Deu no caderno Cidades da Tribuna do Norte:
A bandeira azul e vermelha do Haiti registra, em francês, seu lema: “L’Union fait la force”, a união faz a força. E por conta do espírito contido nesta frase que o monsenhor Joseph Gontrand, bispo da Diocese de Jerémie, localizada na capital do país, Porto Príncipe, o bispo visitou ontem a sede da Cruz Vermelha em Natal para agradecer os esforços da organização na arrecadação e envio de donativos para os haitianos após o terremoto ocorrido em 2010. Gontrand também esteve em Fortaleza, que também participou ativamente da campanha de arrecadação, para agradecer a solidariedade.
O bispo haitiano, há praticamente três anos a frente da diocese, foi recebido na sede potiguar da Cruz Vermelha pela presidente Francisca Montenegro, pelo arcebispo de Natal Dom Jaime Vieira Rocha, representantes do Exército Brasileiro – que comanda a força da paz das Nações Unidas no Haiti – e voluntários. A cada pronunciamento feito, monsenhor Gontrand repetia “muito obrigado” e levava as mãos ao peito. “Vim aqui pessoalmente para dizer obrigado a todos. Entendo o esforço feito para que as doações chegassem ao Haiti e por isto estou aqui. As doações ajudaram bastante, principalmente o material escolar para as nossas crianças”, afirmou monsenhor Gontrand.
O padre Virgínio Serpa, de Fortaleza, acompanhou o bispo em toda sua viagem e relatou toda a dificuldade para enviar as doações para a América Central. “Fizemos a campanha, mas esquecemos de pensar como mandar tudo. Mas, com a ajuda e compreensão de todos os envolvidos, a parceria com o Exército e a Marinha e a inesperada presença da Cruz Vermelha para liberar o material no Porto de Natal, deu certo”, contou o padre.
Dom Jaime ainda lembrou que o terremoto no Haiti não vitimou apenas o próprio país, mas também o Brasil. “Neste momento emblemático para a solidariedade não podemos esquecer que o nosso país foi atingido, com a perda de Zilda Arns. E que, com este encontro, reavivemos o espírito da solidariedade”.
O monsenhor Gontrand ainda teceu críticas à inoperância política em resolver osproblemas do país, que dois anos após o terremoto ainda sofre para se reconstruir. “Nosso país está sempre em reconstrução, porque sofremos muito com ciclones, terremotos, grandes chuvas. Mas, temos um povo corajoso como o brasileiro. O maior problema é a frequente divisão política, que vem desde a época da independência em 1804. Por isso nosso Estado é fraco, inoperante e desorganizado”, destacou o bispo católico.
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