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Mais de 75% dos trabalhadores da construção civil aprenderam o ofício somente após início das obras, este é um dos dados da pesquisa inédita encomendada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon-RN) para conhecer o “Perfil do Trabalhador da Construção Civil” apresentado na manhã desta quinta-feira.

Pesquisa mostra perfil do trabalhador da construção civil no RN (Foto: Alberto Leandro)

Segundo presidente do Sinduscon-RN, Arnaldo Gaspar Júnior a pesquisa revelou a necessita de qualificação da mão-de-obra e investimentos na educação, “a necessidade primordial de conhecer quem são os trabalhadores da construção, mostra que temos que cobrar o investimento na educação e capacitação do trabalhador, assim reflete diretamente na produtividade para a demanda crescente da construção civil”, afirmou Gaspar.

A pesquisa realizada pela Consult entrevistou 1 mil trabalhadores de empresas ligadas ao Sinduscon entre março e abril. A média de idade dos trabalhadores é em sua maioria de 21 a 30 anos (35,8%) e de 31 a 40 (29,3%).

Um dado preocupante revelado pela pesquisa é de que 54,6% dos operários não concluiu sequer o Ensino Fundamental, além de 75% que não realizaram qualquer curso técnico profissionalizante. “Ainda temos um índice muito alto de trabalhadores sem alfabetização, temos um longo caminho para uma mudança gradual de qualificação do trabalhador da construção civil”, afirmou Arnaldo Gaspar.

Satisfação e origem

A pesquisa do Sinduscon-RN ainda mostrou que a predominância de função dos trabalhadores é de servente com 40,3%e pedreiros com 21%, além de revelar um grau de migração entre empresas e obras que o operário trabalha durante um ano.

Outro número destacado na pesquisa é de que 66,4% dos entrevistados demonstraram satisfação com o trabalho, enquanto 23,6% disseram estar muito satisfeitos e apenas 9,6% insatisfeitos. “A satisfação está diretamente ligada ao retorno financeiro, que nos últimos anos a construção civil foi uma das categorias que mais elevou os reajustes, o que reflete que 85% dos trabalhadores têm a intenção de seguir trabalhando na área”, enfatizou Gaspar.

Em compensação para atividade profissional dos filhos, 75% dos entrevistados não desejam que os filhos sigam carreira na construção civil. Sobre a utilização de procedimentos de segurança, 97% dos trabalhadores afirmaram que foram instruídos e seguem as orientações da segurança do trabalho.

A origem dos trabalhadores da construção também revelou predominância de Natal com 30%, seguida de municípios vizinhos de Parnamirim, Ceará-Mirim e Macaíba. Cerca de 30% utilizam apenas uma condição para chegar ao trabalho, enquanto 24% já tem que utilizar dois transportes para chegar ao local de trabalho.

“De posse desses dados vamos propor ações, buscar investimentos para educação profissionalizante e valorizando o trabalho da construção civil no RN”, concluiu Arnaldo Gaspar.

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