Após pouco mais de uma hora de reunião com os jurados na sala secreta, a juíza Cinthia Cibele anunciou a condenação total da família Thies (assassinos de Andréia Rosângela) na noite desta quinta-feira, terceiro dia de júri.
O sargento Andrei Bratkowski Thies, réu confesso, teve pena fixada em 16 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado e 2 anos por ocultação de cadáver, totalizando.
A ré Mariana Thies foi condenada há 16 anos e 6 meses por ser mentora intelectual do crime, além de 2 anos e 6 meses de prisão por ocultação, totalizando 19 anos em regime fechado.
Por fim, o pai de Andrei, Amilton Thies foi condenado há 16 anos e seis meses de prisão pelo homicídio de Andréia Rodrigues e 2 anos e seis meses pela ocultação do cadáver.
Com a sentença, Andrei Thies demonstrou frieza e deixou o plenário escoltado pelos oficiais da Aeronáutica onde permanecerá até o trânsito julgado, enquanto que Mariana e Amilton Thies se mostraram abatidos e retornam as unidades prisionais.
Após a divulgação da sentença, Priscila Rodrigues, irmã de Andreia comemorou a decisão.
Amilton e Mariana Thies tiveram penas maiores que o filho. Cada um foi condenado a 19 anos de reclusão.
Entenda o caso
A dona de casa Andréia Rosângela Rodrigues, 37 anos, foi morta em 22 de agosto de 2007 na casa em que morava no conjunto Cidade Verde, em Nova Parnamirim. O sargento da Aeronáutica Andrei Bratkowski Thies, segundo os autos do processo, discutiu com a dona de casa Andréia Rosângela Rodrigues, sua companheira, e passou a agredí-la. Ele a estrangulou e a vítima desmaiou. Andrei chamou o pai, Amilton Thies, que morava em uma casa em frente à sua, e disse ter matado a esposa. Enquanto resolviam o que fazer, Andréia acordou e atacou o marido. Esse a imobilizou enquanto o pai buscava uma faca na cozinha para, em seguida, matá-la com um golpe na altura do fígado. Todo o assassinato, segundo os autos, foi planejado pela mãe do acusado, Mariana Bratkowski Thies.
O corpo de Andréia Rosângela foi colocado na geladeira da residência e, no dia seguinte, foi levado a uma casa recém alugada pela família Thies no conjunto Alagamar, onde Andrei o enterrou. No dia 27 de agosto daquele ano, o sargento da Aeronáutica registrou odesaparecimento da esposa na delegacia de Nova Parnamirim, alegando que ela tinha saído para comprar um cigarro e não voltara mais para a casa.
Em 24 de setembro de 2007, o delegado Raimundo Rolim assumiu o caso e quatro dias depois prendeu Andrei Thies por posse ilegal de armas, que estavam na casa da família Thies, no conjunto Alagamar. No dia 29 de outubro, a equipe da Delegacia de Homicídio, lidera por Rolim, faz escavações na casa da família Thies, no conjunto Alagamar, e encontram o corpo da vítima enterrado no quintal. Amilton, Mariana e Rodrigo Thies foram então presos. Em 22 de dezembro de 2007, o delegado Raimundo Rolim concluiu o inquérito, indiciando Andrei, Amilton e Mariana Thies por homicídio qualificado e ocultação de cadáver e Rodrigo Thies por ocultação de cadáver.
Andrei Thies é réu confesso e alega ter cometido todo o crime sozinho. Amilton e Mariana Thies admitem que sabiam do delito cometido pelo filho, mas negam participação.
Apenas testemunhas foram ouvidas no primeiro dia de julgamento na terça-feira passada (20), entre elas, O delegado do caso, Raimundo Rolim e o perito do ITEP, o médico-legista Francisco Ferreira Sobrinho testemunharam no primeiro dia do julgamento.
A juíza retomou o julgamento no dia seguinte, a sessão da quarta-feira às 9h começou com os depoimentos dos réus, Andrei Thies, Amilton e Mariana Thies.
Andrei iniciou o depoimento afirmando que sempre foi muito tímido, e tinha poucos amigos. Ele diz ter trauma de infância porque era gordo, e era motivo de chacota entre os colegas. O sargento Andrei Thies falou também sobre como conheceu e se envolveu com Andreia Rodrigues.
Andrei conta que conheceu Andreia no verão de 1987, na praia. Nos anos seguintes, até o de 1990, eles sempre se encontravam no veraneio, e eram bastantes amigos, segundo o sargento.
“Depois nos desencontramos. Só voltei a ver a Andreia em 1998. Ela tinha um namorado e já tinha a filha mais velha”, afirma Andrei. Ele disse ainda que em 2000 iniciou o relacionamento com a mulher, e que ela o procurou.
De acordo com Andrei, os pais dele não apoiavam o relacionamento. “Meus pais sabiam do meu relacionamento, mas não apoiavam. Acho que isso se devia por ela ser mais velha, mãe solteira e ter amizade com usuários de drogas”.
Após o fim do seu depoimento, Andrei Thies teve autorização para permanecer em plenário durante os depoimentos dos seus pais, Amilton e Mariana Thies que ocorrem na tarde da quarta-feira.
O último dia do julgamento na quinta (22), foi guardado, após os dois primeiros dias de depoimentos das testemunhas de defesa e acusação, além dos próprios réus, para os debates entre acusação e defesa. Antes do início das alegações, a juíza Cinthia Cibele de Medeiros, que presidiu o júri popular, relembrou certas “regras” contidas no Código Penal brasileiro a respeito da apresentação dos advogados e da promotora, sem poder exibir certos tipos de documentos ou objetos, em especial os que não tenham sido juntados ao processo em até três dias antes do início do julgamento, para que as partes fossem comunicadas e tomassem ciência do fato. Só então, exatamente às 9h24, começaram de fato os trabalhos do terceiro dia do julgamento da família Thies.
Após reunião, a juíza condenou os réus.
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