A população natalense novamente enfrenta dificuldades para se locomover durante a manhã desta quarta-feira (16). A paralisação dos rodoviários permanece ocorrendo e afeta cerca de 400 mil usuários que dependem do serviço para ir ao trabalho, aula ou outra atividade.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do RN (Sintro/RN) permanece descumprindo o quantitativo estabelecido pelo Tribunal Regional do Trabalho, que é de 70% da frota em horários de pico.
Durante a noite da terça-feira, negociações ocorreram, mas o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do RN (Sintro/RN) resolveu pela permanência da greve. O procurador do Trabalho, José Diniz de Moraes , entrou na Justiça pela suspensão do movimento grevista. O pedido foi encaminhado ao desembargador vice-presidente do TRT e ainda não foi apreciado.
Em caso de descumprimento da suspensão, o procurador pede que a multa seja elevada para R$ 50 mil e que o presidente do Sintro, Nastagnan Batista, seja preso.
Enquanto não há movimentações de finalização do movimento, a população alcança medidas alternativas para não sair tão prejudicada. Alguns recorrem ao transporte opcional e outros pedem carona com amigos e familiares. Transporte de linha não habilitados também tentam suprir a demanda dos natelenses.
A proposta será apresentada durante reunião do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana, realizada às 14h. De antemão, o titular da secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Márcio Sá, afirmou que a Prefeitura é contra a proposta. “A prefeita já disse que é contra qualquer reajuste na tarifa, no entanto, vamos levar a proposta e discutir no Conselho”, disse.
Com a intenção de “viabilizar um melhor entendimento entre patrão e empregado”, o Procurador do Trabalho, José Diniz de Moraes, propôs reajustar a tarifa de ônibus para R$ 2,30.
A ideia foi sugerida pelo procurador durante a segunda audiência de conciliação entre Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do RN (Sintro-RN) e Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros no Município de Natal (Seturn). Após quase quatro horas de reunião, ficou acertado que a proposta que será discutida pelo Sintro-RN limita o aumento salarial em 6%, ou seja, dois pontos percentuais a menos do que foi combinado na primeira audiência realizada na segunda-feira.
Segundo Agnelo Cândido do Nascimento, presidente do Seturn, a classe patronal espera o julgamento de uma ação contra a Prefeitura do Natal para conceder um reajuste maior. “Pedimos na Justiça um reajuste tarifário de 7,6%, que é o percentual acumulado de perda com a inflação em um ano”, alegou. De acordo com Agnelo, caso a decisão da Justiça seja favorável aos empresários, haverá repasse para os motoristas e cobradores.
Em coletiva, prefeita garantiu manter preço da passagem
A prefeita de Natal, Micarla de Sousa, convocou coletiva para a manhã de ontem. Ela garantiu que não haverá alteração no preço da tarifa para subsidiar o aumento dos salários dos trabalhadores. “Quando a tarifa foi reajustada em 2011, os empresários já sabiam que apenas em 2013 é que isso seria discutido novamente. Que ninguém imagine que a greve possa servir como instrumento de pressão para que a prefeitura dê aumento de tarifa. Isso eu jamais aceitaria”, afirmou.
Segundo ela, estão sendo tomadas medidas para resguardar a população. “A Prefeitura não ficará como espectadora desse impasse entre os trabalhadores e empresários”, disse. A prefeita acrescentou que também não haverá desoneração para os tributos exigidos aos empresários do transporte.
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