O Sebrae quer fortalecer o turismo no interior do RN durante a Copa do Mundo 2014. As ações e estratégias estão entre os tópicos a serem abordados no painel “O Sebrae e a Copa”. O painel faz parte da programação do 3º Fórum de Turismo do Rio Grande do Norte, que será realizado entre os dias 27 e 28 de março, no Centro de Convenções de Natal. As iniciativas previstas para o programa Sebrae 2014 no estado serão apresentadas pelo diretor superintendente José Ferreira de Melo Neto, o “Zeca Melo”.

Para Zeca Melo, é importante que os visitantes que vão desembarcar em Natal tenham mais opções de conhecer outros atrativos turísticos e culturais, além do binômio “sol e mar”. Uma das ações do Sebrae é o que devem atrair turistas estrangeiros adeptos aos esportes radicais, ou que apenas desejam um contato mais próximo com a natureza. E o Rio Grande do Norte possui cenários potencialmente propícios a essa modalidade, defende ele. São áreas, como o município de Patu, que tem potencial para a prática de voo livre, e São Miguel do Gostoso, onde o litoral com ondas e fortes ventos favorecem o kitesurf.

Zeca: Copa sem obras de mobilidade é uma derrota. (foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press)

Já na divisa com a Paraíba, na cidade de Passa-e-Fica (distante 121 km de Natal), a Pedra da Boca é ideal para o rapel. Porções nativas de Mata Atlântica fazem de Pium o local propício a trilhas e arvorismo, enquanto os sítios arqueológicos do Lajedo de Soledade, na cidade de Apodi (distante a 328 km da capital), mantêm em rochas calcárias inscrições rupestres e fósseis da Era Glacial, uma paisagem de encher os olhos do visitante. O trabalho do Sebrae é capacitar os empresários desse segmento para atender bem aos visitantes dentro dos padrões internacionais e divulgar esses destinos. “O 3º Fórum de Turismo surge em um momento extremamente oportuno, nos dando a condição de discutir os rumos do turismo estadual”, diz Zeca Melo.

Isso porque as ações do programa Sebrae 2014 contemplam não apenas Natal, que será a cidade sede dos jogos, mas todo o entorno em um raio de 100 quilômetros a partir da capital potiguar. Por isso, localidades do interior com potencial turístico também serão beneficiadas. É o caso da produção artesanal, que possui potencial de crescimento, sobretudo com o advento da Copa de 2014. Várias ações estão previstas para inserir as peças de grupos de pequenos produtos em locais de fluxo de visitantes.

[dropcap color=”#000000″ font=”verdana” fontsize=”13″]Capacitação[/dropcap]

Um exemplo do trabalho que está sendo desenvolvido é o projeto ligado à produção associada ao turismo que visa capacitar os microempresários instalados na feirinha de Pium e arredores. Outra frente é o fortalecimento de roteiros alternativos, como o de turismo rural na região Oeste. Entram nesse mote, os roteiros do programa Territórios da Cidadania, que, no Rio Grande do Norte, têm consolidado o roteiro do Território Sertão do Apodi – Nas Pegadas de Lampião, que percorre as cidades por onde o bando do cangaceiro passou, suas paisagens, os tipos humanos, a arquitetura e os costumes, e o do Seridó, com sua gastronomia característica.

“Durante o Fórum, devemos discutir os rumos que o turismo do RN precisa tomar, diante até mesmo da crise europeia, queafeta os nossos principais emissores, que são Portugal, Espanha e Itália”. Zeca Melo destaca ainda que houve uma redução em torno de 10% nos desembarques internacionais, quando se compara os números ao mesmo período do ano passado. Este fato, segundo ele, reflete diretamente no turismo local e, por conseguinte, na economia.

[dropcap color=”#000000″ font=”verdana” fontsize=”13″]Mobilidade[/dropcap]

Para ele, é de fundamental importância as obras de mobilidade urbana estarem prontas para o mundial de futebol. “Seria uma derrota acachapante para todos nós se a Copa vier a acontecer sem essas obras. Em segundo lugar, é fato indiscutível que essas obras serão a grande herança deixada pela Copa para a população de Natal e para nossa economia. Não vejo nenhum sentido se envidar tantos esforços – sejam técnicos ou financeiros – para se viabilizar um acontecimento deste porte sem essas obras. Temos que pensar na qualidade vida do natalense”.