Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Em Natal, restrições no Parque das Dunas incomodam frequentadores

29 de agosto de 2012

Deu na editoria Cotidiano da Tribuna do Norte:

Para Dorgival, criança andar de bicicleta sem os pais também é arriscado. (Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press)

O fluxo de carros dentro do Bosque dos Namorados, no Parque das Dunas, Zona Leste de Natal, e algumas regras impostas aos pais que levam os filhos ao local estão incomodando seus freqüentadores. O Bosque é o único espaço com ampla área verde para crianças, adolescentes e adultos brincarem, praticarem esportes, fazer piqueniques e trilhas para se divertir. O espaço é mantido pelo Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).

Uma das regras limita que os pais só podem acompanhar os filhos nos passeios de bicicleta se não subirem nas bicicletas. A regra permite apenas uso de bicicletas aro 12, ou seja, apenas aquelas utilizadas por crianças. Também é proibido andar de skate e de patins dentro do parque. Fábio de Oliveira, 36 anos, conta que nem ele nem a mulher, Mauricéia, têm autorização para andar de bicicleta com Lucas, 6, filho do casal. “A gente só pode acompanhar a distância, ou correndo. É o que eu faço, acompanhando do lado dele, a distância. Só não posso andar de bicicleta. Mesmo assim, acho que é muito importante que haja essas regras para manter a segurança, mas gostaria de também poder andar de bicicleta com meu filho”.

Dorgival Gomes, aposentado de 54 anos, trouxe Davi para brincar pela primeira vez no parque, e ainda estava conhecendo as regras de uso do local. “A regra é importante porque garante a segurança, mas andar de bicicleta sozinho, sem acompanhamento dos pais, traz riscos para as crianças. Segurança para criança está acima de tudo. Só acho que ainda falta melhor manutenção [do Bosque]. Alguns ferros estão enferrujados, e só existe esse espaço. Seria muito bom se a Cidade da Criança fosse reaberta. Lá existem os pedalinhos. Uma diversão”.

O professor de educação física Álvaro Ramos, 36 anos, utiliza o Parque das Dunas para praticar corridas e fazer treinamento de condicionamento físico diariamente. “Temos que obedecer regras de horário, não correr sem camisa, não entrar nas trilhas sem acompanhamento e orientação de algum funcionário ou estagiário do parque, e também não é permitido para adultos o uso de bicicleta”. Outra reclamação é o fluxo de carros. “Nem todo mundo tem bom senso. Alguns funcionários não querem deixar o carro na frente do portão, lá fora, e preferem entrar com o carro. O ideal é entrar com alerta ligado e respeitar o limite estabelecido, de 20km/hora”.

Administração justifica regras

A administração do Bosque dos Namorados defende o uso de regras para evitar acidentes e garantir a segurança dos frequentadores do local. “Como qualquer espaço público é preciso ter normas e regras. O bosque fica dentro do Parque das Dunas, tem apenas 7 hectares, e numa cidade carente como a nossa, a população só dispõe desse nosso espaço de contato com a natureza. É um espaço pequeno, precisamos ter normas. Infelizmente a Cidade da Criança está fechada e o Parque da Cidade está abandonado”, explicou a educadora Silvana Maria Santos.

Ela diz que por dia cerca de 10 mil usuários praticam cooper no local. “Nossa pista tem 900 metros e serve para várias atividades: caminhadas, cooper, crianças andarem de bicicletas, caminhadas de instituições. É preciso o bom senso e respeito a essas regras para evitar problemas. Proibimos skates e bicicletas maiores, por exemplo, porque alguns rapazes usavam de forma que trazia perigo para as crianças e idosos, manobras arriscadas”. Silvana Maria explica que os pais podem sim acompanhar os filhos nas bicicletas, embora não possam utilizá-las. “O problema é que às vezes alguns pais pegam as bicicletas de seus filhos e querem ficar dando carreira aqui dentro. Não pode”.

Carros

Com relação ao fluxo de carros, a educadora explica que o motivo é que a Companhia de Proteção ao Meio Ambiente (Cipam), da Polícia Militar, tem sede dentro do parque e os soldados que dão expediente estacionam seus carros na própria unidade. “Eles cumprem 24 horas de jornada e, no início da manhã, entram e saem vários carros na troca de turno com os outros policiais. É justamente na hora em que o parque recebe mais frequentadores. Embora eles respeitem o limite de velocidade, o ideal é que a Cipam tivesse uma sede fora do parque, e para cá viessem apenas os policiais que trabalham no bosque. Mas já fomos informados que eles vão ganhar uma sede própria, assim como a Companhia de Polícia, na Via Costeira”.

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