Na maior crise da sua história o PV de Natal mantém a incerteza sobre o pleito de 2012. Após a desistência da prefeita Micarla de Sousa e do ex-deputado Luiz Almir, ambos estavam sendo cotados para entrarem na disputa, os dirigentes do PV insistem na tese da candidatura própria. Alguns filiados ao Partido Verde defendem que o postulante seja o presidente da Câmara Municipal de Natal, vereador Edivan Martins. No entanto, a resistência vem do próprio vereador. Articulando a reeleição para a Câmara e pensando em disputar a presidência do Legislativo, Edivan Martins evita as ‘investidas’ dos correligionários e não se propõe a entrar na disputa. Com isso, está em cogitação na legenda nomes que são filiados ao PV, não são eleitoralmente expressivos, mas poderiam ser apresentados como candidaturas “ideológicas” por terem participado da militância de partidos de esquerda.
A definição de candidato a prefeito nos quadros do PV está tão delicada que o presidente de honra do partido, Rivaldo Fernandes, já admite a legenda lançar um “candidato ideológico”. Ele confirmou que a retirada da candidatura de Micarla e a desistência de Luiz Almir trouxeram um “prejuízo eleitoral” para o partido.
Rivaldo defende a candidatura de Edivan Martins, mas, confirma que aceitaria disputar a Prefeitura de Natal pelo PV. “Sou um soldado do partido, só cumpro ordens. Se a legenda me convocar, seria em projeto ideológico”, disse.
Segundo o presidente de honra da legenda, com a fragilização do projeto eleitoral, em virtude da saída de Almir e Micarla, a alternativa do PV, neste momento, é lançar o que ele define como “candidatura ideológica”. “O projeto eleitoral ficou fragilizado, agora se abre o espaço para candidatura ideológica, recuperar a bandeira tradicional do partido”, comentou. Além de Edivan Martins e dele próprio, Rivaldo cita como um possível nome do PV para disputar a Prefeitura de Natal o jornalista Marcus César Cavalcanti.
LÍDERES ESTADUAIS
Entre os líderes estaduais do PV, a defesa também é pela candidatura própria. O senador Paulo Davim, único representante do PV brasileiro no Senado Federal, defende candidatura própria e observou que é o momento do partido buscar um outro nome para apresentar a sociedade. “Temos companheiros muito qualificados dentro do PV, pessoas que podem se habilitar a entrarem na disputa. Espero que alguns deles coloquem o nome para servir a sociedade como alternativa verde”, disse.
O senador ponderou que caso alguns líderes do PV não se habilitem a entrar na disputa majoritária, o partido deverá “buscar rapidamente alternativa de apoiar outro candidato”. Único deputado federal do PV do Rio Grande do Norte, Paulo Wagner também defende a candidatura própria, mas descarta que seja postulante, já que tem domicílio eleitoral na cidade de Parnamirim.
Independente de ser o candidato a prefeito, está com Edivan Martins a definição do destino do partido no pleito de 2012. Com a saída de cena da prefeita Micarla de Sousa, presidente estadual da legenda, Martins é quem está comandando as articulações.
Almir revela bastidores da articulação frustrada
O ex-deputado estadual Luiz Almir (PV) rejeitou o convite para ser candidato a prefeito de Natal. Mas falou, ontem, sobre como foi o convite para disputar a sucessão de Micarla de Sousa (PV). Ao contrário do que afirmou o presidente estadual do PMN sobre o apoio ao PV somente se a prefeita disputasse a reeleição, Luiz Almir garante que recebeu do deputado estadual a confirmação de que teria o apoio do PMN caso fosse candidato.
Em entrevista a 98 FM, Luiz Almir relatou como foi o convite para disputar o comando do Executivo Municipal mais uma vez. De acordo com ele, a prefeita fez o convite em reunião na Sempla, com as presenças do vice-prefeito Paulinho Freire (PP), dos deputados estaduais Gilson Moura (PV) e Antônio Jácome, além de auxiliares da prefeita. O chamado assustou Luiz Almir.
“Eu pensava que ia ser para tratar de outra coisa, mas quando ela falou que eu seria o candidato, que já começaria com dois dígitos na pesquisa, fiquei quase em estado de choque”, disse Luiz Almir.
Apesar de afirmar que ficou gratificado com o convite, ele disse que não tinha a intenção devido aos problemas que supostamente teve durante a campanha de 2004, quando foi derrotado pelo então prefeito Carlos Eduardo. Contudo, além dos apelos familiares, outro ponto motivou Luiz Almir a deixar a disputa.
Segundo o ex-deputado, Antônio Jácome teria confirmado que o PMN daria o apoio a Luiz Almir. Porém, uma condição para o apoio do PMN seria que o pevista não levasse a imagem de Santa Clara durante a campanha para supostamente não gerar insatisfação junto ao eleitorado evangélico. Luiz Almir disse que o pedido o desanimou ainda mais para entrar na disputa.
“Soube na segunda-feira que ele (Jácome) teria confirmado o apoio a Hermano. Foi um fato que me entristeceu muito, mas minha decisão já estava tomada e isso seria mais um motivo para desistir”, comentou.
TSE confirma proibição no Twitter até dia 6
É ilícita e passível de multa a propaganda eleitoral feita por candidato e partido político pelo Twitter antes do dia 6 de julho do ano do pleito, data a partir da qual a Lei das Eleições permite a propaganda eleitoral. Esse entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi confirmado ontem, durante julgamento no qual foi mantida a multa de R$ 5 mil aplicada ao ex-candidato à Vice-Presidência da República em 2010 pelo PSDB, Índio da Costa, por veicular no Twitter mensagem eleitoral antes do período permitido pela legislação.
O TSE entendeu que o Twitter é um meio de comunicação social abrangido pelos artigos 36 e 57-B da Lei das Eleições, que tratam das proibições relativas à propaganda eleitoral antes do período eleitoral. Ao finalizar a votação, o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, destacou que “os cidadãos, que não estiveram envolvidos no pleito eleitoral, podem se comunicar à vontade. O que não pode é o candidato divulgar a propaganda eleitoral antes”, afirmou Lewandowski, garantindo a liberdade de expressão.
O entendimento alcançado pela Corte por quatro votos a três, negando o recurso apresentado por Índio da Costa, manteve a multa de R$ 5 mil aplicada pelo ministro Henrique Neves, que julgou representação proposta pelo Ministério Público Eleitoral sobre o caso. O ministro entendeu que, ao utilizar o microblog para pedir votos ao candidato titular de sua chapa, José Serra, antes de 6 de julho, Índio da Costa fez propaganda eleitoral antecipada. Ele publicou a mensagem em favor de José Serra no dia 4 de julho de 2010. Em seu voto-vista lido nesta noite em plenário, o ministro Gilson Dipp se associou à divergência aberta pela ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e seguida pelo ministro Dias Toffoli.
Candidatos ficam ameaçados com a indefinição
A indefinição do PV para a chapa majoritária, a três dias da convenção do partido, traz um clima de aflição para os candidatos a vereador, que ainda não sabem em qual palanque estarão. Na atual legislatura, o PV conta com dois vereadores: Edivan Martins e Aquino Neto. Mas na disputa pela proporcional muitos são os postulantes do partido, entre eles o ex-deputado estadual Luiz Almir e o ex-secretário chefe do Gabinete da Prefeita Kalazans Bezerra.
Depois da negativa de Micarla e do próprio Almir para disputar a Prefeitura, os pré-candidatos a vereador do PV defendem que a legenda não lance candidato a majoritária. O que eles querem é ficarem “neutros” na disputa para prefeito e, com isso, tentarem se coligar com o PMDB na chapa proporcional.
Aos assessores mais próximos e aos correligionários que o procuram o vereador Edivan Martins, presidente municipal do PV e a quem está entregue o comando da sucessão (após a saída de Micarla de Sousa), tem dito que até sexta-feira anunciará o candidato próprio do partido.
Justiça multa Lula por propaganda antecipada
A Justiça Eleitoral decidiu multar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, o SBT e o apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, em R$ 5 mil cada por propaganda eleitoral antecipada. O recurso foi apresentado pelo PSDB e o PPS, em razão da entrevista de Lula ao Programa da emissora, ocorrida no dia 31 de maio.
Segundo o advogado do PSDB, Ricardo Penteado, “a decisão é bem exemplar e importante porque demonstra claramente que a emissora realmente se envolveu na propaganda”. Penteado argumenta que, além de entrevistar os petistas, foi exibido um mini documentário sobre o Prouni, programa criado por Haddad quando era Ministro da Educação, que distribuiu bolsas de estudos em universidades particulares a alunos de baixa renda. “Exibiram documentário sobre o Prouni, que tinha formato de propaganda eleitoral”, ressalta. Ainda cabe recurso à decisão.
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