Bancários e funcionários dos Correios cruzam os braços no RN

19 de setembro de 2012

Deu no caderno Natal da Tribuna do Norte:

A greve dos bancários do Rio Grande do Norte começou e já trouxe transtornos para os usuários que precisavam utilizar os serviços essenciais na parte interna das agências. Bancos públicos e privados paralisaram as atividades desde ontem, quando piquetes se dividiam à frente das agências bancárias, orientando a população a recorrer aos serviços via internet, caixas eletrônicos, correspondentes bancários e agências lotéricas. Hoje, às 17h30, uma nova assembleia da categoria ocorre na sede do sindicato, para definir metas e as mobilizações que devem ocorrer nesta quinta-feira.

Bancários de instituições públicas e privadas paralisaram as atividades desde ontem em Natal. (Foto: Alex Costa)

Logo no início da manhã de ontem, a aposentada Lindalva Xavier, de 74 anos, foi pega de surpresa pela greve e não conseguiu movimentar a sua conta poupança, onde sua aposentadoria entra, em virtude de seu certão ter passado da validade há oito anos e de sempre ter o costume de retirar dinheiro na boca do caixa. “E agora, eu não sei o que fazer. Não tenho como fazer um cartão novo e preciso pagar as minhas contas”, lamentou.

A vendedora de cosméticos Priscila Lopes, de 24 anos, chegou na agencia da Caixa Econômica Federal da rua João Pessoa, em Cidade Alta, e não conseguiu realizar depósito no caixa eletrônico. “Não tem envelope aqui. A orientação é que a gente faça o depósito nos correspondentes bancários. Se a máquina recolhe depósito, porque limitá-la a saques e consulta de extratos?”, questionou, indignada.

Segundo o sindicato, a greve é por tempo indeterminado. Com a paralisação, serviços, como troca de senhas de cartões e contração de empréstimos de valor mais alto (para financiamentos ou compras de imóveis e automóveis) estão totalmente suspensos. “Não somos culpados pela greve. Isso é culpa dos bancos, que são gananciosos e não repassam aos funcionários a remuneração adequada para o tipo de serviço que realizam”, alega Marta Turra, diretora geral do Sindicato dos Bancários do RN.

De acordo com Turra, as reivindicações dos bancários são de ordem econômica e social. Pleiteando um reajuste salarial de 23%, quando os bancos oferecem apenas 6%, a greve é necessária para pressionar os bancos a atenderem aos anseios dos bancários. Estabilidade do emprego em bancos privados, cumprimento da lei das filas, contratação de mais funcionários, realização de concursos públicos para os bancos públicos e a isonomia entre funcionários antigos e novos somam as reivindicações sociais. “Os funcionários são assediados, obrigados a atingir metas e a vender títulos de capitalização, seguros e previdência privada aos clientes. É um absurdo”, disse.

No RN, cerca de 2800 bancários fazem parte do sindicato, dos quais 70% já aderiram à greve. Respeitando a lei de greve, apenas os serviços administrativos e internos continuam sendo desenvolvidos. Em todo o país, cerca de 500 mil funcionários deixaram de trabalhar. Diariamente assembleias ocorrem em lugares diferentes para organizar o movimento. Na última paralisação da categoria, em 2011, aproximadamente 10 mil agências bancárias ficaram fechadas, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Os trabalhadores em greve pedem também a correção de rendimentos com base no piso salarial proposto pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – de R$ 2,4 mil, R$ 1 mil a mais do que a base da categoria recebe atualmente -, maior participação nos lucros e nos resultados dos bancos, plano de cargos e salários, elevação do valor de benefícios, fim da rotatividade de mão de obra e mais segurança nos locais de trabalho.

Em nota, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) informou que durante as negociações com a categoria foi oferecido aumento de 6% nos salários – que corrigiria salários, pisos e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – e em benefícios, como auxílio-alimentação e auxílio-creche. A entidade lamentou a decisão dos sindicatos de bancários de recorrer à greve, que seria um “incômodo à população”, prejudicada pelas greves dos servidores públicos que ocorreram nos últimos meses.

Em relação a greve, o Procon Natal orienta os bancos no sentido de manterem os caixas eletrônicos abastecidos e em funcionamento regular, possibilitando, assim, a efetuação de saques, depósitos e pagamentos. O serviço on-line também deve estar em funcionamento para oferecer ao consumidor orientações e outras opções para que ele, consumidor, possa realizar suas transações bancárias.

GREVE DO BANCOS

Procon orienta consumidores durante greve dos bancos

– A greve não tira a obrigação do consumidor de pagar faturas, boletos bancários ou qualquer outra cobrança.

– O fornecimento da segunda via de boleto, faturas ou alternativas para que seja efetuado o pagamento das dívidas, mesmo diante da greve, é obrigação do fornecedor.

–  O consumidor deve procurar as empresas emissoras dos boletos e solicitar a segunda via de cobrança ou outras opções para efetuar o pagamento, como por

internet, sede da empresa, casas lotéricas, código de barras para pagamento nos caixas eletrônicos e outros.

–  Podem ser feitas, por exemplo, a emissão da segunda via por fax ou e-mail ou, ainda, a prorrogação da data de vencimento a fim de evitar cobranças de juros, multas ou a suspensão da prestação serviços.

–  O consumidor deve anotar o número do protocolo de atendimento, nome do atendente, data e hora, ou, ainda, documentar através de e-mail.

FIQUE ATENTO:

– Pagamentos: Caixa eletrônico, bancos 24 horas, internet, telefone, correspondente bancário,  débito automático.-

– Saques conta-corrente/poupança:  Caixa eletrônico, bancos 24 horas.

– Consulta Saldo/Extrato:  Caixa eletrônico, bancos 24 horas, internet, telefone.

– Depósitos: Caixa eletrônico*, correspondente bancário.

– Alguns bancos não recebem depósitos nos caixas eletrônicos

– Transferência: Caixa eletrônico, bancos 24 horas, internet, telefone.

– Contratações:  Caixa eletrônico, bancos 24 horas, internet, telefone.

– Bloqueio/desbloqueio de cartões:  Caixa eletrônico, internet, telefone.

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Greve dos Correios no RN tem adesão de 63 carteiros, diz diretor

Portal G1 RN

Carteiros de todo o país cruzam os braços, no RN 63 funcionários aderiram a greve. (Foto: Gilson Teixeira)

Sessenta e três carteiros aderiram ao movimento nacional da categoria no Rio Grande do Norte. A greve foi deflagrada em 18 estados e no Distrito federal nesta quarta-feira (19). A informação foi repassada pela assessoria de imprensa dos Correios do estado. Atualmente, 583 carteiros trabalham no RN.

Francisco Gilberto, diretor regional dos Correios no Rio Grande do Norte, disse ao G1 que o atendimento nas agências transcorre normalmente, visto que a paralisação foi aderida somente pelos entregadores de carta.

O diretor acrescentou que, ainda nesta quarta, haverá uma reunião com a categoria no Tribunal Regional do Trabalho para tratar da situação e, em seguida, será realizada uma assembleia para decidir o destino da greve no estado. “Acredito que ainda hoje a paralisação acabe”, completou Francisco Gilberto.

A greve

A paralisação dos funcionários dos Correios atinge 16 estados e o Distrito Federal, inclusive Minas Gerais e Pará, onde a greve já acontece desde a última semana.

São 117 mil trabalhadores de braços cruzados, reivindicando um reajuste de 43,7%, incorporação de R$ 200 ao salário, auxílio-alimentação de R$ 35 e a contratação imediata de 30 mil trabalhadores.

Em Brasília, acontece a primeira audiência de conciliação entre as entidades sindicais e os Correios no Tribunal Superior do Trabalho. Caso não seja possível um acordo, os Correios garantem que vão tomar medidas como realocação de funcionários administrativos e mutirões para entrega das correspondências até nos finais de semana. Tudo isso para não prejudicar a população.

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