Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Servidores municipais em greve acampam em frente à Prefeitura de Natal

5 de setembro de 2012

Deu no caderno de Cidades do Jornal de Hoje:

Em greve há mais de um mês, os servidores municipais de Natal montaram acampamento, nesta terça-feira, em frente ao Palácio Felipe Camarão. A atividade, que permanece durante a tarde, tem o objetivo de chamar a atenção da Prefeitura do Natal sobre a atual situação enfrentada pela categoria. Os servidores estão insatisfeitos com a redução do adicional noturno que foi reduzido em torno de 80% em todos os cargos municipais, o que gerou uma queda brusca nos salários dos trabalhadores. “Estamos brigando, pois não queremos que seja descontado mais nada do nosso contra cheque”, conta o coordenador do Comando de Greve, Paulo Bandeira.

Servidores protestam contra redução de adicional noturno em cerca de 80%, além de outras reivindicações. (Foto: Wellington Rocha)

Além da situação salarial, os servidores reclamam da falta de condições de trabalho, que compromete ainda mais a qualidade do atendimento à população. “O serviço público está sucateado, sem a menor condição de o servidor oferecer um atendimento de qualidade a população”, desabafa Paulo.

No último dia 30 de agosto, o Samu Natal também aderiu à greve dos servidores, reforçando o apelo da categoria sobre as condições precárias de trabalho. Além do Samu Natal também estão em greve, os vigias, guardas municipais e servidores da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (Semtas). Mesmo com a adesão de todas essas categorias, o coordenador do comando de greve dos servidores, Paulo Bandeira, garante que os trabalhadores estão respeitando a lei de greve, deixando mais de 30% do efetivo em serviço, como no caso do Samu, que está com 42% das ambulâncias em atividade.

Para a guarda municipal Adriana Patrício, a situação é bastante delicada. “O guarda municipal recebia até o mês de junho, cerca de 250 reais por adicional noturno, com o novo decreto da Prefeitura, a partir de agosto, começamos a receber apenas 60 reais”, explica Adriana. A servidora conta ainda que a categoria também não é valorizada em relação ao plano de carreira, não levando em consideração a hierarquia da classe. Por lei, ela conta que a função deveria ser de nível médio, mas atualmente, está como sendo de nível fundamental.

Na saúde, a situação também não é a das melhores. A técnica de enfermagem, Célia Dantas, relatou as condições das unidades de saúde. “Na maioria das unidades faltam insumos básicos como luvas e curativos. Além disso, não existe manutenção das máquinas odontológicas”, diz ela, acrescentando que na unidade de Saúde da Família em que trabalha,  em Igapó, os próprios dentistas costumam consertar as máquinas – paradas há mais de seis meses – com o dinheiro deles.

O agente de segurança patrimonial, Cid Antônio Vale, trabalha como agente de segurança patrimonial e conta que  a categoria está bastante insatisfeita com o descaso da Prefeitura. Para ele, a redução do adicional noturno a situação para os agentes de segurança é a maior reclamação. “Antigamente eu recebia R$ 360 reais de adicional noturno, agora estou recebendo apenas R$ 70 reais. É muito complicado, pois a gente se programa e, de repente, somos surpreendidos desta forma. Fiquei com uma sensação de impotência  sem saber o que fazer. Agora só nos resta esperar que a prefeitura tome alguma decisão e venha conversar com a gente”, explica Cid.

O servidor que já estava pagando a sua casa, conta que a situação ficou ainda mais crítica. ” Ia começar a pagar a minha casa, e agora estou no vermelho, sem ter como pagar.” Sobre as condições de trabalho que os agentes de segurança passam, Cid  Antônio, revelou  que os trabalhadores não possuem fardamento desde 2009. “Quem  quiser trabalhar  fardado, tem que comprar o seu próprio uniforme”, desabafa. Segundo o agente ele, os servidores receberam ameaça de um possível corte de ponto dos servidores.

Amanhã, os servidores municipais participarão de uma audiência pública, às 9h, na Câmara Municipal de Natal e esperam a presença da prefeita Micarla de Sousa. “Esperamos nque uma greve longa não seja necessária, mas se for preciso, estamos preparados”, reforça o coordenador do comando de greve, Paulo Bandeira.

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