Do riograndedonorte.net:
As frutas produzidas no Rio Grande do Norte podem chegar ao outro lado do mundo. O presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex), Luiz Roberto Barcelos, contou da possibilidade de abertura de negócios no Japão durante a 17ª edição da Expofruit, em Mossoró.
O empresário contou que as negociações estão em fase de análise das condições fitossanitárias das produções brasileiras. “O governo japonês quer saber das pragas do melão, que se for exportado, poderá prejudicar a produção interna com as pragas que podem ser levadas”, detalhou o presidente da Coex.
Para transportar a carga, seria utilizado o meio aéreo, o que ocasiona mais um custo à cadeia da fruticultura.
Para Luiz Roberto Barcelos, o Japão tem um grande potencial consumidor e reforça a importância do melão para os japoneses. “É um país que consome muito. Tem essa cultura de consumir melão, sendo um produto muito valorizado”, afirmou Barcelos.
Portal No Ar:
Há 20 anos trabalhando no departamento de Frutas, Legumes e Verduras, o gerente comercial nacional em frutas frescas do Grupo Pão de Açúcar, Renato Luiz Generoso, esteve em Mossoró para o lançamento da 17ª edição da Expofruit. O gerente do maior grupo varejista do Brasil elogiou a produção de frutas do Rio Grande do Norte.
Na palestra para os produtores de frutas, ele apresentou um panorama do mercado da fruticultura brasileira. Em entrevista ao portalnoar.com, Renato Luiz Generoso, falou do diferencial das frutas produzidas no estado e reforçou a necessidade de incentivos, principalmente aos produtores.
Confira a entrevista:
Qual a avaliação que você faz da fruticultura brasileira?
É um mercado que está em crescente desenvolvimento, desenvolvimento de qualidade. Os produtores estão procurando cada vez mais se especializar e também trabalhar com a exportação. Isso é muito importante para o mercado interno, que melhora a qualidade da fruta e melhora também em termos de saúde do produto.
E da fruticultura do Rio Grande do Norte?
A gente sempre trabalhou com as frutas do Rio Grande do Norte. Há muito anos nós temos grandes parceiros aqui. Nós temos escritórios de compradores no Ceará e em Pernambuco que estão sempre em contato com os produtores daqui.
As frutas produzidas no Rio Grande do Norte são competitivas em relação ao Ceará e outros estados nordestinos?
Sim, é competitivo e tem muita qualidade. Isso é muito apreciado pelo público do Centro-Oeste, Sudeste e é muito procurado.
Então, qual o nosso diferencial?
A qualidade do melão, por exemplo, procura sempre ser enviado com um Brix, que é o grau de doçura do produto, adequado para a praça que está indo, isso é muito importante. E também o trabalho visual do produto, melhorou muito nos últimos anos, com a casca muito mais lisa, mais bonita, mais brilhante, o que melhora a venda.
O melão produzido em Mossoró tem o certificado de Indicação Geográfica (IG) de Procedência do melão dado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O que significa este título?
Para nós do varejo é muito importante, porque a gente pode diferenciar a fruta no ponto de venda. E uma vez diferenciando, você pode agregar valor a ele.
Uma grande empresa produtora de banana instalada no Rio Grande do Norte vai abandonar a produção para exportação de banana e, conseqüentemente, gerar a demissão de milhares de trabalhadores por questões ligadas a fatores naturais e os entraves de ordem econômica. Como o senhor vê esse quadro?
Isso é triste porque a gente vê empresas que primam pela qualidade internacional do fruto, tentam implantar uma qualidade de padrão americano. É triste quando ele se tira do mercado, porque a gente deixa de ter parceiros pensando em melhoria de qualidade e de produto. Então, a gente sempre dá um passo para trás e tem que achar novas pessoas que estejam procurando também esse processo. Não é bom para o mercado de forma geral.
É complicado produzir no Brasil?
Pela vivência que temos com os produtores de todo o Brasil realmente há uma dificuldade de incentivo governamental. No nosso caso, do mercado de varejo, a gente acaba não se envolvendo a fundo nesse aspecto. Uma vez que a gente trata com o fornecedor as melhorias, mas a gente não pode chegar até esse nível de incentivos governamentais.
Quais seriam esses incentivos? Fiscais?
Acredito que não seriam só incentivos fiscais, mas incentivos da qualidade do produtor. Levar produtores para conhecer grandes produções em outros países, determinados produtos, trazer tecnologia, o ‘know-how’ para cá. Isso tudo passa por incentivo governamental também.
Grande parte das frutas produzidas no RN são escoadas pelo Porto de Pecém, por ter maior estrutura e facilidades. Com isso, o Ceará se torna o maior exportador de frutas. Como o senhor analisa isso para o Rio Grande do Norte?
O produtor do Rio Grande do Norte tem que se preocupar em ter a melhor qualidade da sua fruta e conseguir colocar sua fruta nos melhores do mundo.
Recentemente o governo chileno aprovou a exportação de melão produzido no Rio Grande do Norte. Como o senhor vê esse novo mercado?
Vejo com muita alegria isso, porque nós conhecemos o mercado chileno. Fazemos importação dele há muitos anos, sabemos do grau de qualidade e de respeito que eles tem no mundo todo na questão de produção de frutas. Uma vez que o nosso melão estando dentro desse mercado, acredito que já seja um importante fator de que temos qualidade.
Quais os mercados que devemos atingir?
Estados Unidos. Os Estados Unidos é o topo que a gente deveria ter de qualidade. Pelo mercado de alta tecnologia, de grande produtividade e com o consumo muito grande.
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