Notícia publicada no caderno de Economia da Tribuna do Norte:

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN) não descarta a possibilidade de faltar combustível nos postos da capital. Desde a última quinzena de novembro, a entrega de diesel, gasolina e álcool feita pelas distribuidoras está irregular e, em alguns postos, já foram registrados desabastecimentos. O problema ocorre em outros Estados e será tema de uma audiência pública amanhã, na Câmara dos Deputados.

Foto: Antônio Cardoso Sales

O debate ocorre em meio a mais um aumento no preço da gasolina que chega à bomba dos postos natalenses. Na última semana, houve um acréscimo médio de R$ 0,10 ao valor repassado ao consumidor final. Atualmente, em alguns postos, o litro da gasolina pode chegar a R$ 2,79. De acordo com o presidente do Sindispostos/RN, Antônio Cardoso Sales, o reajuste não tem relação com a irregularidade da entrega das distribuidoras. “O aumento foi ocasionado por alguns fatores, entre eles, o fato de muitos postos passarem por adequações ambientais e o aumento salarial dos funcionários. Fora isso, o preço estava estável há alguns meses”, comentou.

Com relação a possibilidade de desabastecimento dos postos, Cardoso explicou que a maior dificuldades dos empresários é a logística com relação a entrega. O presidente, que também é proprietário de posto, disse que as distribuidoras não estão cumprindo os prazos de entrega. “No meu posto, cheguei a ficar sem gasolina comum por alguns dias. Tiver que repassar a gasolina aditivada ao preço da comum para não deixar meus clientes sem atendimento”.

No início de novembro, uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo afirmava que há risco de faltar combustíveis no fim do ano e o RN seria um dos seis Estados mais vulneráveis. O Governo Federal não confirmou nem negou a possibilidade de desabastecimento no país. O tema será discutido, amanhã, durante audiência pública na Câmara Federal. Representantes de distribuidoras, Petrobras e sindicatos de postos estarão presentes.

Além da logística ineficiente, Cardoso afirmou que há outro problema que atinge o abastecimentos dos postos: a estação termoelétrica da Companhia Energética Potiguar (CEP) localizada em Macaíba. “A estação precisa de diesel para funcionar. As distribuidoras primeiro abastecem lá para depois seguirem para Guamaré ou os próprios postos. É preciso que seja feito algo para não termos problemas no futuro. Mas, é bom frisar: por enquanto, não corremos risco de desabastecimento”, taxou.

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