Com RN livre da aftosa, expectativa é que Festa do Boi 2014 gere R$ 100 milhões

9 de setembro de 2014

Notícia publicada no Novo Jornal:

A 52ª Festa do Boi, no Parque Aristófanes Fernandes (Parnamirim), será realizada de 11 a 18 de outubro  de 2014 e deverá movimentar R$ 100 milhões com exposição de 6 mil animais. Depois de 15 anos, é a primeira Festa que acontece com o Rio Grande do Norte classificado como zona livre de aftosa com vacinação. O presidente da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), Antônio Teófilo, disse ontem no lançamento do evento para a imprensa, que o volume previsto para negócios é o mesmo de 2013. Mas, devido o Estado ser considerado zona livre da aftosa, as expectativas podem ser superadas.

Sem as barreiras fitossanitárias que impediam a exportação do gado potiguar, a Festa do Boi deste ano pode ser uma abertura para os mercados nacionais e internacionais. Já têm confirmados expositores do Paraná, Minas Gerais e Pará, além da Bahia que havia anos não participava por causa da aftosa. “Estamos trabalhando para realizar a maior Festa do Boi dos últimos tempos”, frisou Antônio Teófilo.

A maior Festa do agronegócio potiguar que gera receita através de leilões de animais expostos que serão utilizados para corte, produção de leito e melhoramento genético das raças. Até meados de 2015, a Anorc deve lançar a Festa da Vaca (ou do Leite), uma variante da Festa do Boi voltada exclusivamente para a produção leiteira do RN, reduzida por causa da seca.

Festa do Boi deste ano pode ser uma abertura para os mercados nacionais e internacionais. (Foto: Ney Douglas)

Festa do Boi deste ano pode ser uma abertura para os mercados nacionais e internacionais. (Foto: Ney Douglas)

 

Antônio Teófilo ressaltou que a Anorc está investindo R$ 1 milhão para a realização da festa com ajuda de patrocinadores. Em reunião com a governadora Rosalba Ciarlini há mais de 20 dias, reportou o presidente da Anorc, a chefe do executivo prometeu R$ 230 mil. Já estão reservadas mais de 700 argolas (áreas destinadas ao gado) e confirmada 400 expositores de animais, máquinas e implementos agrícolas e um balcão imobiliário. A Festa conta com patrocínio da  Confederação Nacional da Agricultura, Senar/Faern, Ministério da Agricultura e Pecuária, Fiern,  Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Sebrae-RN e Governo do Estado.

Seca

A estiagem prolongada de três anos no Estado não deve prejudicar a Festa do Boi, explicou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira. Os animais em exposição são selecionados e pertencem a criadores de maior poder aquisitivo, com propriedades fora do semiárido, que não sofrem os efeitos da seca como a maioria dos pequenos e médios produtores.

Nos últimos três anos a queda do rebanho bovino do RN foi 50%. Passou de 1 milhão para 500 mil cabeças e a produção de leite baixou de 600 mil litros/dia para 350 mil litros/dia. Apesar disso, criadores selecionadores do Estado produzem um gado considerado de elite com boas matrizes de guzerá, nelore, zebu e sindi reconhecidas pela qualidade genética em todo o país, comentou José Vieira. Mas estes são poucos afetados pela seca.

O Estado tem um universo de 87 mil estabelecimentos comerciais e mais de 100 mil produtores agropecuários. José Vieira ressaltou que a seca é apenas mais um fator para a queda da produtividade no setor. Há uma série de fatores que incidem no declínio  como a falta de segurança na área rural. Em 2013 houve roubo de animais, implementos agrícolas em quase todas as regiões do Estado.

Sem chuva a situação se agrava e falta assistência técnica para os pequenos e médios produtores e, principalmente, e vontade política dos governos federal e estadual para melhorar, por exemplo, o acesso ao crédito para financiamento da produção agropecuária. “O Governo (federal) perdoa dívidas de países da África, mas cobra as dívidas do produtor”, criticou condenando também o excesso de burocracia.

“Este é um momento importante para as ações estruturantes do semiárido para dar condições do produtor rural sobreviver com a estiagem”, disse José Veira. O Governo poderia estar mais presente com políticas de incentivo para desenvolvimento do setor agropecuário, principalmente, com recursos hídricos e projetos de irrigação que garantam renda para os produtores.

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