Energia solar: setor avança no Rio Grande do Norte

7 de novembro de 2012

A energia solar deve ser a próxima grande atração do setor energético no Rio Grande do Norte. Essa foi a conclusão dos especialistas e debatedores que compareceram ao I Forum Estadual de Energias do RN, ocorrido nos dias 5 e 6 de novembro. Durante o evento, o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFRN, Ricardo Lúcio da Araújo Ribeiro, apresentou as tecnologias fotovoltaicas e o projeto de uma usina solar em implantação no Alto do Rodrigues. O engenheiro mostrou o estágio atual de painéis fotovoltaicos (PV) no Brasil e ressaltou a necessidade de melhorar a tecnologia de captação e conversão solar. Ele citou, inclusive, a situação dos incentivos econômicos. “A China evoluiu no mercado de energia solar por meio dos incentivos econômicos. O Brasil ainda está engatinhando nesse setor, visto que os incentivos por aqui ainda são baixos”, explica.

Foto: Cerne Press

Ricardo Lúcio mostrou ainda, que entre os anos de 2008 e 2011, houve uma redução de 60% no preço dos painéis fotovoltaicos no mundo. “Isso favorece o impulso do setor”, comenta. O professor apresentou projetos implantados no Brasil, como a usina fotovoltaica de Tauá, localizada no Ceará. “Atualmente, ela produz cerca 1MW por ano, mas já chegou a gerar 1,5MW, considerado o máximo de produção até agora”, enfatizou.

Ao final, o engenheiro apresentou projeto de pesquisa e desenvolvimento de usina de energia solar no RN. “O projeto foi anunciado em abril deste ano, está em fase de desenvolvimento e a previsão é de que entre em operação no segundo semestre de 2014”, explicou. A usina será instalada no terreno da Usina Termelétrica (UTE) Jesus Soares Pereira, localizada no município do Alto do Rodrigues, distante 20km de Natal. “Com isso, o projeto possibilita o desenvolvimento de estudos necessários para implantação de usinas de geração fotovoltaica na região nordeste do Brasil”, completou Ricardo Lúcio.

Painéis fotovoltaicos e centrais híbridas  

O diretor administrativo da Solinova, Marcio Cezar Carvalho,  apresentou as plataformas solares, caracterizadas por grandes usinas captadoras de luz solar e que, por sua vez, é convertida em energia elétrica. Marcio mostrou o novo investimento da empresa, “estamos estudando a criação de uma central hibrida, que utiliza a energia solar e biodiesel”, explicou. O projeto, que está em fase de pesquisa e conta com a parceria de diversas instituições, será instalado no município de Caiçara do Rio dos Ventos, a 100 quilômetros de Natal.

Redes inteligentes

A viabilidade da microgeração de energia solar e utilização da tecnologia smart grid (rede inteligente)  foi o tema abordado por Valmari Pereira, representante da COSERN. Pereira explicou que essa tecnologia envolve a instalação de sensores nas linhas da rede de energia elétrica, o estabelecimento de um sistema de comunicação confiável em duas vias com ampla cobertura com os diversos dispositivos.  Ele ressaltou ainda que a resolução que estabelece regras para a microgeração e a minigeração de energia no País, aprovada recentemente pela Aneel, precisa ser mais estudada e regulamentada. “Uma das preocupações é com o efeito que um grande volume de microgeração poderia ter sobre as distribuidoras, uma vez que os consumidores continuarão a usar a rede, mas só pagarão a diferença entre a produção própria e a energia utilizada”, alertou.

Inovação

O uso da energia solar para abastecer o fornecimento e a demanda de refrigeração foi o destaque dado por Paulo Fernando Isabel, coordenador de Pesquisa Aplicada do CTGás-ER.  “Já existem diversos estudos sobre esse tipo de uso. Geralmente a energia solar é utilizada para fins de aquecimento e iluminação. Nosso estado tem um clima tropical e, diante deste fato podemos pensar nas tecnologias voltadas para a refrigeração. No Rio Grande do Norte temos mercado, sol o ano todo e, por isso, precisamos pensar em novas alternativas de utilização desse tipo de energia”, concluiu.

Encerramento

Durante o encerramento do I FEERN, o presidente da Fiern, Amaro Sales, ressaltou a importância de eventos como esse:  “o debate é válido para que o RN possa ser pólo exportador de energia. Precisamos realizar mais eventos como esse”, afirmou. Ao final, o diretor-geral do CERNE, Jean-Paul Prates, afirmou que o estado deve se orgulhar pelo momento em que se encontra no mercado energético. “O RN tem revelado seu grande potencial nos diversos setores de energia. Mas ainda há a necessidade de se investir nas linhas de transmissão e sistemas de coleta para escoar a energia aqui produzida e possibilitar que, futuramente, possamos exportar energia do RN para o mundo.”

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