Projeto potiguar bate recorde de produtividade e deve revolucionar carcinicultura no Brasil

17 de janeiro de 2014

Noticia publicada no portal No Ar:

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) anunciou, através da Superintendência no Rio Grande do Norte, resultado inédito de experiência que deverá revolucionar a criação de camarão e devolver a rentabilidade ao setor que tanto sofreu nos últimos anos com a presença do vírus da mancha branca, nas áreas afetadas pela doença. Projeto piloto desenvolvido pela Camanor Produtos Marinhos, comprovou, através de novo modelo sustentável de produção, que é possível ampliar produtividade e qualidade mesmo dentro de um ambiente com a presença da mancha branca.

“Esta é uma grande notícia. Não poderíamos começar 2014 melhor. Estes resultados, que estão sendo acompanhados pelo Ministério da Pesca, apontam que a carcinicultura potiguar e brasileira voltará a ser forte, a produzir em grande escala, com qualidade e respeitando o meio ambiente. Isso é sustentabilidade”, destacou o superintendente de Pesca do MPA no Estado, Abraão Lincoln Júnior. Ele diz que o Ministério da Pesca está otimista quanto à recuperação do setor para este ano e acredita que estes resultados podem gerar onda de otimismo e até de sensibilidade por parte das instituições de crédito. “Vamos retomar também nosso espaço nas exportações ocupando a pauta de países europeus e dos Estados Unidos”, destacou Júnior.

Foto: www.camanor.com.br

Foto: www.camanor.com.br

Para alcançar estes resultados, a Camanor implementou mudanças profundas nos conceitos e no sistema de produção, principalmente por estar atuando em uma região impactada pela doença da mancha branca. Os objetivos foram alcançados de forma gradativa. A produtividade final atingida, no mais recente viveiro colhido foi de 17.775 kg/hectare (ha), sobrevivência entorno de 100% e 11,45g de peso médio, em um viveiro de 0,78ha, estocado com 150 camarões/m². Os números representam quebra de recorde de produtividade da Camanor nos seus 30 anos de existência e somente foram possíveis graças aos maciços investimentos em estudos e pesquisas. Este esforço originou o projeto que multiplica a capacidade de produção e reduz a zero o contato dos viveiros com ambientes externos.

“O principal diferencial deste projeto é que as experiências apontam sucesso em ambientes com presença da mancha branca, mal que está inviabilizando a carcinicultura, nas áreas atingidas aqui no Brasil. Estamos criando camarão com elevada densidade e reduzindo a zero o contato dos viveiros com ambientes externos”, explica o engenheiro de Pesca Luiz Peregrino, superintendente técnico da empresa e idealizador do projeto. Ele conta que a água é 100% tratada e reaproveitada e avalia que o experimento deverá proporcionar uma revolução na criação de camarão, voltando a abastecer a indústria de processamento em abundância e excelente qualidade.

“Chegamos a uma nova dimensão no tocante ao cultivo de camarão, com resultados de cultivo nunca antes obtidos, antes deste novo sistema, os viveiros impactados pela doença alcançavam produtividades médias de 250 kg/hectare e agora alcançamos mais de 17.000 kg/hectare”, comentou Peregrino.

Como parâmetros para avaliar a retomada de produção pela Camanor, foram observados a evolução dos dados nos três últimos meses. Em novembro a média de produtividade alcançada foi de 10.222 kg/hectare, em dezembro evoluiu para 12.432 kg/hectare para chegar agora em Janeiro nos 17.775 kg/hectare. “Investimos muito em pesquisa. O resultado é inédito, no Brasil, em escala de produção. Isso nos motiva e nos mostra um caminho para o futuro”, afirmou Werner Jost, diretor fundador da Camanor.

História
Fundada há 30 anos, a Camanor foi pioneira no desenvolvimento de tecnologias aplicadas à produção de camarão no Rio Grande do Norte e liderou as exportações de camarão no Brasil. Dona de inúmeros projetos distribuídos em seus 400 hectares, nos litorais norte e sul do Estado, mesmo com a crise do setor, a Camanor nunca parou de investir em inovação. O investimento do projeto piloto é de R$ 500 mil por hectare. Werner Jost espera que o retorno, a médio e longo prazo, seja a recolocação do Brasil na briga pela liderança das exportações. “Voltaremos a exportar de forma competitiva. Com preço e qualidade”.

No mundo todo, durante o processo de criação de camarão, geralmente a água é descartada dos viveiros após ser utilizada, o que gera críticas do meio ecológico. Isso não será preocupação no futuro, uma vez que a água não terá mais contato com o ecossistema a sua volta, ou seja, não haverá descarga de matéria orgânica para o meio ambiente. Além disso, o método novo modelo promove a reciclagem de todos os resíduos orgânicos dentro do próprio sistema de cultivo.

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