Saiu na Tribuna do Norte:
Sara Vasconcelos – repórter
A clássica frase “Abram os livros em tal página…” comumente usada por professores para cessar o burburinho de alunos e, enfim, iniciar a aula, aos poucos, é substituída por “Liguem os notebooks/tablets e acessem o conteúdo”. E, ao comando, telas com diversos aplicativos que se movem ao deslizar de dedos, acendem sobre carteiras de estudantes, como Eduardo Lucas da Silva Pinheiro, de 11 anos, aluno do 6º ano do ensino fundamental. A imagem que poderia soar futurista anos atrás, já é realidade em escolas das redes privada e também pública de Natal.
Com o maior acesso as novas tecnologias conectadas à internet, instituições de ensino passam a aderir, de modo planejado, novas plataformas em sala de aula – além do tradicional livro e apostila em papel. Mas especialistas concordam: o processo de transição em curso não deve significar o fim dos impressos, mas a complementação de ferramentas de ensino.
Eduardo Lucas somou,este ano, um tablet ao material escolar que leva ao Colégio Salesiano São José. Com o domínio inerente à geração Z, ele desliza a tela, “folheia” o livro digital, amplia fotos e imagens, abre vídeos, gráficos e joguinhos à velocidade em que a professora de inglês, à frente de uma lousa digital, segue com a aula. A navegação que poderia parecer um desvio de atenção, faz parte do conteúdo didático programado e disponibilizado no equipamento.
“A gente tem como ver várias coisas ao mesmo tempo sobre o assunto estudado e não apenas o que está no livro, isso aumenta a nossa curiosidade, a vontade de saber mais”, diz o menino.
A escola adotou o conteúdo virtual em turmas do 6º ano do ensino fundamental e no 1º, do ensino médio. O livro da versão impressa ganha novos recursos e quebra a “barreira física”. “A escola entendeu que ciência e tecnologia andam juntos na formação social. É um processo de transição, que tem um resultado imediato na atenção do aluno”, afirma o coordenador-geral do Colégio Salesiano, Mário Sérgio de Oliveira. “Estamos migrando do processo mecânico, manual para o conteúdo digital e, em mais alguns anos, teremos um novo formato”, prevê o coordenador.
O conteúdo didático digital aliado aos recursos disponíveis nos equipamentos conectados à internet é uma nova receita para inovar e tornar a escola mais atraente. Na Escola Municipal Professor Herly Parente, em Igapó, zona Norte da cidade, a frequência escolar aumentou em mais de 80% nos últimos dois anos. “Percebemos uma maior motivação que reflete na qualidade do aprendizado, na frequência e menor evasão”, disse a diretora Núbia Varela.
A erradicação do impresso não é aprovada por alunos como Maria Clara Oliveira de Carvalho, de 10 anos, aluna do 5º ano do ensino fundamental do Herly Parente. “Os livros não podem ser substituídos porque são muito importantes. O notebook é um recurso a mais para aprender, pesquisar e saber detalhes, ver filminhos, resolver jogos”, disse a pequena.
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