Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Turismo no RN continua sem comando

16 de maio de 2012

Sem titular há mais de um mês, a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) vive um momento de especulações em torno de potenciais nomes para assumir a vaga deixada em março por Ramzi Elali. Enquanto o novo secretário não sai, a falta de comando na pasta estadual é vista como um problema grave entre especialistas e pessoas que já estiveram em cargos do setor no poder público. Descontinuidade e a falta de uma referência para mediar a captação de negócios são algumas das preocupações. Paralelamente, os efeitos da crise econômica no mercado externo, e a própria falta de políticas públicas efetivas para o setor reforçam o quadro difícil.

Especulado para assumir a Setur, o assessor técnico da pasta estadual, Francisco Soares Júnior, nega ter sido convidado. Ex-secretário de Turismo de Natal, Soares Júnior avalia que o tempo sem secretário acontece em um contexto cada vez mais concorrido no mercado. Aliado a isso, a descontinuidade na divulgação do destino Rio Grande do Norte também traz prejuízos. Na opinião do ex-secretário municipal e presidente do conselho do Natal Convention Bureau, Fernando Bezerril, o governo não tem dado a devida importância para o turismo. “Estamos em um barco à deriva”, afirma.

Se os recursos não possibilitam grandes campanhas de divulgação do estado, Bezerril acredita ser possível adotar soluções inteligentes sem grandes custos. O Governo do Estado disponibilizou para 2012 recursos de R$ 4 milhões para este fim. Da mesma forma pensa o empresário Murilo Felinto. Para ele, trabalhar em parceria com a iniciativa privada é fundamental na obtenção de bons resultados.

De acordo com Bezerril a fraca prospecção de negócios na semana passada durante a Brazil National Tourism Mart (BNTM) em São Luís, Maranhão, serviu para comprovar a atual baixa do turismo internacional. O evento concentra rodadas de negócio para o setor e foi sediado em Natal no ano passado. Com base nesse termômetro, Bezerril reforça que todos os caminhos apontam para o mercado nacional, sobretudo no Nordeste, e São Paulo, origem da maioria dos visitantes de Natal na última alta estação.

Murilo Felinto, que também foi secretário municipal, identifica um problema fundamental na falta de comando da Setur. “Ocorre hoje que o governo é quem coordena toda a parte de captação dos negócios”, analisa. A ausência de um titular da pasta prejudica diretamente a tentativa potiguar de retomar uma posição de destaque no país. “É importante que se tenha uma pessoa sintonizada com o setor e que saiba o caminho das pedras”, ressalta.

Sandro Pacheco, diretor administrativo financeiro do Natal Convention Bureau, reforça que a ausência de um titular na pasta dificulta a manutenção de um diálogo continuado com os investidores. “A captação de negócios é um processo demorado”, afirma.

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