Seminário debate Copa do Mundo e investimentos no RN

5 de abril de 2012

O projeto Motores do Desenvolvimento, realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Sistema FIERN, Sistema Fecomercio/RN, UFRN e Governo do Estado do RN, com patrocínio Assembleia Legislativa do RN, Sebrae/RN e Banco Itaú, terá como tema a realização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. O Seminário será realizado no próximo dia 16 de abril, no auditório do Hotel Pestana, na Via Costeira, às 8h00. Entre as presenças confirmadas estão o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, o representante da Fifa, Fúlvio Danilas, entre outros ainda não confirmados.

Seminários do projeto Motores do Desenvolvimento colocam em discussão temas relacionados ao futuro do Rio Grande do Norte

Seminários do projeto Motores do Desenvolvimento colocam em discussão temas relacionados ao futuro do Rio Grande do Norte. (foto: Alex Régis)

Desde 2009, quando a confirmação da capital potiguar como sub-sede foi anunciada pela Fifa, a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 em Natal é alvo de comemorações e polêmicas. Para a maioria da população, o evento significará um salto econômico para Natal, com a divulgação do nome da cidade, e de seu potencial turístico, para todo o mundo. Mesmo assim há vários questionamento, como o custo do novo estádio Arena das Dunas e a derrubada do antigo Machadão. De uma forma ou de outra, o assunto Copa do Mundo em Natal é combustível para discussão em qualquer esquina da cidade.

A viabilização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 em Natal começou ainda em 2008, quando o Governo do Estado enviou o projeto da cidade para receber os jogos. À época, poucos apostariam no nome da capital potiguar para uma das cidades do mundial de seleções. Um dos argumentos mais utilizados era a disponibilidade de somente três cidades no Nordeste, colocando-se Fortaleza, Recife e Salvador à frente na corrida. Por vários fatores, desde as belezas naturais até questões políticas, Natal foi escolhida. E a discussão sobre os efeitos benéficos da escolha começou.

Um dos termos mais utilizados nesse período foi “legado da Copa”. Sob essa percepção, somente sediar os jogos não traria grandes benefícios à cidade. O foco, portanto, deveria ser conseguir atrair investimentos que perdurem após os 30 dias de evento. Foram cogitadas várias possibilidades: as obras de mobilidade e todas as linhas de financiamento promovidas pelo Governo Federal para várias áreas, como esgotamento sanitário e drenagem, a divulgação espontânea em várias mídias ao redor do mundo como sede do mundial, entre outras. Uma das questões que se coloca é: como aproveitar o momento favorável?

Instituições como o Sebrae, a Fiern, a Fecomércio, além de empresários do trade turístico, avaliam que é preciso planejamento para aproveitar todo o potencial oferecido pelo mundial de seleções no Brasil. “Caso as autoridades e a iniciativa privada não se mobilizem, poderemos não aproveitar todas as oportunidades de negócios e divulgação com a vinda do evento. É preciso planejar e definir qual a imagem que vamos passar para os turistas que irão visitar nossa cidade”, diz Habib Chalita, presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira/RN (Abav/RN).

Um dos pontos mais importantes nesse debate é a qualificação. O Sebrae, em parceria com instituições como ABIH e IBH, vem capacitando pequenos meios de hospedagem. O Prodetur, por sua vez, investiu mais de R$12 milhões na capacitação do setor turístico em três anos. Cerca de cinco mil pessoas foram qualificadas no RN dentro do programa. Não são, entretanto, apenas as entidades que investem em capacitação da mão de obra. Muitos empresários também estão qualificando suas equipes.

Conseguir dar seguimento às obras de mobilidade também é fundamental. Levantamento divulgado no início da semana mostra que todas as obras de mobilidade urbana iniciadas para preparação para o mundial de seleções estão com atrasos. Em Natal, não é diferente. Apenas o prolongamento da avenida Omar O´Grady, entre Candelária e Neópolis, começou a ser duplicada.

Bate-papo

Gil Castello Branco, diretor da ONG Contas Abertas

Contas Abertas questiona prioridade e qualidade

O senhor está receoso em relação à realização da Copa do Mundo no Brasil?

A Copa vai acontecer e, muito provavelmente, será melhor do que a anterior realizada na África do Sul. A preocupação maior é saber a que custo será realizada e qual o legado que irá deixar.

Em relação à ampliação da rede hoteleira em algumas cidades, o que está previsto?

Os financiamentos públicos para hotelaria deverão ser muito maiores do que os que estão lançados no portal da Controladoria Geral da União. Os R$ 368 milhões contratados até agora se destinam à implantação de três novos empreendimentos. Sendo um deles em Natal (RN), Botafogo e Copacabana, no Rio de Janeiro. Também incluem a revitalização do Glória (RJ) e a instalação de hotel em Aparacida do Norte (SP). Muito provavelmente, outros hotéis serão construídos. O valor total disponibilizado pelas linhas de financiamento do BNDES e dos Fundos Constitucionais (Norte, Nordeste  e Centro-Oeste) para essa finalidade é de R$ 1,9 bilhão. Podendo ser ampliado conforme a demanda.

Todo este esforço do Governo brasileiro em relação ao Mundial de 2014 refletirá na imagem positiva do país no esporte?

Por conta desses megaeventos e da pretendida inserção do Brasil no primeiro mundo do esporte, estamos utilizando recursos de forma, no mínimo, discutível. A meu ver, é absolutamente questionáveis algumas isenções tributárias que tem acontecido em decorrência da Lei de Incentivo Fiscal que permite o abatimento do imposto de renda devido na proporção de 6% para pessoa física e 1% para a pessoa jurídica. Foi aprovada isenção fiscal no valor de R$ 1 milhão para custear o piloto Pietro Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi, que tem 15 anos, nasceu e está competindo nos Estados Unidos, na Fórmula Nascar. Também foi concedida isenção fiscal de R$ 3,5 milhões para custear o piloto Nicolas Costa, na Fórmula 3 inglesa, em 2012. É importante observar que não estamos discutindo a legalidade do gasto.

Uma comissão de técnicos do Ministério do Esporte analisa os projetos recebidos e o parecer sobre cada um deles é apresentado em reunião pública, quando são aprovados ou não. O que questiono é a qualidade ou a prioridade de alguns benefício. É bom lembrar que cerca de metade das escolas brasileiras não possui uma quadra esportiva ou a que existe não está em condições de uso.

PROGRAMAÇÃO

09h00
– Palestra 1: A Copa do Mundo 2014 no Brasil – o Evento e o Legado
– Palestrante:  Aldo Rebelo, Ministro do Esporte.

09h45
– Palestra 2: A Copa do Mundo no RN e as Ações do Governo
Palestrante: Rosalba Ciarlini, governadora do Estado do Rio Grande do Norte.

10h30
– Debate com palestrantes e perguntas da plateia
Mediador: Amaro Sales de Araújo, presidente da Fiern – Federação das Indústrias do RN.

11h00
– Palestra 3: Os Impactos da Copa do Mundo no Brasil e nas Cidades-Sedes
Palestrante: Fábio Starling, gerente geral de Relacionamento com as Sedes.

11h45
– Debate com palestrante e perguntas da plateia
Mediador: Demétrio Torres, secretário extraordinário para Assuntos Relativos à Copa do
Mundo de 2014.

14h15
– Palestra 1: A Copa do Mundo e a Economia Brasileira.
Palestrante: Caio Megale, economista do Banco Itaú – a definir.

15h00
– Palestra 2: Título a definir
Palestrante: Luiz Eduardo Pereira  Barretto Filho – presidente do Sebrae Nacional.

15h45
– Debate com palestrantes e perguntas da plateia
Mediadora: Ângela Paiva Cruz, reitora da UFRN.

16h15
– Palestra 3: O Impacto da Copa do Mundo da FIFA
Palestrante: Fúlvio Danilas, diretor do escritório da Fifa no Brasil.

17h00
– Palestra 4: O Estádio das Dunas no Detalhe
Palestrante: Charles Maia,
diretor-presidente da Arena das Dunas.

17h45
– Debate com palestrantes e perguntas da plateia
Mediador: Marcelo Fernandes de Queiroz, presidente do Sistema Fecomercio/RN.

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