Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Crise das empresas de Eike Batista ameaça projetos no RN

10 de julho de 2013

Notícia publicada na Tribuna do Norte:

A crise que atinge as empresas do bilionário Eike Batista ameaça investimentos do grupo EBX no Rio Grande do Norte. A companhia, que enfrenta uma forte desvalorização das ações na bolsa de valores, reforça a intenção em investir em energia eólica no estado, mas não nega que precise de ajuda para garantir os investimentos em petróleo e gás.

A exploração de petróleo e gás no mar do RN é um dos projetos previstos pela petroleira OGX. (Foto: Tribuna do Norte)

A exploração de petróleo e gás no mar do RN é um dos projetos previstos pela petroleira OGX. (Foto: Tribuna do Norte)

Ontem, a OGX Petróleo, que faz parte do grupo, anunciou estar negociando parcerias para explorar os blocos que arrematou sozinha na 11ª rodada de leilões de áreas exploratórias de petróleo e gás,  realizada em maio pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).  A OGX foi uma das grandes vencedoras do leilão, com 13 blocos adquiridos. Desse total, dois estão no RN e um foi arrematado sem parcerias.

A empresa arrematou dois dos dez blocos marítimos ofertados pela ANP na bacia potiguar e precisa pagar R$ 101,7 milhões pelos dois blocos, depositando a garantia até o próximo dia 30. A cifra representa quase 90% do esperado em investimentos na bacia marítima potiguar e quase metade dos investimentos totais previstos no estado em decorrência do leilão.

À TRIBUNA DO NORTE, A OGX disse “acreditar ter condições de apresentar as garantias exigidas para a ANP tempestivamente”. Em nota, acrescentou que “está trabalhando na solução para garantir o programa exploratório mínimo dos blocos arrematados, na forma da legislação aplicável”.

Risco

Segundo Jean-Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia, e atual diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia, a busca por parceiros não é incomum, mas o risco de a empresa não depositar as garantias no prazo e ser obrigada a devolver os blocos à ANP existe. “É uma ameaça. Ou a OGX passa os blocos adiante para outro investidor, como costuma ocorrer em alguns casos, ou devolve para a ANP”, afirma.

Segundo Prates, o valor a ser investido nos dois blocos exploratórios no RN não é considerado alto para a empresa. Ainda assim, a OGX pode enfrentar dificuldades para executar os projetos ou até mesmo para encontrar parceiros. Um dos blocos foi arrematado por R$ 81,76 milhões – em parceria com a Exxon Mobil – representando um ágio, que é a diferença entre o mínimo exigido e o valor a ser pago, superior a 1.000%.

“Esse bloco foi adquirido com um ágio muito alto. Pode ser que a OGX desista dele, caso não arrume ninguém disposto a pagar o que disse que pagaria, e tenha que devolvê-lo à ANP”. A empresa, que não deu detalhes sobre as parcerias que busca para salvar os negócios, afirmou apenas que “não existe qualquer negócio fechado que deva ser divulgado ao mercado neste momento”. De acordo com a ANP, as empresas que descumprirem o acordado no leilão estão sujeitas a multas e podem ter o direito de participar de futuras licitações para obtenção de novas concessões suspenso temporariamente. Já os blocos podem ser retomados e inscritos em novos leilões, podendo não ser arrematados outra vez.

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Empresa mantém interesse em gerar energia eólica

Notícia publicada na Tribuna do Norte:

Enquanto busca parceiros para viabilizar os projetos em petróleo e gás no Rio Grande do Norte, o grupo EBX, de Eike Batista, prepara-se para estrear no setor de energia eólica no estado. Segundo  a assessoria de comunicação da MPX Energia – empresa do grupo – o complexo eólico ‘Ventos’, composto pelos parques eólicos Jandaíra, Pedra Preta 1 e Pedra Preta 2, “está pronto para participar dos leilões de energia de 2013”.

Eike Batista: crise financeira e de confiança no mercado. (Foto; Tasso Marcelo)

Eike Batista: crise financeira e de confiança no mercado. (Foto; Tasso Marcelo)

Ao todo, o complexo terá capacidade instalada de 600 Megawatts (MW), podendo chegar a até 1.200 MW, o que significa que terá, segundo a assessoria de comunicação da MPX, uma capacidade instalada equivalente a mais de 80% do total em operação no Rio Grande do Norte (727,2 MW), de acordo com dados de abril da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). “Mas é importante ressaltar que trata-se apenas de uma previsão e que a implantação depende de diversos fatores, como a comercialização da energia do Complexo Ventos”, disse a empresa, em nota.

A MPX, que não informou quando pretende iniciar a construção dos três parques, disse que a elaboração do cronograma de implantação ainda depende da contratação de energia, que determinará, entre outras coisas, a potência a ser instalada.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou, no entanto, que a obra de um dos parques – o Pedra Preta – já está em andamento. “De acordo com  relatório de Fiscalização da Aneel, a obra começou em setembro de 2012. Foi concluída a montagem do canteiro de obras e estão em andamento a construção dos acessos internos e obras civis das bases dos aerogeradores”. O parque que, segundo a Aneel, seria concluído em setembro de 2013, só poderá entrar em operação em março de 2015. “Ainda não há um sistema de transmissão que escoe a energia das eólicas no local”, esclareceu a Agência.

A MPX Energia não revelou os valores envolvidos na construção e operacionalização dos três parques, mas reforçou que o complexo eólico ‘Ventos’ se trata “do principal projeto de energia eólica da MPX”. O complexo foi adquirido ainda em agosto de 2012 pela empresa, através de uma da joint-venture com a E.ON AG, na época. A partir do próximo mês, a MPX passa a ser a detentora do projeto, segundo a assessoria.

Saiba mais

A crise que afeta os negócios de Eike Batista é uma crise sobretudo de confiança, afirmou Vinício de Souza e Almeida, professor adjunto do Departamento de Administração e coordenador do programa de especialização em mercado de capitais da UFRN, em entrevista à TV TRIBUNA, da TRIBUNA DO NORTE. “Eike não cumpriu as promessas que fez. O mercado ficou sem parâmetros para avaliar o valor das suas empresas. O que o grupo vive é uma crise de confiança, e numa crise de confiança os efeitos são até mais fortes do que o motivo da própria crise”, disse. Segundo reportagem de O Estado de São Paulo, a ‘bolha’ da OGX foi inflada por 55 anúncios de descobertas de petróleo. A petroleira teria feito 105 comunicados ao mercado em dois anos e meio. A maioria anunciando descobertas em um mesmo poço.  A empresa desistiu de explorar sua principal área.

Foto: Tribuna do Norte

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