Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

RN no editorial da Folha de São Paulo

20 de março de 2013

Notícia publicada no blog da Abelhinha por Eliana Lima:

A reportagem da jornalista Cláudia Rolli sobre empreendimentos de sucesso no RN, publicado no último domingo (17), rendeu na edição desta última terça-feira (19) um editoral na Folha de São Paulo, sob o título ‘Brasil sem esmola’.

Eis:

Felipe dos Santos se tornou eletricista. O negócio vai tão bem em São Miguel do Gostoso (RN) que ele já carrega escada e ferramentas numa motocicleta, não mais a pé.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

A ex-sacoleira Silvana da Silva abriu um mercadinho na mesma cidade. Para bater a concorrência, abre às 5h30 e só fecha às 20h.

Em Messias Targino, a 330 km de Gostoso, Giovani Paiva é agora o “Rei do Pastel”, que vende a R$ 0,75 a unidade. “Se tivesse capital de giro, montaria filial e ampliaria o cardápio”, diz o neoempresário.

O que esses nordestinos têm em comum, além da força de trabalho e de vontade, é a condição de oriundos do Bolsa Família.

Como mostrou reportagem desta Folha no domingo (17), os três se tornaram microempreendedores individuais (MEIs) e estão entre os 244.761 que foram ou ainda são beneficiários do mais conhecido programa de assistência do governo federal. Esse contingente vem aumentando de forma acelerada: em agosto de 2011, eram 102.677.

Não se conhece ao certo quantos favorecidos pelo Bolsa Família –que hoje alcança cerca de 13,5 milhões de famílias– já encontraram essa porta de saída, isto é, deixaram de depender do complemento de renda. Sabe-se, porém, que, entre os cerca de 2,6 milhões de MEIs registrados no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, pouco mais de 9% já receberam o benefício.

Trata-se de um número pequeno, por certo. Mas é suficiente para levantar sérias dúvidas contra o muito difundido preconceito de que muita gente preferiria ficar sem emprego, ou só trabalhar no mercado informal, para seguir recebendo os R$ 145 mensais (transferência média do Bolsa Família).

Para que se estabeleçam fora do programa, são necessários outros auxílios: crédito e assistência técnica. No entanto apenas 45% dos MEIs em via de desligar-se do Bolsa Família foram, de fato, atendidos pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entidade privada que faz parcerias com o governo.

A administração federal não pode se limitar a isso. É preciso fazer muito mais para disseminar o atendimento e essas experiências bem-sucedidas –a fim de que o país possa atingir um novo patamar no combate à desigualdade social.

Uma pequena parcela do orçamento de R$ 23,2 bilhões do Bolsa Família já faria muito para emancipar seus beneficiários e dotá-los de autonomia para atuar no mercado e no universo do consumo.

Na escala atual, essas boas práticas não são mais do que uma prova de princípio, que precisa ser reproduzida para calar o preconceito e erradicar as transferências paternalistas de renda. País sem miséria é país sem assistencialismo.

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