Deu no caderno de Economia da Tribuna do Norte:

O mercado de franquias, que projeta um crescimento em torno de 15% este ano no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), tem atraído cada vez mais investidores no país e também empreendedores no Rio Grande do Norte.

Fausta e Rejane de Paula: candidatos passam por avaliação criteriosa. (Foto: Aldair Dantas)

As empresárias Rejane e Fausta de Paula estão, no estado, entre os que apostam no ramo. Sobrinha e tia, respectivamente, elas implantaram a franquia Kanguruh, em Natal, com a proposta de agenciar profissionais que realizam serviços domésticos. São cozinheiros, governantas, caseiros, arrumadeiras, babás, cuidadores de idosos e motoristas particulares.

A falta de profissionalização na área e a dificuldade das mães e donas de casa em encontrar profissionais que satisfaçam suas necessidades foram, de acordo com elas, impulsos para investirem no negócio. “A necessidade era visível. Eu trabalho e precisava de uma auxiliadora para cuidar dos meus filhos. Uma parceria ideal para que eu pudesse desempenhar as duas tarefas com mais tranqüilidade. A dificuldade para encontrar alguém que desempenhasse um bom trabalho, entretanto, era gigantesca. E olhe que eu nem sou tão exigente”, conta, em tom de riso, a empresária Rejane de Paula.

Antes de implantar o negócio, elas pesquisaram  empresas que se destacavam nacionalmente  no fornecimento desse tipo de serviço. “Fomos atrás da empresa líder de mercado”, diz Rejane.

Através de um canal na internet, a empresa disponibiliza um cadastro de mais de 400 profissionais, com todas as informações necessárias para despertar interesse no contratante, com recurso de texto e vídeo. Para Rejane, é uma forma de fazer com que o interessado no serviço possa ter a noção real da maneira de se comportar  da pessoa que deseja entrevistar.

Segundo a empresária, apenas candidatos aprovados em um questionário inicial e que tenham qualificação são cadastradas no sistema. Todos os candidatos passam por um curso de 16 horas, realizado aos fins de semana. Apenas com a aprovação na avaliação final é que o profissional tem o seu nome no catálogo de serviços da franquia.

O curso é ministrado por oito profissionais: enfermeiro, psicólogo, pedagogo, gestor em segurança, advogado, nutricionista, fisioterapeuta e administrador. Cada um apresenta as maneiras de se conviver no ambiente de trabalho. As aulas abrangem desde o tratamento às pessoas da casa até procedimentos de primeiros socorros, cuidados com o risco de traumas, postura profissional e ética no trabalho. “Entrei no curso e não era qualificada formalmente. Hoje tenho a oportunidade de trabalhar de uma forma consciente, sabendo os meus direitos e deveres”, diz  Viviane Costa, 24 anos, que trabalha há seis meses como babá.

Recursos como fotos e vídeos dos candidatos auxiliam empregadores. (Foto: Aldair Dantas)

O contratante pode escolher o serviço básico, que oferece a possibilidade de trocar de empregado doméstico por duas vezes (se não se agradar do primeiro), até o anual, em que pode substituir o seu empregado por 10 vezes seguidas. “Quem não se der bem no primeiro, volta para o banco de dados e aguardará uma nova chance para ser contratado”, explica Rejane.

Todos os candidatos passam por avaliação psicológica, exames médico-admissionais e checagem de referências anteriores. “Antes de enviarmos qualquer funcionário para a casa do cliente, fazemos um nada consta criminal, para garantir em 100% a segurança do contratante”, acrescenta Fausta de Paula.

Para a médica Maria Simone Noronha, esse filtro torna o processo de contratação mais fácil e seguro. “Eu sempre tive medo de deixar as minhas filhas com pessoas desconhecidas. Passando por todo esse filtro, é bem mais fácil confiar na babá”, diz.

A primeira empresa da rede Kanguruh nasceu em 2002, a partir de uma necessidade pessoal de sua criadora, a escritora e empresária Roberta Rizzo, residente na cidade do Rio de Janeiro.

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