Deu no caderno de política da Tribuna do Norte:
O arquiteto Orlando Busarello – um dos idealizadores do projeto original da Via Costeira – é favorável à construção de novos empreendimentos na área. A opinião foi dada ontem, durante reunião organizada pelos empresários do Pólo Turístico da Via Costeira. “Conservação e preservação não são excludentes para a edificação. Sou a favor da construção de novos empreendimentos que possam ser aplicados de forma coerente, com respeito ao meio ambiente. Desde o princípio, a ideia do projeto da Via Costeira foi a de organizar espacialmente a região de forma flexível e harmônica para a realização de um projeto de excelência”, disse Busarello.
Busarello integrou a equipe do escritório Luís Forte Netto, responsável pelo projeto de concepção da Via Costeira, desenvolvido em 1978. Em companhia do geólogo José Salamuni, realizou o mapeamento de toda a região da Via Costeira, estudo responsável pela edificação da rodovia que, para o arquiteto, faz o contorno ideal para a preservação das dunas e da Mata Atlântica.
Mas o projeto elaborado há mais de três décadas nunca foi implantado na totalidade. “O trabalho ia além da construção de um espaço para o turismo. O pensamento era o de aproveitar os 12,5 km de costa virgem entre Mãe Luíza e Ponta Negra para o uso da sociedade como um todo. A edificação de espaços socioculturais, para que houvesse proximidade entre o turista e o nativo, bem como de acessos para a praia e 16 mirantes ao longo da via sempre fizeram parte do projeto original”, alegou.
A balneabilidade ao longo desse percurso foi amplamente estudada e inserida no projeto. Os acessos à praia estavam em pontos estratégicos para facilitar a entrada em zonas apropriadas para serem usadas como balneários. A da implantação das paradas de ônibus cobertas e de árvores ao longo do calçadão da Via Costeira também não foram esquecidas. “Não existia esse hábito de fazer caminhada naquele tempo, mas o projeto foi realizado, pensando-se na integralização de todo o espaço para o uso comum de turistas e natalenses”, reforçou Busarello.
Segundo ele, os espaços onde estão edificados os hotéis da Via Costeira respeitam o Plano Diretor de Natal e preservam a região, visto não serem área de conservação ambiental. Busarello reforçou que as Zonas de Proteção Ambiental 1 e 2 encontram-se logo após a avenida Dinarte Mariz, e seguem em plena conservação.
A vinda do arquiteto é convite dos empresários que atuam na Via Costeira. “Nosso objetivo é o de propiciar uma linha de atuação para o governo e recuperar esse projeto engavetado. É importante unir forças e fazer avançar o turismo local”, colocou Luiz Sérgio Barreto, presidente da pólo turístico da Via Costeira.
Para o secretário municipal de Turismo, Murilo Barros, a indefinição sobre a liberação das construções na Via Costeira precisa ser revista pela instância federal, uma vez que a interferência do Ibama sobre a edificação de novas estruturas que beneficiem o turismo local prejudicam o desenvolvimento. “Não vivemos na lua, onde não existem pessoas. Vivemos na Terra, onde há a necessidade de harmonizar a natureza com as pessoas”, compartilhou.
IBAMA
Na manhã de hoje, o arquiteto Orlando Busarello se reúne com o superintendente do Ibama no RN, Alvamar Costa de Queiroz, às 11h, para apresentar o antigo projeto e ouvir a entidade com relação à preservação da região, a principal alegação do órgão ambiental, que serve de argumento para que não sejam mais construídos empreendimentos turísticos na região.
Antes, às 9h, o arquiteto marca presença na audiência organizada pela Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, a partir das 9h, quando serão discutidos os processos judiciais relativos à ordenação e revitalização da praia de Ponta Negra.
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A polêmica questão sobre novos empreendimentos na área da Via Costeira ou a proteção ambiental e a proibição de novas construções ganhou mais um capítulo na tarde desta quarta-feira, com a visita do arquiteto Orlando Bussarelo, um dos idealizadores do que se tornou a Via Costeira há 34 anos.
“Natal tem uma particularidade de não apresentar uma exploração predatória, por isso fazendo uma análise do uso, preservação e adequação da área que fica entre duas áreas urbanas, é possível sensibilizar os órgãos competentes para uma ocupação adequada”, explicou Bussarelo.
O arquiteto que veio a convite do grupo de empresários da Praia da Costeira fez uma avaliação da atual situação da via e as necessidades de possíveis ajustes para o seu uso presente e futuro. “O projeto inicial elaborado pela nossa equipe previa acessos à praia, equipamentos públicos como praças, quiosques e anfiteatro, mas que não foram executados. Nós buscamos sensibilizar os órgãos estaduais e municipais para que sejam avaliadas as necessidades para o público local, como também dos turistas para serem feitos ajustes na idéia original que não está perdida”, afirmou Bussarelo.
Durante a coletiva de imprensa, o arquiteto apresentou o plano de desenvolvimento com a urbano e regional previsto desde 1978 para a Via Costeira da extremidade de Mãe Luiza à Ponta Negra, analisando as questões geológicas e urbanísticas da área. Em uma visita rápida pela orla, o arquiteto analisou que cerca de 75 a 80% do projeto inicial foi executado, mas criticou as últimas mudanças feitas na malha viária.
“Quando se mexe na estrutura tirando acostamentos, ciclovias e diminuindo o aceso do público em detrimento do tráfego de veículos com o alargamento da via, torna mais difícil a interação da população com aquela área. Além disso, o projeto inicial previa áreas arborizadas que mais do que a estética seria importante para harmonizar o clima”, enfatizou Bussarelo.
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