As exportações do Rio Grande do Norte movimentaram US$ 108,50 milhões entre janeiro e maio deste ano, com crescimento de 21,64% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números fazem parte de um balanço divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e mostram crescimento no estado acima das médias do Nordeste (+12,34%) e do país (+3,43%).

As vendas do produto no exterior somaram US$ 19,43 milhões nos cinco primeiros meses . (Foto: riograndedonorte.net)

A castanha de caju foi o produto que mais movimentou dinheiro no período.  As vendas do produto no exterior somaram US$ 19,43 milhões nos cinco primeiros meses deste ano, com expansão de 3,24% em relação a igual período de 2011. Foram as vendas de atum, entretanto, que registraram o maior crescimento: a alta chegou a 829%. A volta do açúcar ao grupo de produtos exportados e a comercialização de minérios também estão entre os impulsos para a ascensão do valor comercializado.

Desde o início do ano, em entrevistas à TRIBUNA DO NORTE, o coordenador de Desenvolvimento Comercial da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Otomar Lopes Cardoso Júnior, prevê que o ano será de crescimento para o Rio Grande do Norte em relação aos negócios fechados com o exterior.

A expansão, entretanto, ainda não foi suficiente para que as exportações retomem o patamar que atingiam antes da crise mundial que eclodiu em 2008, reduzindo o consumo em países consumidores. Estados Unidos, Espanha e Holanda são os principais importadores de produtos do RN. “É difícil prever quando voltaremos a esse patamar (pré-crise). A perda de força do camarão, que não será competitivo tão cedo no mercado externo (e que sumiu da pauta de exportações, entre outros motivos, por causa do câmbio desfavorável) é um dos motivos que tornam essa retomada mais lenta”, disse Otomar, em entrevista anterior, publicada este ano.

Em seu blog “Economia do RN”, o economista Aldemir Freire, chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-RN), traça a expectativa de que as exportações totais do Estado encerrem 2012 com algo em torno de US$ 300 milhões, o que significaria um crescimento de 6,69% em relação ao valor alcançado no ano passado (US$ 281,18 milhões). Do valor previsto para este ano, ele estima que apenas as frutas movimentem entre US$ 140 milhões e US$ 150 milhões.

“Uma incerteza que se avizinha é o comportamento das exportações de castanha. Considerando a forte seca que se abateu sobre o estado, muito provavelmente ocorrerá uma queda na produção. Um eventual aumento de preço do produto pode compensar, porém, a queda do volume exportado”, acrescenta Freire.