De um lado o esfriamento do ritmo de vendas no mercado imobiliário. De outro, obras públicas que ainda não deslancharam. Avaliando o comportamento dos dois segmentos se descobrem as causas da retração que a construção civil potiguar experimentou no primeiro semestre de 2012. Com a desaceleração da economia nacional e a sombra da crise na Europa, a confiança do setor estava no investimento público previsto nos diversos projetos voltados principalmente para a Copa do Mundo de 2014. A resposta não veio e na outra ponta o mercado reduziu seu crescimento. Para o segundo semestre, otimismo é a palavra de ordem.
Embora reconheça o crescimento aquém do esperado, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Norte (Sinduscon/RN), Arnaldo Gaspar Júnior, espera melhoras na segunda metade do ano. “Para o segundo semestre acho que vamos ter as obras públicas deslanchando”, ressalta Gaspar, que aponta outros desafios para o futuro, relacionados às discussões em torno da ocupação do solo em Natal, debate no qual se inserem assuntos como o Plano Diretor e a construção de empreendimentos na Via Costeira.
No mercado imobiliário, o investimento mais comedido é visto de maneira natural por representantes do setor. O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci/RN), Waldemir Bezerra, analisa o momento em dois fatores: o consumidor mais cauteloso na compra e as empresas cuidadosas na hora de investir. “Temos muitos novos negócios iniciados e então você diversifica o investimento”, afirma. Bezerra conta que existe hoje uma super-oferta de empreendimentos e unidades habitacionais. Com mais opções, o cliente tende a ser mais seletivo e os negócios demandam mais tempo para serem fechados.
Outro ponto tocado pelo presidente do Creci/RN é a dificuldade de encontrar terrenos para os projetos do Minha Casa, Minha Vida voltado para a faixa, de pessoas que possuem renda de até R$ 1.600 O encarecimento do solo natalense contrasta com o teto de R$ 53 mil estabelecido para os empreendimentos inclusos nessa categoria do programa. As obras precisam migrar para locais em que haja viabilidade econômica, porém onde o poder público ainda não chegou com a infraestrutura básica requisitada pelo programa.
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