Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

No RN, governo estuda ampliar calamidade

21 de fevereiro de 2013

Notícia publicada no caderno Natal da Tribuna do Norte:

Apesar das chuvas que caem nos últimos dias – renovando as esperanças do homem do campo – e da previsão meteorológica para o Rio Grande do Norte ser definida somente amanhã, a Coordenadoria  Estadual da Defesa Civil (Cedec) já estuda a possibilidade de um novo decreto de estado de emergência devido a seca – inclusive com a inserção de outros municípios. O planejamento tem como base o prognóstico inicial divulgado pela Emparn de chuvas abaixo da média para este ano. No Rio Grande do Norte, 142 municípios estão em estado de emergência, três deles de forma independente.

Apesar das chuvas caídas nos últimos dias, no interior do Estado, muitos açudes continuam secos. (Foto: Magnus Nascimento)

Apesar das chuvas caídas nos últimos dias, no interior do Estado, muitos açudes continuam secos. (Foto: Magnus Nascimento)

O novo decreto depende, entre outros pareceres técnicos, da previsão de chuvas para o trimestre março, abril e maio de 2013 que será consolidado hoje e amanhã, 21 e 22, durante a IV Reunião de Análise Climática para a Região Nordeste do Brasil, que acontece na sede da Emparn, na base física do Jiqui, em Nova Parnamirim.  Meteorologistas do Nordeste farão a análise das condições oceânicas-atmosféricas para definir o quadro.

Um representante do Departamento Nacional de Defesa Civil, vinculado ao Ministério da Integração está no Estado onde inicia, nessa sexta-feira, uma visita aos municípios afetados para verificar como as ações estão sendo desenvolvidas e a necessidade de permanência dos municípios na situação de calamidade. Ele ainda irá às cidades de Brejinho, Ceará Mirim e Rio do Fogo, no Agreste e Litoral potiguar.

O representante irá analisar um conjunto de fatores, instruir as Comdecs, ver a situação de abastecimento, ver a necessidade de incluir outras cidades. O relatório será remetido ao Ministério da Integração. Independente do resultado das análises das condições meteorológicas, o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) Gilberto Jales garantiu a continuidade das ações.  Se perdurar a estiagem, diz ele, os esforços serão em agilizar as obras estruturantes do PAC da Seca, como a construção das barragens de Umari, Campo Grande e Apodi. A Semarh já iniciou o processo de licenciamento das obras.

“O principal foco é garantir o abastecimento e, à curto prazo, são a recuperação e a instalação de poços tubulares para atender as comunidades e o rebanho”, afirma Jales. Hoje, doze cidades dependem exclusivamente da água trazida pelos carros-pipa. A  maioria está na região do Alto Oeste. São elas: Luís Gomes, Riacho de Santana, Água Nova, Pilões, João Dias, Antônio Martins, Olho D’água dos Borges, Serrinha dos Pintos, Doutor Severiano, Equador, Carnaúba dos Dantas e São José do Seridó.

Mudança de tempo

Se as chuvas dos últimos dias perdurarem e a conclusão da IV Reunião de Análise Climática para a Região Nordeste do Brasil apontar para chuvas em  nível normal ou acima da normalidade o trabalho será para conter possíveis alagamentos. Em anos de bom inverno para a região do Semiárido potiguar, a estimativa é de que os pluviômetros marquem entre 600 a 700 mililitros e, para a região do Alto Oeste potiguar, a marca pode atingir 750 mililitros.

Uma série de reuniões foi iniciada com as Coordenadorias de Defesa Civil Municipais e a Coordenadoria  Estadual da Defesa Civil (Cedec) em cidades mais vulneráveis de inundação – Vale do Apodi, Mossoró e Pau dos Ferros. A ação, segundo o coordenador da Cedec  Tenente- Coronel Josenildo Acioli, é continuidade do trabalho desenvolvido desde 2011.

O mapeamento de áreas de riscos compete ao órgão municipal que deve fazer um cadastro de áreas e famílias, cadastrar locais de abrigos, criar sistema de alerta e alarme que permita o abandono das áreas/imóvies em tempo propício, além de estratégias  em caso de tragédia. “A capacitação dos operadores municipais será discutida em reunião, em Brasília, na próxima segunda-feira”, disse. Até o momento, 123 municípios criaram por Lei Municipal a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compedec). “Na maioria a atuação é precária, há deficiência de estrutura física, materiais, até recursos humanos”, conta coronel Acioli.

Bate-papo

Josenildo Acioli, Coordenador Estadual da Defesa Civil

Caso o prognóstico inicial de chuvas abaixo do normal se confirme, quais as ações deverão ser encaminhadas?

Iremos dar continuidade e intensificar as ações já adotadas, como a recuperação de poços, a instalação de novos (poços), o fornecimento de forragem para o gado e o abastecimento de água por carros-pipas. Em reuniões semanais do Comitê, a governadora (Rosalba Ciarlini) reafirma a continuidade das obras estruturantes, como a construção de barragens e adutoras, caso se confirme ou não a previsão de chuvas abaixo do normal.

O decreto de estado de emergência devido a seca poderá ser renovado?

Estudamos a confecção de um novo decreto, caso a estiagem se confirme. Será uma situação bem mais difícil já que estamos vindo de um ano da pior seca e a situação é bastante grave em todo o Estado. Estamos coletando dados, analisando os casos, fazendo um trabalho em várias frentes para levar a apreciação da governadora e do Ministério da Integração.

O que é necessário e está sendo feito para isso?

Estamos esperando relatórios que estão sendo elaborados por diversas secretárias e entidades. A Emparn é um dos principais, que é o diagnóstico meteorológico definitivo que vai orientar essas ações. A Semarh faz o monitoramento e a análise dos grandes reservatórios de água; A Agricultura deverá das as informações sobre a situação no campo, em relação a produção na agricultura e de rebanho; a Emater, em relação a forragem;, entre outros, é uma ação multisetorial. Além disso, outro relatório está sendo confeccionado por um técnico da Defesa Civil Nacional que está visitando os municípios em decreto de calamidade e alguns que poderão ser incluídos. Na próxima segunda-feira, em reunião  com a Defesa Civil Nacional, em Brasília, poderemos firmar um prazo para que a minuta seja feita e, a partir do parecer técnico, submetida a eles e à governadora.

O decreto será ampliado? Quais outros municípios devem ingressar? 

Sim. Pedi ao representante do Departamento Nacional de Defesa Civil para avaliar a situação em outros municípios do litoral, como Ceará Mirim, Rio de Fogo e Brejinho. E dependendo do parecer técnico poderão ser inseridos.

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