Nova classe média gera transformações no mercado potiguar

17 de setembro de 2012

Deu no caderno de Economia da Tribuna do Norte:

Casado há dez anos com a técnica de enfermagem Érica Gomes, 29, o técnico de telecomunicações Teófanes Rodrigues de Lima, 32, enfim vai deixar de viver sob o mesmo teto dos pais, onde mora com a mulher desde que casou. O casal e a filha de 11 anos viverão de aluguel em um imóvel no bairro Potengi, zona Norte de Natal. Comprando uma coisa de cada vez, a família vai deixando a casa nova do jeito que deseja. Depois de quitar as prestações da geladeira, Teófanes voltou às compras com a companheira, o pai e a mãe para escolher a máquina de lavar da residência. A renda da casa gira em torno dos R$ 2 mil por mês para sustentar os três. “Vamos ter mais liberdade. O aluguel é até conseguirmos comprar uma casa”, planeja o técnico de telecomunicações, falando um pouco sobre a nova fase da vida.

Com filhos crescidos, Manoel Imperial diz que compras são feitas agora sem tanta preocupação, como um novo computador. (Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press)

Assim como Teófanes, milhares de potiguares, nordestinos e brasileiros estão mudando de vida diariamente. E não é de hoje. O número de pessoas que ascenderam de classe social ou aumentaram a renda cresceu consideravelmente. Em Natal, os componentes da classe C, classificada como a nova classe média brasileira – famílias com renda per capita (por pessoa) entre R$ 291 e R$ 1.019 segundo critério do governo federal – corresponde a quase metade (46,98%) da população da capital potiguar. Pessoas que além de comprar mais, têm adquirido produtos e serviços que antes não faziam parte da realidade. Das novas possibilidades de consumo saem o primeiro computador, o primeiro smartphone, a primeira máquina de lavar, o primeiro carro, a primeira casa, a primeira viagem de avião, ou o primeiro universitário da família.

Se de um lado o alcance ao antes inalcançável realiza desejos e facilita a vida dos consumidores, de outro a economia agradece. “Os grandes crescimentos nos setores foram gerados por essa migração social”, afirma o superintendente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Natal), Adelmo Freire. “Tivemos segmentos sendo incorporados por essa nova classe média, como os mercados da tecnologia, imobiliário, educação, telefonia e automóveis”, acrescenta o economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio Grande do Norte, Aldemir Freire.

Foto: noticias.r7.com

O aposentado Manoel da Silva Imperial, 69, ilustra bem o movimento de acesso a novos mercados experimentado na última década. Há cinco anos veio o primeiro computador. ”Consulto a internet para acompanhar o noticiário. Uso de cinco a seis vezes por dia”, conta ele, enquanto observa junto com a mulher as vitrines de uma loja de tecnologia. ”Estou comprando um monitor maior para o computador”, explica. Morador do bairro de Pajuçara, zona Norte, seu Manoel criou oito filhos com um salário variando entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. ”A gente fazia um esforço. Hoje todos seguem suas vidas”, diz. Com a renda melhor após a aposentadoria do Exército e com menos gente para sustentar em casa, as compras são feitas hoje sem tanta preocupação.

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