Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

UFRN define regras para ingresso na instituição

25 de outubro de 2012

Deu no caderno Natal da Tribuna do Norte:

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) extinguiu o Argumento de Inclusão para se adequar as Leis de Costas que será utilizada já este ano para o Vestibular 2013. Assim, os vestibulandos que cursaram o ensino médio na rede pública terão a reserva de 12,5% das vagas do processo seletivo. Esse percentual também levará em consideração a renda e a raça desses candidatos. Essas modificações foram aprovadas ontem (24) pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da UFRN.  Durante coletiva, a reitora da UFRN, Ângela Paiva Cruz e a presidente da COMPERVE, Magda Pinheiro, explicaram as mudanças.

Angela Paiva, reitora da UFRN e Magda Maria Pinheiro (Comperve) apresentam as mudanças no CONSEP para o vestibular da Universidade. (Foto: Magnus Nascimento)

O Vestibular 2013 da UFRN oferece 3.015 vagas e dessas, 12,5% serão reservadas para os candidatos que cursaram, integralmente, o ensino médio em escolas públicas. Desse total, 50% serão reservadas para os candidatos com renda familiar bruta igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita e os outros 50% para os candidatos com renda superior a 1,5 salário mínimo per capita.

Segundo explicou Magda Pinheiro, de cada 50% das vagas destinadas a quem tem renda inferior ou superior a 1,5 salário mínimo per capita, serão destinados aos candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual a pretos, pardos e índios na população do RN, segundo o último censo do IBGE,  que é de 57,8%, conforme prevê a lei.

Os cálculos para entender as mudanças não são simples. Para ilustrar a situação, foi tomado como exemplo um curso oferecendo 50 vagas. Aplicando os 12,5% determinados pela lei,  43 vagas são para livre concorrência e sete vagas  são para os alunos de escola pública. (Veja divisão das vagas no infográfico).

Para concorrer nessas condições, o candidato deve atingir os critérios adotados pela UFRN, como por exemplo, o ponto de corte. Cada curso possui uma quantidade de pontos mínimas que o vestibulando tem que fazer para ser classificado para a segunda fase. Essa por sua vez, também tem um argumento mínimo a ser atingido.

Infográfico: Tribuna do Norte

Todas essas mudanças estarão explicadas em uma cartilha que será publicada hoje no site da COMPERVE (juntamente com o edital do vestibular retificado). Ela também será distribuída no primeiro dia de provas. Mas só no último dia é que os candidatos vão preencher o formulário e optar se estão enquadrados ou não no benefício das cotas.

Segundo a reitora da UFRN, Ângela Paiva, a quantidade de alunos beneficiados pela lei de cotas será semelhante a de anos anteriores quando era utilizado o argumento de inclusão. Ela disse ainda que a universidade está trabalhando para manter o nível do ensino da UFRN. “Estamos trabalhando para garantir mais investimento. Nós temos que incluir, acolher e garantir a permanência, com sucesso, dos alunos. Estou certa de que as cotas só trará benefícios. Estimulará os alunos a estudar mais, pois o acesso”, disse.

Os alunos ainda poderão concorrer a uma vaga na UFRN através do ENEM, que oferecerá pouca mais de três mil vagas, que também obedecerá a lei de cotas.  Para o ano de 2013 a UFRN está oferecendo 6.030 vagas. O acesso a metade destas será feito por meio do Enem. O restante, 3.015, será destinado ao vestibular,  cujo sistema de cotas será aplicado.

Clique aqui para ver a publicação original

Nova Lei de Cotas gera polêmica entre estudantes

Tribuna do Norte:

A Lei de Cotas -apesar de estar em vigor- ainda gera polêmica entre professores e vestibulandos. Muitos ainda não entendem a aplicação da lei e acha que serão prejudicados, e outros veem como preconceito. Uns são contra as cotas raciais mais apoiam as sociais.

Numa sala com 50 alunos do pré vestibular de uma escola particular nenhum deles é totalmente a favor das cotas. É o caso da estudante Thâmara Geane, 17 anos.

“Sou a favor das cotas para os estudantes que são de escola pública porque todo mundo sabe que o ensino oferecido é precário. Mas não concordo com a cota racial. Brancos, negros e índios possuem as mesmas possibilidades de aprender. A cor da pele e a raça não podem ser desculpas”, disse Thâmara Geane, que vai prestar vestibular este ano para o curso de Farmácia.

Já Lucas Linhares, 16 anos, é contra qualquer tipo de cota, seja racial ou social. Para ele essa medida não é de inclusão, mas de preconceito. “O Governo deveria investir na educação. Oferecer um ensino de qualidade para todo mundo para que todos possam disputar uma vaga na universidade de forma igual. Eu considero preconceito com quem estuda em escola particular. Sou contra qualquer tipo de cota”, disse o estudante que vai prestar vestibular para o curso de Engenharia Mecânica.

Para o professor de História, François Cavalcante, as cotas deve funcionar como medida paliativa, enquanto o poder público não oferece uma edução de qualidade.

“O governo quer transferir a sua responsabilidade – de não oferecer uma educação de qualidade –  para a sociedade. É preciso investir na educação, no professor. Não é simplesmente deixar a educação ao léu e criar medidas paliativas. Além disso, é complicado aplicar os critérios das cotas em uma país tão misto como o nosso”, opinou o professor.

Entenda 

Argumento de inclusão:

Os estudantes que cursaram o Ensino Fundamental e Médio em escola pública – e cujas notas estivessem acima do ponto de corte – tinham direito a um acréscimo de 10% na pontuação final do vestibular. Não havia uma cota mínima de participação de estudantes.

Sistema de cotas:

Os estudantes que cursaram o Ensino Médio em escola pública e estiverem no perfil de renda abaixo de 1,5 salário mínimo ou sejam negros, pardos ou indígenas terão direito a 12,5% das vagas

Clique aqui para ver a publicação original

 

Deixe seu comentário:

© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados

O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.