Reportagem publicada hoje no jornal Valor Econômico aponta que os reservatórios no RN que são administrados pelo DNOCS estão com reservas hídricas equivalentes a apenas 10,32% de sua capacidade.
O estado apresenta a segunda pior situação do semiárido brasileiro, que tem na PB o pior quadro (apenas 9,67%) de reservas e o CE em terceiro (11,93%).
O quadro tende a se agravar em função da permanência do El nino até pelo menos meados de 2016. Caso essa previsão se confirme teremos mais uma quadra de seca no próximo ano, caminhando para o 5º ano seguido de seca na região.
O principal problema hoje decorrente desse período seco prolongado é o colapso do abastecimento hídrico das cidades do Rio Grande do Norte. Fica até difícil imaginar como será enfrentar mais 15 a 17 meses de falta ou deficiência de chuvas na região. Deve-se levar em consideração, ainda, que esses 10% de água estão concentrados praticamente em um único reservatório: a barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Temos amplas regiões do estado em colapso literal de oferta hídrica.
Em função de uma ampla rede de proteção social fornecida pelo entes estatais da região e de uma economia mais forte, uma seca na região não produz mais aquela leva de migrantes, pedintes e a fome generalizada. Todavia, o abastecimento de água nos centros urbanos e rurais estão em completo colapso.
Claro que é impossível se enfrentar cinco anos seguidos de seca sem que a economia e a sociedade não sofra consequências (que o digam, por exemplo, a Austrália e a Califórnia, que enfrentou e está enfrentado, respectivamente, secas também severas e duradouras). No momento o que o RN precisa fazer é tomar medidas paliativas para amenizar os efeitos e construir infraestruturas de longo prazo para o aumentar a capacidade da região de enfrentar esses longos períodos secos.
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