norte, explica Prates, que chegou a propor o projeto anos atrás. Atualmente, o RN só consegue gerar 1/3 da potência instalada em eólica. Falta linha para escoar o restante.
Bate-papo
Alcides Sotério de Oliveira Filho, diretor técnico da Brasventos
Construir linhões é uma opção do empreendedor
A Brasventos tem quantos parques no Rio Grande do Norte?
Temos três parques. Estamos concluindo o primeiro, que é o Miassaba 3, em fevereiro; os outros serão concluídos em abril. Estão atrasados.
O projeto da Brasventos também contempla uma linha de transmissão. Por que a empresa decidiu instalar sua própria linha?
É uma opção do empreendedor. Você pode incluir no seu projeto os custos de ter uma linha ou vincular o escoamento da energia a uma subestação. Viabilizar a instalação da própria linha é melhor porque você fica independente de decisões de terceiros.
O primeiro parque da Brasventos fica pronto em fevereiro. E a linha fica pronta a tempo?
Fica pronta em fevereiro, junto com o parque.
Então a empresa já pode escoar energia assim que concluir o parque…
Isso. Instalamos a nossa linha para não depender de terceiros. Não vamos ficar com energia ociosa. Nós levamos a conexão até o primeiro ponto mais próximo da rede básica.
Não enfrentarão problema de escoamento…
Zero problema!
O grupo está investindo quanto na linha?
O investimento na linha, hoje, está na casa dos R$ 30 milhões.
E nos parques?
Em torno de R$ 200 milhões, cada parque.
Quanto aos dois parques em Galinhos, o problema envolvendo a construção deles em área de Dunas foi resolvido?
Olha, eu considero como resolvido. Estamos tocando as obras. O processo está no âmbito judicial. A obra não parou um dia sequer.
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