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Em resposta às denúncias de falta de condições de trabalho na maior unidade pública de saúde do estado, o secretário estadual de saúde pública, Luiz Roberto Fonseca, reconheceu a situação de desabastecimento não só no Walfredo Gurgel, mas em vários hospitais do estado. Ele garantiu ainda que o problema começará a ser solucionado até o final desta semana, após o repasse de cerca de R$ 5 milhões para quitação de dívidas com fornecedores.

Ao portalnoar.com o secretário declarou que tal situação se deve ao agravamento da situação financeira que o estado vem enfrentando. Segundo ele o RN vem perdendo recursos, principalmente, devido à queda de expetativa de receita do fundo de participação, que somente no ano passado, atingiu a ordem de R$ 400 milhões e neste ano caminha para mais de R$ 350 milhões.

Secretário Luiz Roberto Fonseca garante que problema será solucionado a partir desta semana (Foto: Alberto Leandro)

Outro agravante é o aumento do custo da folha de pagamento dos servidores, devido aos incrementos dos últimos quatro anos. Segundo Roberto Fonseca, tais acréscimos totalizam a quantia de mais de R$ 1,5 bilhão. Além disso, ele credita a situação ao aumento do ICMS, que não compensou as quedas do fundo de participação e dos gastos com folha.

O titular da pasta de saúde estadual remete o problema ainda ao início da gestão, a qual teria herdado um débito de mais de R$ 150 milhões, referentes a cancelamentos de empenho com credores feitos no ano de 2010. Desse montante, a secretaria teria quitado aproximadamente R$ 60 milhões, restando um débito de R$ 90 milhões ainda a serem pagos pelo governo.

Roberto Fonseca diz que o governo passa por uma crise de credibilidade perante a indústria farmacêutica, responsável pela liberação dos insumos. “A indústria participa da licitação, ganha essa licitação, mas simplesmente não entrega mais os insumos por medo de um novo cancelamento de empenho e que essa dívida fique para ser quitada a perder de vista. É por isso que se agravou a situação do desabastecimento”, declarou.

Além dessa situação, o secretario esclarece ainda que a secretaria não tem autonomia financeira e depende de repasses da Secretaria Estadual de Planejamento e Fianças (Seplan). “Já solicitamos o repasse para começar a amenizar a dívida com nossos credores. Isso ainda não é o suficiente, mas vai garantir uma situação de normalidade pelo menos até o final do ano”, informou.

Na manhã desta quarta-feira (12) médicos do Hospital Walfredo Gurgel denunciam a total falta de condições de trabalho na maior unidade pública de saúde do estado. Em tom de desabafo, cirurgiões-gerais revelaram ao portalnoar.com que estão faltando quase todos os insumos básicos e que os pacientes acolhidos estão sendo tratados sob risco de morte e de complicações graves.

“Não temos antibióticos específicos, fios cirúrgicos, gases, e máscaras e luvas de procedimentos cirúrgicos. Com isso, os pacientes estão sendo os principais prejudicados neste estado de calamidade total que piorou muito nos últimos seis meses“, afirmou o cirurgião Alexandre Dantas.

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