RN tem 3ª maior alta de vendas do varejo no país em julho, segundo IBGE

13 de setembro de 2013

Notícia publicada no portal No Ar:

Os números das vendas do comércio varejista potiguar em julho, divulgados nesta quinta-feira, 12, pelo IBGE, superaram as projeções mais otimistas da Fecomércio RN. Segundo o instituto, as vendas do Varejo Ampliado no estado cresceram, no sétimo mês do ano, nada menos que 10% sobre o mesmo mês do ano passado, que também havia registrado uma alta considerável (9,4%) sobre 2011.  O Rio Grande do Norte ficou atrás apenas de Mato Grosso do Sul (alta de 15,7%) e Paraíba (incremento de 13,8%). No Brasil, a alta do Varejo Ampliado foi de 3,7%.

Vale ressaltar que diversos economistas e consultorias econômicas ouvidas por publicações nacionais e especializadas (como é o caso do jornal Valor Econômico) apontavam alta de, no máximo, 0,8% para o varejo nacional. No caso do Rio Grande do Norte, informações do próprio IBGE davam conta de que julho marcaria o início do ciclo de crescimentos menores nas vendas do estadom interrompendo uma sequência de altas bem maiores verificada em quase todo o primeiro semestre (com exceção de junho, ver quadro).

Marcelo Queiroz: “Ficamos surpresos com os números” (Foto: Alberto Leandro)

Marcelo Queiroz: “Ficamos surpresos com os números” (Foto: Alberto Leandro)

A expectativa destes percentuais menores de crescimento residia, sobretudo, no fato de que a base de comparação do segundo semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2012 é alta. Mas, não foi o que aconteceu.

Nacionalmente, o IBGE tomou como base da explicação dos números surpreendentes o programa Minha Casa Melhor, do Governo Federal, já que o setor de Móveis e Eletrodomésticos foi o que mais elevou suas vendas no mês (11%). Mas, economistas e especialistas torcem o nariz para esta explicação. Segundo os números oficiais, o Minha Casa Melhor aplicou, de 12 de junho até o início de setembro, R$ 1 bilhão, garantindo créditos de até R$ 5 mil por família para aquisição de móveis e eletrodomésticos. Para se ter uma ideia, este valor representa apenas cerca de 5% do faturamento de um ano do Rio Grande do Norte (que é de R$ bilhões). No Brasil, o comércio varejista fatura cerca de R$ 200 bilhões por mês.

“Ficamos surpresos com os números. Tudo indicava, e até o próprio IBGE reconhecia, que deveria haver uma desacelração neste crescimento agora no segundo semestre. Na busca por explicações eu enxergo o fato de que a massa salarial paga no Rio Grande do Norte cresceu 3,2% em julho, segundo dados do Caged, ao passo que no Brasil este número foi zero, ou seja, ficou estagnado. Além disso, vimos observando alguns poucos investimentos públicos, notadamente das prefeituras. Mas temos diversos fatores que apontam para um quadro de vendas crescendo menos, ou até mesmo se retraindo. Os níveis de inadimplência e endividamento estão se posicionando entre estáveis e maiores; estamos gerando menos empregos e o turismo, que é uma de nossas principais atividades econômicas vive uma grande crise”, diz o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.

Sobre o impacto do Minha Casa Melhor nos números, o presidente diz que não creditaria todo este desempenho apenas ao programa estatal. “Não acredito que, sozinho, o programa tenha conseguido alavancar tanto estas vendas. Os números dele não teriam esta força. Ele ajuda, claro. Mas não explica tudo. O IBGE só pesquisa estabelecimentos com mais de 20 empregados e a imensa maioria das nossas empresas do setor de Comércio, Serviços e Turismo, fica de fora desta faixa. Esta seria uma explicação para nossa surpresa nos números e também para o quadro que vemos em conversas com empresários do comércio potiguar, que simplesmente não conseguem enxergar, no dia a dia de suas lojas, este crescimento de dois dígitos”, diz Queiroz.

Com o número de julho, o percentual de crescimento acumulado em 2013 pelo varejo potiguar já bateu em 9,5%, acima, portanto, dos 7,6% que o varejo cresceu em 2012.

No próximo mês de outubro, a Confederação Nacional do Comércio irá reunir as equipes técnicas de todas as Federações do Comércio do país, no Rio de Janeiro, com a cúpula do IBGE nacional. Na pauta, as metodologias empregadas na apuração dos dados dos varejos nacional e estaduais. “Não temos dúvidas da competência do IBGE e dos seus técnicos. Mas esperamos que, depois desta reunião, possamos entender melhor os números que vêm sendo apurados pelo instituo, sobretudo no nosso estado”, diz Marcelo Queiroz.

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