Boa qualidade do gado de elite e rentabilidade no mercado tem mantido criações no estado

20 de outubro de 2014

Saiu no Novo Jornal:

Um animal forte, que dá leite em grande quantidade, tem aptidão para a prática de esportes e é bom reprodutor. O Rio Grande do Norte figura entre os estados que possuem rebanhos de elite de melhor qualidade. São animais de alto custo e que exigem um grande investimento para a manutenção desses que representam boa parte do dinheiro que circula na Festa do Boi. Na edição de 2014, os leilões realizados superaram as expectativas e a tropa de elite do rebanho potiguar é responsável por parte deste montante.

Os pecuaristas que decidem investir neste ramo de mercado precisam dedicar boa parte do tempo ao trato dos animais e dispor de dinheiro para arcar com as despesas que a criação deles exige. Para o leiloeiro oficial da Festa do Boi, Eduardo Melo, a criação de animais de elite é um sacerdócio, em virtude do empenho que a atividade exige.Em contrapartida, o retorno é alto. O rebanho é vendido a um alto preço e o lucro dos investidores é igualmente alto.

Mesmo no período de seca vivido atualmente no Nordeste brasileiro. O presidente da Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc), Antônio Teófilo, explica que o gado de elite é criado em uma menor quantidade que o gado utilizado para os trabalhos do homem do campo. “E o custo individual de criação é muito alto”, acrescenta.Além disso, destaca ele, no estado, as criações se mantêm em virtude da boa qualidade genética dos animais dos selecionados daqui. Inclusive, entre os equinos a raça Quarto de Milha – cavalo comumente utilizado na prática de vaquejadas – criada no Rio Grande do Norte é referência nacional.

A raça guzerá tem dupla aptidão, produzindo bem carne e leite. (Foto: Frankie Marcone / NJ)

A raça guzerá tem dupla aptidão, produzindo bem carne e leite. (Foto: Frankie Marcone / NJ)

 

“Os animais deste tipo, de elite, são mais caros e por isso é possível segurar o plantel de alta qualidade”, corrobora Teófilo. Entre os bovinos, as raças pardo suíço, sindi, nelore e guzerá são destaque nas criações potiguares. O guzerá é um tipo de gado com características rentáveis para os criadores, pois há muitos exemplos de bons reprodutores e vacas boas produtoras de leite. O Rio Grande do Norte iniciou no meio deste ano de 2014 negociações para o envio de bovinos desta espécie para a África.

Aos acordos aconteceram com o governo de Senegal e os animais seguiram para o continente africano de avião. A negociação foi feita pelo empresário Cristiano Lima, proprietário das empresas GBT Internacional, especializada na comercialização de gado para o exterior, e da AIB Internacional, que cuida de toda a logística de transporte de animais vivos. A comercialização inicial foi de 140 cabeças de gado guzerá. Outras três cargas, com a mesma quantidade animais, já foram contratadas à época e devem ser efetivadas a cada três meses, partindo do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante.

O RN aguarda somente a estruturação de recebimento do governo de Senegal para enviar os animais.A aquisição destes animais faz parte de um projeto do governo de Senegal para o melhoramento genético do rebanho do país. O governo irá distribuir os animais comprados entre alguns produtores, vislumbrando o aumento da produtividade e a consequente geração de renda no campo.

O guzerá, raça exportada neste primeiro momento, é considerada de dupla aptidão, com excelentes resultados na produção de carne e de leite. A informação de que o Rio Grande do Norte tinha um rebanho de alta qualidade genética, além de um aeroporto de cargas para ser inaugurado, fez com que o estado despontasse frente a possibilidade de se comercializar o gado da região de Minas Gerais.

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