Para evitar queda no consumo, gás natural recebe incentivo no RN

21 de janeiro de 2013

Notícia publicada no caderno de Economia do Novo Jornal:

A Companhia Potiguar de Gás (Potigás) vai das 400 metros cúbicos de gás natural veicular (GNV) aos motoristas que converterem seus veículos para usar esse tipo de combustível. Essa é uma das medidas que a empresa pretende implantar até o final do primeiro trimestre deste ano; e que fará parte do programa “Tô no gás”, ação que pretende pegar carona no suposto aumento da gasolina e impulsionar a retomada do consumo de GNV no Estado. O incentivo de 400 m3 de incentivo equivale a 6 mil km de rodagem.

Oficina de gás natural veicular. (Foto: Ney Douglas)

Oficina de gás natural veicular. (Foto: Ney Douglas)

A queda de 30% no volume de vendas do gás natural veicular (GNV) é um dos motivos que levou a Potigás a criar uma campanha para atrair novos consumidores. Em 2008, a Potigás vendeu 200 mil m3 de GNV/dia e hoje esse volume é de 140 mil m3. O gás natural veicular representa 40% do volume de vendas.

Convencer o consumidor que o GNV é mais vantajoso que a gasolina e o óleo diesel não é tarefa simples. Mesmo assim, a Potigás acha isso possível mostrando vantagens como redução de até 58% em relação aos demais combustíveis. Principalmente, com a previsão de aumento no preço da gasolina que pode chegar a até R$ 3,00 o litro.

Até o final de março a Companhia lançará a campanha “Tô no gás”, para dar novo fôlego ao consumo de GNV no Rio Grande do Norte que perdeu status principalmente entre os donos de veículos. Em 2002 havia no Estado 32 empresas convertedoras de gás natural. Hoje, há somente seis atualmente para uma rede de abastecimento composta por 64 postos.

O desinteresse pelo GNV veicular não é uma situação nova. De acordo com o diretor presidente da Potigás, Fernando Dinoá, em 2001 o Brasil passou por uma crise energética muito forte provocando racionamento de energia. “Naquela época não havia usinas termelétricas que consumissem o gás natural”, destacou. A partir daí, o governo federal fez um planejamento e nos últimos dez anos criou várias usinas movidas a gás natural. As termoelétricas estão garantindo neste momento de estiagem fornecimento de cerca de 25% da energia consumida no país.

“Este é um setor estratégico para a empresa”, comentou. Para se ter uma ideia dessa importância, a Bahia comercializa apenas 5% do GNV. O diretor presidente explicou que do início dos anos 2000 para cá houve um foco do uso do GNV para o segmento térmico. Um erro, na avaliação de Fernando Dinoá, que prejudicou os setores que utilizam gás natural: “Se passou a impressão errada para a população de que não haveria gás para os veículos, e isto afetou os novos consumidores de GNV o que acabou afetando diretamente toda a cadeia, como é o caso das convertedoras”.

Fernando Dinoá explicou que não há possibilidade de falta GNV para comercialização, seja oriundo do RN, de outros estados ou países. Em 2001, por exemplo, a Petrobrás comercializou para a Companhia, gás natural da África e Bolívia.

 

Bônus para conversão

A conversão de um veículo para gás natural varia entre R$ 1.500,00 e R$ 3.000,00 e quem fizer essa opção terá um bônus da Potigás de 400 metros cúbicos de GNV, o equivalente a 6 mil km de rodagem. Empresa de economia mista controlada pelo Governo do Estado e pela Petrobras, a Potigás solicitou à Secretaria de Tributação, estudos para analisar a possibilidade de redução do IPVA para os veículos a gás natural, um impacto direto no custo mensal do consumidor.

Fernando Dinoá explicou que a nova injeção de ânimo no setor do gás natural, não somente para uso automotivo, mas na indústria, comércio e residência, é uma determinação direta da governadora Rosalba Ciarlini. Já existe um projeto de lei do deputado Walter Alves (PMDB) em tramitação na Assembleia Legislativa com o objetivo de reduzir o IPVA para veículos movidos a GNV.

O gás natural é um combustível que dá o benefício da economia para o consumidor e melhora a qualidade de vida em geral, além de poluir menos o meio ambiente. E a campanha publicitário “Tô no gás” vai mostrar esses benefícios. Por exemplo, o GNV emite 78% menos monóxido de carbono para a atmosfera que os demais combustíveis líquido e ecologicamente é imbatível comparado as combustíveis fósseis.

Não é preciso anotar no lápis o alívio no bolso de quem fizer a opção pelo gás natural veicular. Fernando Dinoá apontou que na bomba o valor é cerca de 32% menor que os demais. A quantidade de quilômetros que se roda com 1 metro cúbico de GNV em relação a 1 litro de gasolina e álcool é muito maior. Um litro de gasolina, atualmente, está em média R$ 2,78 e um metro cúbico de GNV, R$ 1,88.

A Potigás, por ser uma empresa de economia mista, tem seus lucros repassados anualmente aos sócios. E o Governo do Estado pode utilizar parte desses lucros em serviços de atenção básica como a saúde e educação, explicou o diretor presidente da empresa. Um grande problema apontado por ele é que as pessoas costumam fazer comparação equivocada sobre o rendimento do GNV com os demais combustíveis. “Erroneamente a conta é feita apenas comparando-se os preços das bombas”, sublinhou. As pessoas esquecem de calcular o rendimento proporcionado por cada combustível e a vantagem será clara para o GNV, afirmou.

Combater clandestinas e recuperar mercado

Para correr atrás do prejuízo causado  pela fuga dos donos de veículos e popularizar o uso cada vez maior do GNV, a Potigás vai lançar a campanha “Tô no gás”. Entre as ações para atrair convertedoras e consumidores será criado o selo de certificação para combater, principalmente, as empresas clandestinas.

O diretor presidente explica que uma campanha publicitária vai mostrar as vantagens do gás natural veicular sobre os demais combustíveis, principalmente, a gasolina e o óleo diesel. “A economia sobre os combustíveis líquidos poder chegar a até 58%”. E, diferente dos outros, o GNV não pode ser adulterado nem desviado e seu uso, politicamente correte, porque dos fósseis é o menos poluente.

Na agenda propositiva do “Tô no Gás” há parcerias com instituições importantes como o Centro de Tecnologia do Gás (CTGás) com o objetivo de profissionalizar o setor para melhorar a prestação de serviço através de uma auditoria e certificação das convertedoras. A empresa Landirenzo, líder mundial em fornecimento de kits veiculares para GNV de última geração nos moldes do selo como o “Nota 10” de São Paulo a preços menores que de outros estados, garantiu o diretor presidente.

“Um dos gargalos que afastou o consumidor dos carros a gás é que muitas convertedoras prestavam um serviço de baixa qualidade que acarretavam problemas e transtornos, desqualificando a imagem do gás natural”, reportou Fernando Dinoá. Segundo ele, esse problema será combatido para dar credibilidade perdida pela ação das empresas sem qualificação para a conversão. Os funcionários das convertedoras serão qualificados.

O aumento no preço da gasolina também contribuiu para o lançamento do “Tô no gás”. Dinoá acredita que o litro da gasolina pode chegar a R$ 3,00 e o GNV é uma opção para o consumidor minimizar seus custos mensais de combustível. O consumidor empresarial, seja de empresa pública ou privada, pode também ser beneficiado. “Imagine aquela empresa que gasta R$ 10 mil por mês e passe a gastar a metade e sem a possibilidade de desvio”, observou ele.

Comercialização

O consumo de gás natural no segmento industrial comercializado caiu de 400 mil m3 por dia para 360 mil m3 de 2011 para 2012. Apesar disso, os números da Potigás mostram um aumento significativo 562% no número de clientes residenciais, comerciais, veicular e até industrial comparado a 2010. Chegou ao final do ano passado com 5.883 clientes. A maior expansão foi no segmento residencial.

Além do GNV que detém 40% dos clientes da Potigás, há uma expansão voltada exclusivamente para o setor turístico. O gasoduto da Via Costeira, por exemplo, abastece hotéis, restaurantes e shoppings da Zona Leste, garante respeito ao meio ambiente por sua segurança e economia. A empresa tem um contrato de concessão para realização dos serviços de distribuição de gás natural de 50 anos iniciados em 1995. O volume contratado com a Petrobrás para distribuição é da ordem de 1,3 milhão de m3 por dia de gás regular ou incentivado através do Prográs (Programa de Incentivo para Uso Industrial).

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