Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Ações emergenciais em Mãe Luíza devem custar R$ 6 milhões

27 de junho de 2014

Tribuna do Norte:

Nadjara Martins
repórter

O custo estimado das ações emergenciais na área devastada do bairro de Mãe Luíza já chega a R$6 milhões. A cifra corresponde apenas às ações que estão sendo realizadas pela Prefeitura de Natal para contenção da encosta do morro e criação de um sistema provisório de drenagem da chuva e do esgoto. As obras, iniciadas em 18 de junho, devem ser encerradas nos próximos dez dias. O município ainda não sabe quanto irá custar a recuperação completa da área afetada.

As ações emergenciais começaram na última quarta-feira, com base em um relatório feito por especialistas da Universidade Federal do RN e do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. As obras de contenção da encosta estão sendo realizadas pela empresa Ramalho Moreira, contratada emergencialmente.

Os recursos, porém, só serão repassados à empresa após apresentação da planilha e dos planos de recuperação emergencial e total da área ao Ministério da Integração, o que deve acontecer na próxima terça-feira (31). O prefeito Carlos Eduardo Alves irá a Brasília apresentar o planejamento.

“Esses recursos são uma estimativa dos custos iniciais que tivemos com algumas ações, como aterramento, montagem do muto, tubulações provisória. O plano final de reconstrução ainda está sendo montado”, afirmou o secretário adjunto de infraestrutura e obras públicas, Caio Múcio.

Foto: g1.globo.com

Foto: g1.globo.com


A Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Semopi) já concluiu 30% do aterramento da cratera. Ontem, foi iniciada a construção de um muro de contenção no meio da cratera. Formado por sacos de areia geoflexíveis denominados ‘big bag’, cada qual pesando cem quilos, o “muro” tem como objetivo evitar que a areia do aterro escorra com as novas chuvas. De acordo com a Secretaria, a ideia é que o muro cresça acompanhando o novo volume do aterro.

Ontem, quando a reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no local, os sacos estavam sendo preenchidos por operários. Em seguida, seriam transportados por guinchos para a área da cratera onde o muro está sendo erguido.

De acordo com o secretário municipal de obras públicas, Tomaz Neto, o muro vai ser transposto pelas tubulações provisórias de água e esgoto, que estão sendo instaladas pela Semopi e pela Companhia de Águas e Esgotos (Caern). Os tubos que começaram a ser instalados no início da semana, devem colher a água e esgoto da tubulação rompida das ruas Atalaia e Guanabara e desembocar em lonas colocadas já ao pé do morro, próximo à Avenida Sílvio Pedroza. De lá, a água das chuvas vai para a praia e o esgoto deve ser desviado para a Estação Elevatória de Esgoto (EEE) Relógio do Sol, em Areia Preta.    

O sistema provisório ainda está em 60% de conclusão, de acordo com a Semopi, causado pelo atraso da Caern em entregar a obra, mas deve ser finalizado até amanhã. Por ora, água e esgoto ainda jorram dentro da cratera de Mãe Luíza.

Clique aqui para ver apublicação original

Prefeitura ainda não tem projeto para reconstruir área afetada pela chuva 

Saiu no Novo Jornal:

A Prefeitura de Natal ainda não sabe quando a área afetada pelas fortes chuvas que caíram sobre a cidade nas últimas duas semanas será reconstruída. Pelo menos é isso que diz o secretário municipal adjunto de Obras Públicas e Infraestrutura, Caio Múcio Pascoal. Quase 15 dias após o primeiro deslizamento de terra entre os bairros de Mãe Luíza e Areia Preta, na zona Leste, o poder público ainda realiza o chamado “trabalho de resposta”, emergencial, que visa minimizar os riscos de novos incidentes.

Segundo Pascoal, o serviço precisa ser feito com a maior brevidade possível, mas deve levar pelo menos mais 15 dias. O gestor admite que o morro pode voltar a ceder caso o período chuvoso não cesse. “Tudo isso aqui pode descer se a chuva voltar com intensidade. Mas estamos trabalhando para que isso não aconteça. É preciso tirar a areia da parte de baixo e trazer para cima, isolar as ‘paredes’ da cratera com lonas e concluir os reparos das tubulações”, declarou.

Toda essa operação já vem sendo realizada há algum tempo, mas parece não estar em um ritmo muito acelerado. Na tarde de ontem, a reportagem do NOVO JORNAL esteve no local dos deslizamentos e conferiu como andava a intervenção. No trecho de Areia Preta, a Avenida Sílvio Pedroza, que continua interditada, apenas um caminhão e cerca de cinco operários trabalhavam. Três retroescavadeiras estavam paradas no canteiro de obras. O esgoto que escorre de Mãe Luiza continua indo diretamente para o mar, e o mau cheiro no local é intenso.

Aparentemente alheio a tudo isso, o auxiliar de manutenção Cláudio Jean Freitas, que trabalha em um hotel na Via Costeira, passava de bicicleta pelo córrego que desce do morro onde mora. “Passo por aqui todos os dias. Sei que é arriscado, mas não tenho outra opção. Quando percebo que a situação está um pouco mais complicada, vou pela praia”, disse. Ele reconhece ter um pouco de medo, mas afirma ser necessário enfrentar os novos obstáculos. “Sempre dou uma olhada para cima antes de atravessar. Só para garantir”, conclui.

ardo Fonseca, que reside em um prédio de luxo de Areia Preta, bem ao lado do trecho que cedeu, também foi flagrado cruzando a área interditada. Usando botas de borracha para proteger os pés da água suja, ele estava a caminho do plantão, e carregava consigo camisas sociais e até um estetoscópio. “Estou instalado na casa da minha avó, e venho aqui apenas buscar algumas roupas para usar no dia a dia”, comentou.

O futuro médico diz não temer pela sua moradia, mas acredita que ainda vai esperar um bom tempo até ver todo o problema resolvido. “Um engenheiro esteve aqui e garantiu que o nosso edifício é seguro. Não estou com medo, mas sei que esse transtorno ainda está longe de ter fim”, considera. Os operários Alfredo Monteiro e Leandro Souza enchiam sacos de areia para serem usados na contenção de eventuais deslizamentos, caso eles voltem a ocorrer. Os trabalhadores não acreditam que o trabalho seja concluído em menos de um mês. “Ainda tem muita coisa para ser feita aqui. Em menos de 30 dias é praticamente impossível liberar a via. Isso porque a empresa (Ramalho Moreira) já trouxe todos os funcionários que estavam em outros pontos da orla de Natal para cá”, comentou Alfredo.

Clique aqui para ver a publicação original

Deixe seu comentário:

© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados

O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.