Eólica no RN: nova industria, novas oportunidades

26 de maio de 2014

Confira matéria especial publicada na Tribuna do Norte:

Renata Moura 
Cledivânia Pereira 

A estrada que liga os municípios de João Câmara e Parazinho, no interior do Rio Grande do Norte, tem casas simples, de paredes de barro, e um vendaval de empregos e investimentos gerado por usinas eólicas – que produzem energia com a força do vento.

Desde 2009, o setor acelera não só no estado, mas no Brasil, impulsionado por ventos favoráveis, mercado aquecido e a crise econômica internacional, que contribui para a atração de investimentos e conhecimento estrangeiros.

O resultado é a proliferação de turbinas que transformam vento em energia e, ainda, uma corrida por conhecimento em regiões metropolitanas e cidades longínquas – a exemplo de João Câmara e Parazinho, localizadas a 74Km e a 116Km, respectivamente, de Natal, capital do Rio Grande do Norte.

O estado é um dos principais geradores de energia eólica e o que mais tem usinas em construção no Brasil, a maioria delas em obras nesses dois municípios.

Até o ano 2018, estima-se que a cadeia produtiva estadual vá precisar de 35 mil trabalhadores e que ao menos 20% do contingente necessário por ano seja de mão de obra especializada de níveis técnico e superior. O percentual é calculado pelo diretor do Instituto Senai de Inovação – Energias Renováveis, que está sendo implantado no Rio Grande do Norte, Wilson da Mata.

“Há necessidade de se promover qualificação de profissionais para atender as necessidades das empresas em suas diversas fases, desde a concepção dos projetos e desenvolvimento tecnológico, passando pela fase de instalação, operação e manutenção”, diz ele.

Por ser uma nova modalidade de produção no Brasil, a ênfase no ensino não contemplava a energia dos ventos, acrescenta Hélio Gomes Teixeira, professor que coordenou cursos de especialização em eólica na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em 2012 e 2013. “Mas o desenvolvimento previsto para o setor demandará novos e habilitados profissionais”, enfatiza.

Demandará e muito, segundo a indústria, dada a expansão esperada dessa fonte de energia.

O Brasil tem hoje 4,5 Gigawatts (GW) de capacidade instalada e essa potência deverá triplicar até 2018, com a adição de 9,8 GW, de acordo com a ABEEólica. Para atingir esse nível, a associação estima que a cadeia produtiva terá de investir R$ 44 bilhões – valor superior ao orçamento da usina de Belo Monte, que deverá ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, erguida ao custo de R$ 30 bilhões no Pará. Também será preciso contratar 147 mil trabalhadores no país, incluídos os 35 mil do RN. A projeção é feita a partir da média de empregabilidade no setor, de 15 postos de trabalho a cada Megawatt (MW) de capacidade instalada.

De acordo com a Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), até dezembro de 2013, 32 mil trabalhadores já estavam empregados no Brasil. Estudo da agência aponta o país como o segundo que mais emprega na área de energias renováveis, atrás da China. A eólica é o segundo elo que mais emprega na atividade brasileira, atrás da bioenergia.

Foto: Junior Santos

Foto: Junior Santos

Qualificação é “ponto crítico”

No mundo, 6,5 milhões de pessoas estão trabalhando direta e indiretamente com energias renováveis e questões relacionadas à educação e treinamento são consideradas “pontos críticos para o emprego no setor” em todas as áreas. Dado o rápido avanço da energia solar e eólica no mundo, o problema é mais acentuado nessas duas indústrias e é nelas que exige maior foco, analisa Rabia Ferroukhi, que encabeça a divisão de Conhecimento, Política e Finanças da IRENA e é o principal autor do relatório.

No que diz respeito às carências de qualificação, o estudo não faz uma análise específica sobre o Brasil, mas o autor avalia que “essa escassez de qualificação é uma consideração importante no planejamento de expansão de uma tecnologia de energia renovável, e que no caso do Brasil não deve ser uma exceção”.

A Associação Europeia de Energia Eólica (EWEA) afirma que a Europa, por exemplo, tem uma carência anual de 7 mil profissionais qualificados para atender a demanda da atividade, um número que pode subir para mais de 15 mil ao ano, até 2030, se o total de graduados fazendo cursos relevantes para a indústria não crescer.

“A falta de qualificação atrapalha. É um complicador grande numa obra dessas. Em vários casos você tem uma situação de retrabalho. Ou seja, um trabalho foi executado e não foi da forma ideal, fugiu do projeto, você então tem que adequar aquilo e às vezes desmanchar e refazer. Isso tem custo”, ressalta, na condição de anonimato, o diretor de uma das empresas que investem em parques eólicos no Rio Grande do Norte.

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Mercado paga o preço da escassez

Salários mais altos para os profissionais habilitados, atração de profissionais estrangeiros e uma maior rotatividade de funcionários nas empresas estão entre as conseqüências da escassez de qualificação profissional na indústria eólica do Brasil, diz Élbia Melo, presidente executiva da ABEEólica.

Engenheiros estão entre os profissionais mais requisitados no setor, mas profissionais especializados nas áreas de desenvolvimento, regulação e meio ambiente, além de técnicos, também estão difíceis de encontrar no mercado. “A demora em conseguir profissionais com estas características é concreta para todas as empresas da área”, afirma o gerente executivo de desenvolvimento e operações da empresa australiana Pacific Hydro, no Brasil, Leandro Ribeiro Alves.

A empresa tem dois parques eólicos em operação na divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba – na cidade de Mataraca – e tem planos de instalar duas novas usinas, em Touros (RN), com investimento de R$ 650 milhões. Os projetos estão inscritos em um leilão federal previsto para junho e se forem bem sucedidos na disputa deverão sair do papel nos próximos anos.

O grupo brasileiro Servtec, que construiu um dos primeiros parques eólicos do Nordeste, no Ceará, também está de olho no mercado. “O problema não é só a falta de profissionais qualificados, mas quanto esses profissionais vão custar”, diz Wilson Melo, diretor de Engenharia do grupo. O problema nos parques eólicos, segundo ele, está em encontrar “a turma que pensa”. “A turma de desenvolvimento, que mexe com o regulatório, com o projeto, é difícil. É uma área nova no Brasil, que está aquecida e em que a competição está acirrada”, diz.

Disputa cresce e salários acompanham

A dificuldade para encontrar profissionais com experiência no setor de energia eólica torna a disputa mais acirrada no mercado e a remuneração mais alta, analisa Fábio Gonçalves, gerente da Michael Page nas áreas de construção e comercial, das regiões Norte e Nordeste.

Especializada em recrutamento de profissionais de média e alta gerência, a empresa afirma que entre 15% e 20% das posições de emprego que recebe no segmento de construção civil já são destinadas ao setor eólico.

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Prosperidade da área gera migração

As perspectivas oferecidas pela indústria de energia eólica têm levado profissionais de outros segmentos a migrar para a atividade. “Eu vejo a migração de muita gente de outros campos de atuação para a área de eólica. É uma questão de adaptação. Gente que tem certa experiência em energia, mas não na eólica. É mais ou menos o que todo mundo está fazendo”, diz Wilson Melo, da Servtec. Mas esse não é o único tipo de migração percebido nessa indústria.

Empresas do setor não raras vezes “importam” profissionais de outras regiões do Brasil para o Nordeste. A carência de qualificação é mais grave na região, diz o PHD em economia e autor do livro Desigualdades Regionais, Alexandre Rands.

“Todos os indicadores mostram que o nível de educação, de qualificação principalmente da população do Nordeste é pior do que o do Brasil. A região tem uma quantidade de anos de estudo médio da população menor do que a média nacional e das outras regiões, e, além disso, se você pegar, por exemplo, estatísticas de pessoas mais qualificadas, como disponibilidade de engenheiros e médicos, também temos uma proporção menor do que o resto do Brasil”, diz ele.

Isso não quer dizer que inexistam oportunidades para quem é da região, diz Fábio Gonçalves, gerente na empresa de recrutamento Michael Page. A maioria dos profissionais que a empresa seleciona para o mercado de eólicas no Nordeste, no entanto, é oriunda do Sul ou do Sudeste. “Se é uma mera coincidência ou se tem uma questão educacional por trás eu não saberia afirmar”, pondera.

Para a ABEEólica, o fluxo de profissionais de outras regiões do país para o Nordeste “pode ser justificado pela atuação descentralizada de algumas empresas do setor”. Representantes de empresas frisam que é comum enviarem gente da matriz para cargos de gerência, por exemplo.

Importação ajuda a desenvolver setor

A expansão da cadeia produtiva de energia eólica no Brasil também serve de chamariz para profissionais estrangeiros. Nem a ABEEólica nem o Conselho Nacional de Imigração (CNIg), órgão responsável pela política de imigração no Brasil, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, dimensionam esse movimento. Mas, a ABEEólica confirma que ele existe.

“Entendemos que existem muitos (estrangeiros) trabalhando no Brasil principalmente em função de algumas empresas serem multinacionais e a fonte eólica ser uma tecnologia nova no país, mas a cada dia mais brasileiros estão atuando no setor e acreditamos que a participação hoje seja muito maior em relação aos estrangeiros”, diz a presidente executiva, Élbia Melo.

“Como o setor é novo no Brasil, esse know how está lá fora, principalmente na Europa, que é onde estão os fabricantes. E onde estão os fabricantes está a mão de obra especializada em montagem, funcionamento e operação. Essa mão de obra teve, basicamente, de ser importada”, afirma um executivo que atua em parques eólicos do Rio Grande do Norte e que pediu para não ser identificado. “Os fabricantes enviam essa mão de obra para montagem ou coordenação da montagem nos parques. Entre 4% e 5% dos profissionais em alguns parques chegam a ser estrangeiros”, calcula.

Brasileiros fazem “intercâmbio”

Ao mesmo tempo em que chegam profissionais de fora para atuar no Brasil, há brasileiros indo buscar conhecimento no exterior. O movimento é visto como natural em empresas multinacionais.

“Eventualmente, enviamos colaboradores das nossas unidades produtivas para a Alemanha. Isso inclui desde pessoal operacional, de fábrica, até o pessoal de nível gerencial. É um movimento comum”, diz o diretor de vendas da Wobben Windpower, Eduardo Lopes. A empresa, de origem alemã, estreou no Brasil em 1995, com uma fábrica de pás eólicas para exportação. O mercado brasileiro ainda não existia nesse segmento e foi preciso formar internamente os colaboradores, estratégia que é mantida até hoje. Um dos pré-requisitos para trabalhar nas unidades de produção da companhia é ter, ao menos, nível técnico. “Pegamos esse profissional, trazemos para dentro e treinamos. Acabamos virando um celeiro de mão de obra”, diz Lopes.

Carência vai além do setor de energia

Problemas relacionados à qualificação profissional são vistos como limitadores de crescimento do Brasil e vão muito além do setor de energia. Pesquisas recentes mostram que o país enfrenta deficiências na educação básica, nos ensinos técnico e superior e que isso é considerado um “gargalo” para as diversas atividades produtivas.

Os pesquisadores consultaram 167 empresas de diversos setores, que representam 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Representantes de atividades como mineração, construção civil, agronegócio, varejo e energia foram ouvidos e confirmaram a existência de problemas em todas as regiões do país.

Para 66% dos entrevistados, os profissionais de nível técnico são os mais difíceis de contratar – perdendo apenas para a função de compradores, citada por 72%. O percentual relacionado aos técnicos, no entanto, supera o registrado na pesquisa anterior, de 2010, quando a dificuldade para admiti-los foi apontada por 45,38% das empresas. Eles são citados, ainda, como a posição de qualificação mais “precária” entre todas as pesquisadas.

Não é só a formação convencional que as empresas buscam. “As empresas estão procurando um perfil de profissional que mudou muito. Se você pegar, por exemplo, a profissão mais complicada de encontrar hoje é a de comprador. O comprador tem uma função estratégica na redução de custos de uma empresa, mas a empresa não precisa de um simples comprador. Ela precisa de um executivo que tome decisões. No caso dos técnicos não é diferente. Muitas vezes ele pode ter feito um excelente curso, mas muitas vezes não tem capacidade de lidar em equipe. Então você vê que é um casamento de coisas. Não basta só ser um excelente técnico. Tem que ter também características extracurriculares que fazem com que ele seja demandado no mercado”, observa Paulo Renato de Sousa, da Fundação Dom Cabral.

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Formação é chave na indústria eólica

Na área de energia eólica, o desenvolvimento de engenheiros e técnicos voltados para a atividade poderá tornar a área cada vez mais perene e não uma moda, uma coisa passageira, diz o diretor de Engenharia da Servtec, Wilson Melo. “Esse desenvolvimento também é importante porque vai barateando o custo de implantação dos projetos”, analisa.

Francisco Fabiano, por exemplo, era assistente técnico na área de informática, estudava pedagogia e pretendia dar aulas a crianças até a 5ª série. Mudou de idéia ao ver o trabalho do cunhado que já atuava no setor eólico. “Vi que o mercado estava crescendo”, afirma.

Anderson, por sua vez, trabalhava em uma usina sucroalcooleira no Rio Grande do Norte e não pensou duas vezes quando surgiu a vaga em eólica. “Não queria atuar no setor de alimentos. Meu foco sempre foi a área de geração e sempre quis atuar com produção de energia sustentável”. Com o curso técnico concluído, ele pretende agora estudar engenharia de automação. “O profissional que não se qualifica fica para trás e eu não pretendo mudar de setor tão cedo”.

Academia e indústria buscam sintonia

Qualificação, requalificação, especialização… Essas palavras estão entre as mais citadas, hoje, em qualquer discussão que envolva a expansão e implantação de projetos de energia eólica no Brasil. O desafio é grande: o mercado sofre com a falta de pessoal qualificado para desenvolver os projetos e a academia e institutos de formação de mão de obra tentam se adaptar para garantir quantidade e qualidade no ensino nessa área nova e ainda pouco explorada no Brasil.

“Na verdade, temos que reconhecer… é uma área muito nova. Mas, tenho certeza que a academia vai dar a resposta esperada ao mercado”, diz o professor aposentado da UFRN, Wilson da Mata, que agora trabalha com o desafio de implantar no Rio Grande do Norte o Instituto Senai de Inovação – Energias Renováveis, que será o único entre os 25 que estão sendo criados pelo ‘Sistema S’ para desenvolver pesquisas e impulsionar a formação de mão de obra especializada para o setor. “Há um fosso entre as áreas acadêmicas e a indústria em geral no Brasil. Mas vamos trabalhar forte para encurtar essas distâncias e ajudar a formar o profissional e pesquisador que o setor merece”, afirma, otimista.

Esse descompasso entre a velocidade de crescimento econômico e qualificação de especialistas não chega a impedir o desenvolvimento da industria eólica, mas atrasa e encarece projetos. O diretor executivo da BioConsultants, Hugo Alexandre, afirma que praticamente ‘forma’ todos os seus profissionais. A consultoria atua no licenciamento de projetos eólicos em cinco estados (RN, CE, PE, PI e BA) e tem hoje cerca de 50 funcionários (entre fixos e temporários). São profissionais como biólogos, arqueólogos, geógrafos, geólogos, engenheiros e administradores que receberam das universidades pouca qualificação específica para a área que hoje atuam. “Os alunos saem das faculdades sem a mínima condição de atuar no mercado de trabalho. Os alunos são formados para o meio acadêmico, não para o mercado. Essa cultura precisa mudar para ajudar o país a se desenvolver”, analisa Hugo Alexandre.

RN terá centro de inovação

ORio Grande do Norte será o centro de pesquisa e inovação na área de energias renováveis no Brasil. Esse é o objetivo do Instituto Senai de Inovação – Energias Renováveis (ISI-ER) que, depois de passar dois anos engavetado, está saindo do papel. O projeto está sendo orientado por duas consultorias internacionais: Fraunhofer (Alemanha) e MIT (EUA).

A expectativa é que até o final de julho próximo seja firmado financiamento com o BNDES para liberação dos R$ 27 milhões necessários para a construção do prédio de 4 mil metros quadrados de área e aquisição dos equipamentos dos primeiros laboratórios.

O diretor do ISI-ER, o doutor em energia e professor aposentado da UFRN, Wilson da Mata, explica que o objetivo principal do projeto é intermediar a relação entre indústria e pesquisa visando otimizar e acelerar soluções para o desenvolvimento do setor no Brasil. “Vamos encurtar a distância entre o que o Brasil precisa e o que existe. Assim, podemos acelerar o desenvolvimento industrial do País”.

O presidente da Fiern, Amaro Sales, ressalta que os ISIs visam, em especial, desenvolvimento de pesquisa aplicada para setores pré-competitivos a partir de uma atuação como elo entre instituições de pesquisa e o setor produtivo. “Para isso, esses institutos assumirão participação ativa em fases intermediárias do desenvolvimento de inovações, principalmente na validação tecnológica do conhecimento gerado em instituições de pesquisa, no desenvolvimento de protótipos e na definição de produtos. Serão centros de excelência, dotados do que há de mais moderno no mundo e se posicionarão como referência nas suas áreas de atuação”, detalha.

A implantação será feita em 30 meses, após assinatura do contrato. O projeto prevê um quadro fixo de 20 pesquisadores da área de energia, com ênfase para o setor eólico e solar.

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As oportunidades da indústria

Segundo dados do estudo “A indústria do ventos e o Rio Grande do Norte” divulgado em 2013 e elaborado pelo presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia – CERNE, Jean-Paul Prates, 86 países possuem usinas eólicas comerciais, sendo que 22 deles são capazes de gerar pelo menos 1 GW.

Até 2005, a Alemanha liderava o ranking dos países produtores de fonte eólica. Em 2008 foi ultrapassada pelos EUA, mas desde 2010 a China já é o maior produtor de energia eólica do planeta. Já o país com maior participação de fonte eólica em matriz energética nacional (30%) era a Dinamarca.

Entre os países da América do Sul, o Brasil emergiu como o mercado mais promissor para o desenvolvimento da energia eólica. E o Nordeste é a região do país com maior potencial. Os parques eólicos estão permitindo que essa região – antes eminentemente importadoras de energia – passe a ser potencial exportador de energia.

O analista do IBGE/RN, Ivanilton Passos de Oliveira, avalia que o expansão do setor eólico no Estado é uma oportunidade de desenvolvimento da economia local que é baseada na indústria tradicional, com baixo poder de geração de riquezas e empregos. “O Estado sofre com a falta de infraestrutura e de mão de obra. Essas sãos duas barreiras que dificultam a atração de investimentos de maior porte para o Estado”, analisa.

Ivanilton Passos lembra que a indústria de eólicas é uma oportunidade também para a expansão do mercado de trabalho e de valor de salários no Estado. “Aqui no Rio Grande do Norte, a população trabalha na administração pública, serviços (especialmente turismo) e comércio. É muito importante para a economia do Rio Grande do Norte o surgimento de novas fronteiras de emprego”, detalha.

O analista do IBGE destaca que é importante a academia e as escolas técnicas reforçarem suas estruturas para essa nova área, para que não ocorra com o setor eólico o mesmo que ocorreu com a indústria do petróleo, aqui no Estado. “Sem uma boa qualificação, as melhores vagas de trabalho ficavam para profissionais de fora do Estado. Um exemplo: no município de Macau – que é produtor de petróleo – não existe qualificação para a área”, exemplificou.

A Governadora Rosalba Ciarlini reconhece a importância do setor para a economia do Estado. “O Governo atua como um grande parceiro dos investidores do setor para garantir agilidade no processo de implantação e resolver qualquer entrave que possa surgir”, afirmou ela no início de maio, quando o Estado atingiu 1 GW de capacidade de geração.

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