Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Mel ressurge e cadeia se diversifica no RN

4 de agosto de 2014

Saiu na Tribuna do Norte:

Vinícius Menna
Repórter

A seca prolongada de 2012 e 2013 afetou diretamente as casas de mel que cortam o Rio Grande do Norte do Oeste ao Mato Grande, acarretando na perda de 73% das colméias e na queda de cerca de 60% na produção. A falta das chuvas – que são essenciais para que o interior floresça e atraia as abelhas – influenciou inclusive na saída do mel da pauta de exportação do RN, que chegou a ocupar em 2011 a sexta colocação no ranking dos estados que vendem o produto ao exterior. Agora, mesmo com um inverno irregular, apicultores comemoram a recuperação de 35% das colméias, na média das regiões, investem na diversificação de produtos para garantir renda durante o ano todo e nutrem uma perspectiva positiva para 2015, com a possibilidade de retomar o comércio para fora do país.

De 2009 a 2012, a produção do Rio Grande do Norte caiu de 1.107 toneladas de mel para 406 toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados de 2013 só serão divulgados pelo IBGE em outubro, mas representantes do setor estimam que a produção no ano passado tenha ficado em torno de 300 toneladas. Também em 2013, a Afical –  indústria que beneficiava e exportava 100% do mel do RN – suspendeu as operações depois de cinco anos de atividade. Com capacidade de processar 10 mil toneladas de mel ao ano, a fábrica foi desativada em março do ano passado.
O Rio Grande do Norte tem cerca de 10 mil produtores de mel e média de 60 colmeias por produtor. (Foto: emanuel amaral)

O Rio Grande do Norte tem cerca de 10 mil produtores de mel e média de 60 colmeias por produtor. (Foto: emanuel amaral)

Recuperação
De acordo com o presidente da Associação de Apicultores de Serra do Mel e ex-presidente da Federação Apícola do RN, José Hélio da Costa, em 2014, apiários situados nas proximidades de Apodi e Pau dos Ferros tiveram uma recuperação de até 60%. Já em cidades como Mossoró, Areia Branca, Serra do Mel, Lajes e em municípios da região do Mato Grande, a recuperação foi menor devido às chuvas irregulares.

“Nós chegamos a ter mais de 50 mil enxames no Estado em 2011. Acredito que esse número chegou a 10 mil em 2013. Hoje estamos nos recuperando e devemos ter algo em torno de 30 a 40 mil enxames”, diz cabo Hélio, como é conhecido o ex-presidente da Federação. O atual presidente da Federação Apícola do RN, Giomar Neves Lopes, confirma o diagnóstico de retomada da produção. “Tivemos recuperação de cerca de 60% em algumas regiões, mas teve região que não produziu quase nada”, conta.

Segundo o vice-presidente da Federação, Gilson Nunes, a recuperação média dos enxames foi de 35%. “Com a falta de chuvas, as abelhas começaram a procurar outros lugares. Se dependesse das abelhas retornar, não teríamos recuperado. O que ajudou mais foi a multiplicação dos enxames. De uma caixa boa, fizemos duas”, explica.

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